Demétrio Magnoli > Futuro da democracia nos EUA depende do desenlace da guerra pela alma do Partido Republicano Voltar
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Excelente e sóbria análise! E as ondas quem vêm de lá tem tido reverberações por aqui. Acho que valeria citar a influência marcante do Bannon, que é também amplamente repetido aqui.
O Prof. Demétrio, excelente redator, de vasta cultura e inteligência, foi pouco sutil no morde e assopra desse artigo, que tentou apenas chegar a essa defesa capenga das intenções de Trump: "A invasão do Capitólio —uma derivação lógica mas imprevista da incitação presidencial— produziu efeito inverso, desorganizando a marcação de cena." Por que acha que a invasão era "imprevista" na incitação presidencial? Não viu que os manifestantes vieram "vestidos" com quem sabia o que iria tocar na festa?
Olha se tem uma coisa nessa história da invasão ao Capitólio que me assombra é achar que o movimento não foi pensado, articulado e mobilizado com participação direta de Trump. Alguém pensou a estratégia, organizou grupos e facilitou a entrada para o desfile carnavalesco que ocasionou somente 5 MORTES. Isso foi tudo autorizado, validado e incentivado. Na hora que deu m a hipocrisia moral do Presidente aflorou como todo populista de botequim.
Caso os extremistas consigam ser maioria no partido republicano e consigam aprovar esses retrocessos, o fim do império é certo. A secessão será inevitável, estados sem mentalidade atrasada não aceitarão se submeter a fanatismo religioso, nacionalismo e racismo. Aliás, essa incoerência na extrema direita americana é fora da realidade. O império depende de dominar o mundo, os nacionalismos são os antipodas do império.
A questão vai mais além do Partido Republicano, porque chegamos a “um estado da sociedade em que desaparecem os padrões normativos de conduta, de crença e o indivÃduo, em conflito Ãntimo, encontra dificuldade para conformar-se à s contraditórias exigências das normas sociais”. Um estado de “desorganização pessoal que resulta numa individualidade desorientada, desvinculada do padrão do grupo social”. Sem qualquer perspectiva de resgate sob a égide da pandemia, do desemprego e das desigualdades!
Creio que os EUA estão intuindo há tempo que não são mais o Império mundial dominante. Outras nações estão na dianteira e dominarão o mundo nas próximas décadas. Ao vencerem a Guerra Fria, os EUA perderam, aos poucos, o papel de "defensores armados da liberdade". A rigor, ninguém precisa mais deles. A China sozinha detêm 1,3tri de US$ em tÃtulos do Tesouro USA. Impérios morrem, em geral, por excesso de opulência, preguiça e falta de estadistas.
O quadro geral é reproduz um estado da sociedade em que desaparecem os padrões normativos de conduta, de crença e o indivÃduo, em conflito Ãntimo, encontra dificuldade para conformar-se à s contraditórias exigências das normas sociais. Ou ainda: um estado de desorganização pessoal que resulta numa individualidade desorientada e desvinculada do padrão do grupo social. Uma situação suscitada pela inexistência de respostas polÃticas e econômicas ao binômio trágico do desemprego com a desigualdade.
Trump deveria ser impeachado por apologia de subversão, incitação a invasão de prédio público (o mais importante do paÃs), racismo, ligação com KKK e supremacistas neonazi e, fundamentalmente, por abissal incapacidade de ser presidente de todos os americanos.
Menino Demétrio, leia um pouco mais. Essa sua verborragia do achismo seduz as crianças. Entenda o que são as milÃcias na história estadunidense, razão da segunda emenda. Não tente livrar a cara do Trump como você está fazendo com o Bolsonaro. Aliás associe o que aconteceu lá com o que deve acontecer aqui. Por trás desse seu eruditismo de Wikipedia aparece sempre a mensagem reacionária pela qual você sempre militou.
Mussolini, em outubro de 1922, tinha o apoio da PM de então (Carabinieri Reali), da Guarda Real e do Real Exército recém saÃdo da vitória contra a Ãustria. Tinha também a simpatia e o apoio de Vaticano, do Rei Vittorio Emanuele III e da grande imprensa. Trump tem o apoio dos rednecks do Midwest. A diferença está aÃ. Um logrou golpear o Estado, o outro logrou fazer o mundo rir.
Jogando fora os livros do Demétrio: Como posso levar em consideração "Uma gota de sangue" lendo a baboseira desse artigo?. Esse polÃtico dever ter milhões de defeitos...mas o defeito da covardia com certeza não tem. E, conveniamos, o povo por muito tempo desejou (e continua esperando) por um polÃtico com uma visão de mundo mais simples, mais clara, objetiva.. alguém que tenha, pelo menos, honestidade de princÃpios. TaÃ...e agora? O que a gente faz? Joga na fogueira seu eleitores também?
Credo!...
Honestidade visão de mundo mais simples. Acho q vc devia assistir um dos episódios do Aprendiz....
Boa ideia.
Uma aula. Quem estuda história e ciência polÃtica deve ler esse texto.
Porque os articulistas não podem ver as coisas como elas são, tem que tergiversar e reescrever os acontecimentos a seu gosto. O Trump e exatamente um desequilibrado ( já foi extensivamente comentado durante anos, por especialistas) e tentou armar um golpe. Além disso e covarde como muitos polÃticos autoritários, como demonstra seu discurso após a invasão do capitólio, dizendo que os invasores deveriam ser presos e punidos, como se não foi ele que os convocou.
dia 21 de janeiro começa a briga pela eleição de 2024 . Até lá, os dois, Biden e Donald já estarão muito idosos e fora da disputa .
queria ler o artigo,quando vi quem era o autor ,desisti.
Trump tentou emular Mussolini, mas os tempos são outros e as instituições também. Demorou, mas produziram uma resposta que colocou Trump na defensiva...por enquanto. Caso não concluam o trabalho, retirando-o do cargo e levando-o a julgamento, vão assistir, de novo, esse triste espetáculo em 2024. Fica a lição para o Brasil, ou responde seriamente às ameaças de Bolsonaro..."ou vamos ter coisa pior por aqui". Com a palavra o STF e o Congresso Nacional.
Utópico achar que os republicanos irão romper com Trump após a invasão ao Capitólio. No calor do impacto da agressão muitos se revoltam, mas passados os dias a revolta se arrefece. Cada vez mais as máscaras caem e os polÃticos, desavergonhadamente, não escondem mais o seu principal interesse: o poder; mesmo que à custa de ameaças graves à democracia. A extrema-direita tenderá a crescer nos EUA e no mundo. Os supremacistas brancos têm a simpatia de muita gente no poder, até de alguns democratas.
Se até o Bush filho, que já foi presidente , foi governador do Texas, é filho de ex presidente Bush pai e irmão do ex governador da Flórida, o Jeff já descartou o Donald, imaginem os outros ...
Não sei se a invasão do Capitólio pela horda de vândalos trumpistas foi imprevista, mas certamente era mais do que previsÃvel. Se Trump não a previu, então é menos inteligente do que parece. Se a previu e ainda assim insistiu no plano, é mais irresponsável do que supomos.
O que me intriga e merece uma análise mais profunda é o voto em Trump por grande número de negros, como na Georgia, de imigrantes latinos, como na Flórida e de mulheres em geral, quando este senhor representa em sua essência os supremacistas brancos, racistas, xenófobos e misóginos.
É a resposta americana ao pobre de direita brasileiro.
E realmente intrigante João, merece uma análise especializada. Simploriamente, me parece uma forma distópico da SÃndrome de Estocolmo.
De pleno acordo, o mesmo acontece no nosso Brasil. uma pessoa que sente a discriminação na pele jamais poderia votar naquele que ignora os seus direitos. Mulheres, negros e para os EUA principalmente os latinos.
Talvez por que a alma do partido democrata já tenha sido rifada há um bom tempo. Não há inocentes nessa questão. A polarização que o presidente tweeter e os opositores produziram é sem paralelo. Já não é uma questão de democracia, passou a ser uma questão de civilidade.
Trump foi péssimo nessa, mau perdedor, insuflou a massa e deve ser responsabilizado por isso. OK. Agora, que é um troço muito malfeito a pessoa poder votar por Correios ou votar sem RG, isso é. Por que não faz eleições normais, como é aqui: no dia X a pessoa vai lá na urna e vota mostrando seu documento e pronto.
É uma coisa que o brasileiro e o seu jeitinho em se dar bem em tudo (qdo na verdade estão passando a perna em si mesmos) não conseguem entender... Este tipo de controle não parece a eles necessário, pois acreditam que cada um honrará o seu dever, seu direito e a verdade, seja qual for. É uma cultura totalmente diferente da nossa. É frágil, sim, mas se sustenta se todos fazem sua parte dos a quem doer. Por isso é tão insidioso o que Trumph tenta fazer minar o que sustenta o sistema deles.
Trump jogou um jogo perigoso e perdeu, será feito um exemplo a não ser seguido. Sairá no lucro se não terminar sua velhice na cadeia. A aventura Trump terá seu lugar na história no setor da incompetência e insanidade. Mas a parte repugnante da sociedade americana adotará outros Ãdolos.
O futuro da democracia está na defesa inegociável da pluralidade de representação que as garantem sem nenhuma regra excludente! O futuro da democracia está na defesa inegociável da cascata de consequências para os envolvidos em delitos independente de raça, gênero, religião, origem ou classe social. Se Trump pelo que fez, com que autoridade a sociedade americana punirá alguém por cometer qualquer outro crime onde as coisas fugiram ao controle?
Não estou certo de que Trump e seus comparsas republicanos não sabiam que ocorreria uma invasão no capitólio. É uma possibilidade, mas não uma verdade incontestável! Assim como é questionável dizer que o partido republicano tem alma democrática! Se seus membros alijaram, por anos, deliberadamente os negros do processo eleitoral, desprezam minorias e aqueles não alinhados com suas ideias e ideais onde estaria a democracia nessa alma? Temos tido boa vontade demais com esse tipo de gente. Basta!!
Este cara sempre acha que pode ver coisas que os outros não vem, mas precisa de um corretor ótico poderoso. Trump perdeu a House, o Senado e a Presidência. Totalmente carta fora do baralho com estes resultados. Game over no partido Republicano. Seus seguidores vão ver seu modo de vida fora da Presidência e se sentirão enganados. Game over vida pública vai achar um lugar pra se esconder.
Será que a democracia americana tão decantada aqui na nossa imprensa vai manter esse sujeito com os direitos politicos ?
Obrigado pela pertinência de toda a análise. A conclusão, que remete à imprevisibilidade, também é magistral. Igualmente muito bem citada a impressionante exposição de fatos e dados feita por Danielle Brant no texto sobre o retrocesso ao segregacionismo e ao cerceamento ao voto em estados americanos. Seria o caso de suscitar um estudo semelhante e mais minucioso ainda no processo eleitoral no Brasil, que pode conter meios excludentes bem sutis e não identificados.
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