Voto obrigatório + Lei do Gerson + Advogados = Brasil Cada um desses ingredientes são responsáveis por tudo que nos acontece.

Quem deu uma boa resposta à questão foi Suzana Herculano Houzel em coluna nesta FSP. Mostrou pesquisa de que existem os dois tipos na humanidade e essa variedade se dá por ativação diferenciada de partes do cérebro. Sugeria o texto que a evolução está se dando na interação dos diferentes tipos. Depois deste texto, se fossem Bozo ou os filhos os atropelados, reprimiria minha tendência weird... ;)

Trata-se de uma questão complexa para nossa sociedade em que os vínculos pessoais estão acima dos laços coletivos. De qualquer forma, se quisermos progredir como nação devemos desenvolver a ética coletiva em detrimento da fidelidade pessoal. O caminho é árduo, mas necessário. Quem desconsidera a complexidade do tema, é os mais suscetível a optar pelo laço pessoal.

Agora quando o assunto é farra e esbornia, a coisa muda de figura: Porque se o amigo casado passar a noite fora de casa, na farra e na manhã seguinte explicar à mulher que dormiu na casa do seu melhor amigo e a esposa telefonar para os 10 melhores amigos do marido. Cinco deles confirmarão que ele passou a noite casa deles. Os outros 5, além de confirmarem que ele passou lá a noite, garantem que ele ainda está lá dormindo. É ou não é uma raça unida?

Apoiar o errado não é amizade é cumplicidade, ou seja tão criminoso quanto. Acho que a certeza de que não haverá apoio se fizer algo errado vai encorajá-lo o fazer o certo. É bom isso ficar sempre bem claro. Já aconteceu comigo, o síndico de onde moro avançou o sinal e atropelou um motociclista, vi tudo, parei na hora e dei todo apoio ao motoqueiro e deu uma bronca no meu síndico, embora fossemos amigos, até esse episódio. Ainda dei meu número ao motoqueiro pra ser sua testemunha.

Meu amigo deveria esperar que eu falaria a verdade e esperaria o mesmo dele, além de ativo e ostensivo socorro, suporte e transparência para com a vítima e sua familia.

Meu amigo deveria esperar que eu falaria a verdade e esperaria o mesmo dele, além de ativo e ostensivo socorro, suporte e transparência para com a vítima e sua familia.

essa é aquela velha historia das verdades absolutas. se um regime autocratico persegue pessoas para levá-las a um campo de concentração, e se alguma delas se esconder em sua casa, se a gestapo do regime bater a sua porta e perguntar se vc abriga esse fugitivo, vc deve dizer a verdade?

Depende do contexto. Uma coisa é dirigir na velocidade permitida mas esquecer de reduzir, numa das várias mudanças súbitas de velocidade, por conta de vilarejos na beira da estrada, com pessoas que as atravessam. E aí dá o azar de atropelar alguém. Outra é dirigir sistematicamente acima do limite, só reduzindo quando há um radar.

brasileiros responderiam c) “No horário do fato eu estava tirando um cochilo no banco do Carona, acordei no susto e não sei precisar a velocidade”

Fico sempre com um gostinho de “quero mais”quando leio suas matérias. No melhor momento elas acabam. Sinto falta de um aprofundamento do assunto

Visitando um amigo na Flórida, me senti como o personagem do filme "Encurralado" de Steven Spielberg. Eu obedecia a lei americana e os caminhões "encostavam" perigosamente na minha traseira. Já no Brasil, indo de carro para Gramado, o limite era 80 km/h mas os caminhões passavam por mim a 130 km/h. Um que passou por mim assim tombou na estrada perto do destino. É perigoso seguir a moral individual de cada um.

Há diferentes sistemas éticos. É curioso formular uma "ética empírica" baseada em pesquisas de opinião. Os costumes e tradições morais deixam muito a desejar. Anscombe diz que a alternativa a isso é deixar o conteúdo da moralidade ser determinado pelo senso de moral de cada indivíduo. "A consciência moral de cada homem pode levar ele a fazer as coisas mais vis" conclui Anscombe, pois ela é moldada fora das demandas morais de forma inconsciente por desejos reprimidos.

Será que Sérgio Buarque de Holanda continua acertando na característica brasileira? As relações sociais são mais pautadas em interesses pessoais, particulares, do que no coletivo, no impessoal? O brasileiro "cordial" continua válido?

No Brasil, País que certamente detém níveis absurdos de não weird, se o depoimento render um generoso holerite no final do mês, o amigo pode até jurar pela vida dos filhos que o governo se empenha ao máximo no combate à pandemia, na defesa do Meio Ambiente e dos povos tradicionais.

O comportamento do indivíduo é determinado em grande parte pelos valores adotados pela sociedade. Os Americanos, por exemplo, estão entre os motoristas mais disciplinados do mundo, mas depois de alguns meses no Brasil passam a dirigir como o Brasileiro típico. Existe também a questão da punição e da fiscalização ostensiva que as leis Americanas impõem. Como dizia o Platão, o comportamento humano flui de três fontes básicas: desejo, emoção e conhecimento.

Pelo menos desde 'In a Different Voice', Carol Gilligan, de 1982, a ética 'particularista' (chamada de ética do cuidado) ganhou estatuto epistêmico e relevo valorativo em contraposição ao universalismo 'weird'. É a voz predominante nas mulheres - ponto de inflexão crucial na afirmação da teoria feminista em todo o mundo.

Nesse caso, weird não significa esquisito (em português) mas em espanhol (bom, requintado).

Eu acho q parcela do pessoal weird é mais mentirosa, veja a relação corrupta de muitas empresas com o estado e suas leis q gerou o Complianc,(em inglês) a outra é obediente pq em sistema q nos respeita mais tendemos a ser mais submissos as regras. Já o pessoal do submundo, q tem pouco a acreditar no estado, se safar é o caminho. O fato é q os castigos, por erros cometidos, pela opressão do estado imoral ñ trará nenhum beneficio. Atropelamento é acidente, mas o estado fará tudo p culpar o autor.

Um problema não discutido por Helio é que a opção por a) ou b) tem consequências, e a principal é o efeito educativo. Se é ensinado que a) pode ser sempre uma opção, teremos um país em que a lei é que "para os amigos tudo, para os inimigos a lei". Se é ensinado que a) não é uma opção, teremos países como Canadá, os escandinavos, Holanda, e outros países verdadeiramente desenvolvidos.

Prezado Hélio, há uma terceira opção: eu, weirdo, desceria do carro para verificar quem atropelamos. Fosse um communna, leitor da Folha, blog do Sakamoto, Jamil Chade, Ricardo Kotscho, deixa ele se esv(j)air em sangue, parazita vermelho lazza.rento. Se for um cidadão de bem, eleitor do Bozo e leitor dos blogs de direita, puxa ele para o lado da estrada e acende uma vela, das duas, uma: ou já fica com a alma encaminhada ou alguém vê a vela e o leva pro hospital. 3a via Bozofrênica, ketau?