É certo que vivemos em um mundo de aparências, e que quem tem melhores atributos estéticos, tem vantagens mercadológicas. A discussão sobre cotas, contudo, NADA tem a ver com essa dimensão, muito embora a dita "boa aparência" se some aos motivos estruturantes. Cota para negros em universidades, deficientes em concursos públicos, assim como para mulheres na política, visam cobrir uma distorção histórica de flagelo, preconceito e subjulgamento, que restringem historicamente estes acessos.

O texto pode passar a impressão de descaso com a situação dos negros no Brasil, que eles não merecem cotas, pode parecer até preconceituoso. Os americanos têm cotas há décadas e o fato de empresas criarem vergonha e admitirem pessoas negras é um início, caminho aberto tardiamente mas que pode mudar o horizonte de tanta gente discriminada. Minimizar o sofrimento de tanta gente, a extensão de suas tragédias, é típico de brancos que não são desrespeitados de manhã até a noite, a vida toda.

O Hélio Schwartsman esqueceu de citar o grande livro "Ação Afirmativa ao Redor do Mundo" de thomas sowel, que mostra como as cotas não funcionam e como elas trazem desigualdades e conflitos.

Hoje o Hélio simplificou a questão, mas muito bem para aprimorar o debate das cotas. O importante é o debate sobre elas, sua efetividade e seus resultados. Mas os negros e indígenas, infelizmente, trazem uma marca histórica injusta e não reparada. O modelo de cotas é uma das políticas em tentativa. Talvez não se chegue a resultado útil com elas ou devam ser melhor elaboradas, mas a sociedade brasileira não poderá ser acusada de permanecer na omissão.

Cota é solução mais fácil para quem não quer mudanças mais profundas no capitalismo, o corporativismo contorna a divisão de classes e esconde a exploração do trabalho, a base da desigualdade e de concentração da riqueza , foi fácil institucionalizar as demandas identitárias, elas dão suporte para que a mudança caminhe no sentido de conservar, racializar relações sociais é um retrocesso,copiado e financiado a partir de estímulos dos EUA, é só checar as pesquisas financiadas pela Fundação Ford!

Sou contra as cotas raciais porque privilegiam o negro rico em detrimento dos pobres brancos, amarelos, vermelhos e negros.

Se a intenção era a de provocar um debate sobre as cotas, o resultado ficou na superfície. Pergunto-me se essa superficialidade também foi intencional?

Pois é. Lembrei agora do holocausto gordo, da grande escravatura dos frios e dos estupros sistemáticos a que os velhos foram submetidos sob a desculpa do progresso e da posse. Realmente as cotas para negros, escravizados e marcados pelo racismo, e as cotas para mulheres que também continuam sem ver a justiça para seu frequente martírio diante de homens brancos estupradores e moralistas. Jajá estarão me chama do de radical e pedindo cota pra colunista branco massacrado pela realidade #vergonha

Os negros e brancos pobres não conseguem boa pontuação em concursos, seleção em empresas privadas e universidades pela péssima qualidade do ensino público. Tem que corrigir causa, o ensino público, e não a consequência ...

Meldels!!

Hélio. Sempre tendo a concordar com você. Contudo, tenho uma divergência pontual. A quota, essencialmente, não parece o meio mais correto, sob a perspectiva filosófica, de resolver a questão. Mas sem dúvidas, é a mais eficiente. Apenas garantindo acesso aos espaços de poder/oportunidades, a desigualdade e o preconceito tendem a impactar menos na divisão de riquezas. E daqui a 50/100 anos, não se justificaria mais as quotas. Permanecermos inertes, apenas adiaremos o problema.

Defender cotas é defender discriminação. Faltou incluir a importante discriminação de origem regional.

Lúcifer deve ter aprendido que correlação e causalidade são 2 conceitos estatísticos diferentes. Bibliografia sugerida: Outliers de Malcolm Gladwell e Freaknomics de Steven Levitt e Stephen Dubner

Deve haver cota também para os menos dotados de inteligência? Explico! Outro dia, um médico recém formado foi aprovado no concurso público promovido por um município do interior de Minas. De forma surpreendente, deixou muitos veteranos para trás, sendo porém reprovado no psicotécnico, sob a justificativa de que teria inteligência abaixo da média. Esta história é verídica e eu pergunto: será que os menos dotados de inteligência que são estudiosos podem ser merecedores de cotas?

Deve haver cota também para os menos dotados de inteligência? Explico! Outro dia, um médico recém formado foi aprovado no concurso público promovido por um município do interior de Minas. De forma surpreendente, deixou muitos veteranos para trás, sendo porém reprovado no psicotécnico, sob a justificativa de que teria inteligência abaixo da média. Esta história é verídica e eu pergunto: será que os menos dotados de inteligência que são estudiosos podem ser merecedores de cotas?

Tá faltando assunto Hélio?

Há tempos venho dizendo que o 'feísmo'e o 'pobrismo' são duas das discriminações silenciosas mais operantes na história da humanidade. Juntam-se a elas a gordofobia (e tbm a 'magrofobia) e o 'baixismo'.. fácil não

normal que quem esteja vivendo no privilégio seja contra cotas.

Sempre tive algumas restrições para as chamadas cotas. Se elas continuarem a ser estabelecidas não restará mais nenhum tipo e características de cotas(pessoas altas,esbeltas,bonitas,cabelos específicos , etc). Porém a grande e única razão para a permanência delas é a injustiça social que segrega raças, e deixam milhões de brasileiros negros/pardos/brancos na pobreza e até miseria real. Enfim as cotas só acabarão quando existir justiça de verdade.

A igualdade dos nossos genes nos caracteriza como Homo Sapiens, porém o corpo humano varia extraordinariamente. A evolução da nossa espécie nos reserva futuras variações e temos que considerar essas futuras variações no sistema de cotas. Alguma característica genética pode explicar por quê algumas formas de corpo humano dominam as outras formas social e políticamente?

Comentário obtuso distorcendo dados de discriminação histórica contra negros e mulheres para manter tudo como está.

Como deficiente visual, já passei em concursos públicos com cota e sem cota. Em muitos que passei sem cota, a questão era simpes: só havia uma vaga. Vale lembrar que o número de candidatos era menor. No último quee fui aprovado, éramos onze. A seleção já se fizera na largada: Para inscrever-se era preciso ter doutorado.

Que postagem infeliz - um "liberal" sendo liberal - assim como quando desejou a morte de uma pessoa (que eu jamais apoio, mas jamais desejaria a morte). Ele usa uma estatística de discriminação concreta de um grupo (que é a maioria da sociedade brasileira) contra pequenos detalhes que tornam as pessoas menos atraentes sob a ótica do "padrão". Lamentável!

Os muito magros também. Os dentuços. Os que tem voz de taquara rachada. Os desafinados. Os tímidos. Os que tem muitas espinhas. Os que mancam. A lista é longa.

Lamentável confundir discriminação, num sentido de estigma social, com exclusão, de oportunidades de educação, trabalho e até mesmo da proteção a vida (como nas execuções sumarias que a população negra sofre sistematicamente). Vários grupos sofrem estigmas sociais mas possuem inserção educacional e produtiva mais igualitária. Misturar tudo para criticar cotas de quem é excluído é uma estratégia desprovida de lealdade intelectual e de boa fé.

1 a – Gey é ide+ologia, o suje+ito acha q é, esta na categoria d esquerda, direita, acr+ata, at+ eu, etc, q também sofrem preco+nceito, portanto, merecem cotas.

1De acordo, mas amplio debate. G+ey ñ é, cmo se insiste, d mesma categoria d pr+eto, bra+nco, ma+gro, gor+do, etc, pois ñ expressa característica,

Diz-se que as cotas devem ser usadas somente um tempo. O problema é que durante este tempo deve ser feito um trabalho intenso contra a discriminação. Muito intenso. E isso não é feito. O problema é a discriminação, o preconceito. O grande problema é o preconceito. E infelizmente mudar isso é muito difícil.

2 Cotas é um exemplo das aberrações q a ação estatal protetora, sempre equivocada, impõe, ñ so em cotas, mas na extensão absurda d escola além d fundamental I, massificando o ensino e impondo um monte de inutilidades, na regulamentação da medicina q encarece e impede a formação de médicos, negando saúde

Um ser "humano" que deseja a morte de outro,qualquer que seja,não merece crédito algum,seus comentários não valem nada!

Absolutamente verdadeiro, absolutamente bem notado. Ainda assim, merece um acréscimo: as cotas raciais não existem meramente pela desigualdade do tempo presente, mas por um histórico recente de escravidão, de usurpação. Assim, em resumo, há cotas e cotas.