Reinaldo José Lopes > O crescimento econômico ilimitado é um mito pernicioso que precisa ir para o lixo o quanto antes Voltar
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Respeito o colunista como pesquisador. Mas pra variar, quando dá para ter "idéias próprias", desliguem o microfone. Vamos todos abandonar a vida e morar em comunidades ripongas? Ah, tá.
Entendeu nada.
É, Seu Reinaldo, a água já bateu no meio do peito, não tem pra onde correr. A objetividade dos fatos começa a ultrapassar os muros da crença irracional de forma incontÃvel: doença, miséria, desastres naturais, estão todos aÃ, chegando mais próximos do que nunca da sociedades de bem-estar fabricado. Ficar de olhos fechados, com ouvidos moucos, não vai dar certo...
É, Marcos, o problema é que o capitalismo nasceu com a invenção pelos mercadores das notas de câmbio: podiam-se tomar empréstimos e gastar o que ganhariam com trabalho no futuro, hoje. E todas as invencionices financeiras que vieram depois servem a isso: a antecipar o consumo do futuro. Mas nos tornamos tão bons nisso, que praticamente consumimos todo o futuro: o futuro acabou.
A equação Terra = planeta com recursos finitos é simples e fácil de entender, mas muito difÃcil de seguir na prática, por que nos transformamos em uma sociedade viciada em consumo.
Reinaldo, nossa cultura é urbanoide, e tudo o que se faz no campo é para literalmente alimentar essa cultura. O ser humano se afastou tanto da natureza que ele não se sente mais como parte dela. Adoramos concreto, carros a combustão interna e comida pronta já embalada (vinda não se sabe de onde).
Gostei do 'entidade mercado'.
O Antropoceno, nova era geológica provocada pelas intervenções antrópicas, acelerou de forma exponencial a degradação planetária e provocou a forçante do aumento da temperatura na superfÃcie do planeta. Só conseguiremos reverter o cenário combatendo o american way of life, ou seja, o desperdÃcio de recursos naturais para sustentar um estilo de vida perdulário e absolutamente irresponsável com os limites de resiliência dos recursos naturais. Haverá tempo para isso?
A própria natureza se encarregará (como sempre o fez, há bilhões de anos) de corrigir todos os desequilÃbrios mais cedo ou mais tarde. Como exemplos no caso do homem, poderÃamos citar as guerras, os desastres naturais e as pandemias, como uma tentativa de voltar à normalidade e por a casa (nosso planeta) em ordem. Aà nos perguntamos se tudo isso é realmente obra do mero acaso
Um texto que nos arrasta para a sensatez. A alegação de que o modelo de "desenvolvimento" hipercapitalista é o mais adequado e de que tem se mostrado eficiente na promoção de bem-estar social "para todos" é resultado de preguiça intelectual. Raworth, em "Economia Dunat: uma alternativa ao crescimento a qualquer custo", ajuda a repensarmos sobre isso. Piketty, em "Capital e ideologia", nos sugere modelo socioeconômico diferente. E existem outros, muitos outros dizendo coisas diferentes.
Em economia, os prejuÃzos causados pelos combustÃveis fósseis, como o aquecimento global, chamam-se externalidades. Alguns dirigentes como o Macron tentaram colocar um pouco desses custos em seu preço, por meio de impostos. A reação populista dos coletes amarelos mostrou que muitos não querem saber do planeta, a não ser da boca pra fora.
IrreversÃvel e vamos pra vala com medidas paliativas. Mudança somente com superação do capital. Já deu.
Já combinaram da população parar de crescer?
Enquanto a população crescer, a economia precisa crescer no mÃnimo na mesma velocidade, pra manter a riqueza média igual...
O grande problema da questão ambiental é que os desafios são interligados e sistêmicos, ao passo que as reações em geral são parciais e centradas em apenas uma área. Tecnologias verdes não nos salvarão, pois representam apenas parte do quadro. Nosso impacto coletivo no planeta resulta de uma combinação de número da população (Hello Papa Francisco!), tipos de tecnologias empregadas (Hello Petrobras e Vale!, e quantidade e qualidade de consumo (Hello povão!).
A questão é que não chegamos nesse modelo por acidente, mas porque foi ele que deu mais certo para melhorar a vida das pessoas e produzir bens de consumo que a sociedade demanda. Não é possÃvel elimina-lo sem ter algo para colocar no lugar. Precisamos começar considerar os verdadeiros custos ecológicos e sociais do crescimento. Um caso tÃpico é a Agricultura. Se considerado seus custos reais, sua contribuição para o PIB Brasileiro mudaria de 21% para algo em torno de 5%.
Antes de se pensar em crescimento econômico, deveria se pugnar por distribuir melhor a riqueza que já temos e utilizamos. Isso, sem dúvida, colaboraria para uma melhor utilização do meio ambiente.
Não há como continuar a viver no dogma de que a natureza é ilimitada. Os negacionistas do clima são os mesmos que relativizam o perigo da Covid. Vide Trump e Bolsonaro. É preciso compreender os limites da natureza, cientes de que as nossas limitações são ainda menores. Que o Brasil consiga reverter o processo de caos no qual no colocamos para se tornar em breve uma potência ambiental.
Entre as Leis Naturais está a Evolução (Progresso) e a Inclusão Social ("Amor"). O mundo sempre evoluiu no melhor caminho possÃvel. Homo sapiens corrige o rumo sempre que necessário. Energia solar já está tomando o lugar dos combustÃveis fósseis. Trump caiu e os combustÃveis fósseis caminham para cair junto. A pandemia nos ensinou que dá para consumir menos. O futuro é muito melhor do que os profetas vendem.
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