Ana Cristina Rosa > A falácia da meritocracia Voltar
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Nos meus tempos de colegial havia um Manual de Espanhol, de autoria de Idel Becker, que em suas páginas de rodapé constava o seguinte aforismo: “Morrer ignorante tendo a capacidade de ser um gênio, isto sim que é uma tragédia humana”.
Me desculpe, mas este foi o artigo mais sem pé nem cabeça que li nesta Foice, desde que assinei este jornal, há 31 anos. Good gracious!!
Em geral, a tal meritocracia, no Brasil, é ser branco, de famÃlia rica que possa "recomendar" ao amigo bem posicionado o filhinho recém formado em Universidade Pública após ter estudado em colégios privados.
A bailarina Ingrid foi escolhida por seus méritos, mas mesmo assim a colunista critica a meritocracia? E como sugere q sejam feitas as escolhas q não por mérito? Sorteio das vagas? Entrega uma faca pra cada candidato e escolhe o sobrevivente? IncrÃvel como esse pessoal da esquerda não tem limites pra defender suas propostas absurdas
Gostei do texto, Ana Cristina.
Ana Cristina. É verdade que os negros são os que mais sofrem em nosso paÃs. Mas eu creio, como Darcy Ribeiro, que o Brasil é uma máquina de moer gente. Desperdiçamos praticamente todos os que aqui nascem, não só os negros (ainda que majoritariamente eles). E todo o nosso sistema educacional é voltado ao desperdÃcio de gentes (tanto o público quanto o privado servem só a roubar o futuro da nação...)
Mas fiquei feliz pela menina bailarina...
Dna Ana, interpretação bem esquisita do conceito de "meritocracia". Não é? A ascenção da bailarina é uma comprovação, e não uma negação, deste conceito.
Oras Martins, quer dizer então que apenas uma bailarina participou do projeto? Ou apenas elas se destacou entre várias outras em iguais condições?
Você que não entendeu o texto. O exemplo citado mostra que basta dar oportunidade e prover recursos para produzir valores humanos, nas mais variadas atividades. Cobrar resultados sem prover meios é demérito do Estado.
Show, Wolnei ! E aÃ, Brasil ? Vamos nos mobilizar pela Educação ? Ou vamos seguir no blá, blá, blá ?
Sempre o mesmo blablabla, nao vejo esse pessoal indicar o que deve ser feito, cobrar por escolas e professores bem preparados, ensino em tempo integral, escolas que diminuam os problemas que os alunos possam ter em suas familias. Esses artigos sempre me parecem que sao escritos p o autor posar de descolado e bem intencinado(a)
Ué, é melhor escrever do que ficar calado, não é? Ou será que o senhor tem indicado coisas que devem ser feitas e tem cobrado escolas e professores bem preparados, ensino integral, etc.?
Até parece que só as bailarinas negras tem problemas em se desenvolver na carreira no Brasil.
Não adianta! Este aà não quer entender e pronto. É praticamente um profissional do preconceito. Estará sempre aqui para negar qualquer mazela social, por mais evidente que seja. Machismo, racismo, elitismo, nada disso existe para ele. Só a supremacia do homem branco.
Não é bem assim. As meninas negras tem problemas muito maiores para sequer entrarem na carreira de bailarina. Uma bailarina tem que ter dedicação total e exclusiva. A realidade dos negros no Brasil não permite isso...
Acho que esta bem claro no texto que o caso dela é MAIS UM exemplo e não único de um extrato especÃfico, convido-o a reler e refletir. Abraço.
Meritocracia é coisa de homem branco, membro da elite e heterossexual. Pro resto do povo, eles reservam um lugar na arquibancada, mas só se você for um bom menino ou uma boa. menina.
Concordo com o que diz o Piketti. No entanto o melhor resumo é dado nesta frase da articulista: "Além de cruel, é injusto falar em mérito e cobrar desempenho sem que haja sequer oportunidade. "
Pergunte muitas empresas e escolas consideradas de referência se a meritocracia não conta? Empresas crescem com o mérito , o empenho de seus colaboradores e escolhas administrativas certas, em lugares certos . O caso citado é de uma artista nata e incomum que não aparece todos os dias, por isso, a mesma pelo seu talento , venceu todas as barreiras.
Como falar em meritocracia numa sociedade em que apenas os mesmos membros oriundos das mesmas famÃlias e bafejados pelas mesmas sortes estudam nas melhores escolas e faculdades e obtêm as melhores chances? Exceções são exceções, P., não as tome por regras. Pense nos "artistas incomuns" que não conseguiram vencer barreira alguma, como nascer preto, pobre e na periferia.
E os filhos dos CEOs são por genética os mais talentosos para já entrar em nÃvel altÃssima na catreira deles, fora da concorrência com as massas comuns. E também me mostra essa e.presa inde cada liderança é nonseu lugar exclusivamente por mérito, e aliás, onde a empresa conhece o mérito de cada um, sem distorções por meio de alianças, quem grita mais alto ou alianças diversas. Na minha pouca experiência, fiquei espantado por tanta eficiência desgastada por pessoas erradas no lugar errado.
Seu texto foi removido porque infringe as regras de uso do site.
Sim, o conceito de meritocracia é uma falácia. O tema é tratado exaustivamente por Piketty no seu mais recente livro, Capital e ideologia: "Toda sociedade humana precisa justificar suas desigualdades: tem de encontrar motivos para sua existência ou o edifÃcio polÃtico e social como um todo corre o risco de desabar. Desse modo, toda época produz um conjunto de discursos e ideologias contraditórios que visam legitimar a desigualdade tal como ela existe ou deveria existir [...]". (Piketty, 2020).
Não é o conceito de meritocracia que é uma falácia, mas o modo como ele é falsamente aplicado em esferas de grande igualdade. A própria autora o diz. Alias, se a bailarina não tivesse mérito, nem sequer estarÃamos discutindo o assunto.
Também acho que as polÃticas públicas deveriam focar na caça aos talentos, em vez de gastar rios de dinheiro tentando dar um tÃtulo universitário meia boca para milhões.
A retórica da meritocracia, como dito pela autora do texto, tem como base a transferência da responsabilidade do Estado para o indivÃduo, isso é um fato constatado. As consequências do abandono e a ausência de polÃticas públicas culturais, perpétua as estruturas racistas, além de relegar o indivÃduo, dando espaço para outros grupos, sobretudo o crime organizado.
Em um paÃs multiétnico como o Brasil, eu ainda sou reticente em ficar classificando a pessoa em "branco" ou "negro". Temos sim em nossa população herança europeia, indÃgena e africana, e classificar alguém em função de raça chama-se racismo. Essa chaga precisa ser superada, e só o será, quando pararmos de classificar as pessoas por tal critério.
Bem legal. Parabéns Ingrid.
Capacidade e talento não dependem da cor da pele ou da classe social. Mérito depende de esforço e caráter sendo igualmente independente dos fatores acima. A oportunidade, pelo contrário, tem grande dependência de acesso, que está ligado à classe social. Creio que o caráter da bailarina fez com que ela demonstrasse mérito através da oportunidade que lhe foi dada, não? Vamos focar no que importa.
Excelente ponto de vista. Tenho a mesma opinião. Parabéns pela objetividade e clareza do pensamento transformado em texto.
Este é o ponto: oportunidades! “De origem humilde, ela provavelmente não teria descoberto, que dirá desenvolvido, seu inegável talento para o balé clássico sem participar de um projeto social na comunidade da Mangueira, no Rio de Janeiro.” Sem o projeto, ela não teria se envolvido e não seria quem é!
Esta agenda dos EEUU de racismo , copiada no Brasil, é utilizado por uns brasileiros para terem vantagens através de cotas, excluindo os não negros pobres.
Me formei em universidade pública aos 52 anos, graças ao Enem. Vi muitos jovens de periferia agarrarem a oportunidade de estudo com tal intensidade que hoje são Mestres e alguns caminham ao Doutorado, universalizem as oportunidades e os talentos florescerão e quando tiverem minha idade já terão contribuÃdo e muito para a nação!!!
Falando em falácia, o decantado desperdÃcio de talento também é uma falácia. É certo que algumas caracterÃsticas fÃsicas, como peso e altura, podem facilitar ou impedir certas atividades, mas o fato da pessoa ter um melhor desempenho que outras em qualquer atividade não depende de talento natural, mas da energia e tempo gasto na prática, como também da disciplina e seriedade pessoal. Talento e inteligência são desenvolvidos ao longo dos anos e o nÃvel depende do esforço de cada um.
Peso e altura, vejam vocês! Peso e altura...
CarÃssima Ana, sem dúvida é o mesmo blá que grassa por lá, vendido aqui como "melhor prática" sócio-econômica. Dito todas as horas do dia, décadas a fio, com um ou outro exemplo a lhe sustentar, cola. Como se o norte-americano de Harvard ou Stanford fosse um operário cheio de méritos, e não filho de gente que tem dinheiro para pagar, e muito, tendo educado seu filhote num ambiente rico em interações, materialmente estimulante, no qual estar na cobertura é natural e, ali manter-se, meta.
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