É mais um desses artigos ideológicos que pecam pela falta de lógica e de perspectiva. Responsabilizar o funcionalismo é o erro mais primário que pode existir. O quadro está inchado? Não vou jurar que não, mas é nos legislativos e sobretudo de funcionários fantasmas. Exorcizem os fantasmas, que a despesa de pessoal vai diminuir expressivamente. O maior problema dos estados e que é olimpicamente ignorado é o rombo causado pela Lei Kandir. Além disso, tem os benefícios concedidos às empresas, com

Rattus norvegicus neoliberalis.

Lisboa evita deliberadamente bulir na razão central do socorro estadual, nos anos 80, que implicou o encilhamento orçamentário. Particularmente na irresponsabilidade monetária do BC para garantir as operações compromissadas dos bancos. Não por acaso, no mesmo período, a banca privada assenhoreou-se do Erário. Há 38 anos o país comprometia 18% da arrecadação tributária com os encargos financeiros da União. Hoje ultrapassa 47.5%. O BC é o responsável pelo encilhamento e a bancarrota da Federação.

A dinâmica da farra fiscal é mobilizar as bancadas no congresso (que afinal representam os estados), e contar com a compreensão do STF, o que como mostra o artigo é praticamente certa. Se fossem só alguns poucos, os demais não veriam com bons olhos o tratamento privilegiado, mas como são quase todos não há ministério da economia que segure.

A epidemia rolando solta e muita pouca gente tomando os devidos cuidados,vc abre o jornal e lê o editorial a coluna do Boghossian e a sua,embrulhou o estômago logo pela manhâ.

o grande problema, principalmente dos municípios, é que, desde 88, têm obrigações crescentes e receita de menos. desde aquela época só foram aumentando as responsabilidades em gastos sem aumento consequente de receita. o fundeb, quando começou, dava para pagar tranquilamente professores e ainda sobrava para reforma de escolas e transporte escolar. hoje mal dá para pagar professores. e o mesmo aconteceu na área da saúde e tantas outras. e eles não podem criar tributos.

Acho engraçada a preocupação deste colunista com o tema dos "gastos públicos". Gostaria de saber sua opinião sobre taxação de grandes fortunas, imposto sobre herança e progressividade tributária. Rico no Brasil paga o que deveria pagar em imposto? Ou fará alguma engenharia retórica para isentá-los?

Diz-se que se forjou entre nós consenso em torno da responsabilidade fiscal. Na prática, como o colunista mostrou, os Estados seguem atropelando a LRF. O próprio colunista dá o mote para acabar com a farra fiscal e o falso cumprimento da LRF - aprimorar o controle sobre os gastos dos Estados. O histórico tem sido de incentivo aos gastos abusivos, não o contrário.

O grande problema dos estados, e dos municípios e da União, é a má administração. São as isenções tributárias, os contratos 'emergenciais', o desvio de verbas, a corrupção desenfreada, o voluntarismo das obras inacabadas. Não à toa, 'descobrimos' 40 milhões de 'invisíveis' durante a pandemia. É 1/5 da população total e metade da população economicamente ativa, vivendo na informalidade. Faz tempo, cansaram de esperar que algum governo melhorasse suas vidas.

Concordo em gênero e número. Mas não devemos levar em conta que a União fica com uma parte enorme ( injusta? ) dos impostos? E lá a farra co salários de marajás para judiciário, militares, para o executivo e legislativo eh enorme também. Onde está o equilíbrio entre a parte dos impostos que pertencem ã uniao , estados e municípios? Obvio que a farra com o dinheiro público para uma casta de privilegiados precisa acabar nos três níveis.

Seu Marcos, deu-me vontade de fazer um contraponto e dizer que, antes assim, melhor do que socorrer bancos e concessionárias de serviços públicos. Ocorre que também os estados, não poucas vezes, oferecem saborosas tetas aos entes pseudo-capitalistas. É, se correr o bicho pega, se ficar... nem sei quem come quem, a vacina do Bozo produz mutações, então....