Joel Pinheiro da Fonseca > A leitura dos clássicos no ensino médio deveria ser obrigatória? Voltar
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Eu concordo que a falta de leitura dos clássicosda literatura nacional (Machado de Assis, Graciliano Ramos, Euiclides da Cunha,..),deveria ser sim, obrigatória. Não é ainda o bastante, devendo ser incluida a leituraa dos grandes clássios universais. O(a) professor(a) poderia incentivar o aluno fazendo uma sÃntese do livro e comentar em sala de aula a importância da leitura do livro,mesmo não sendo obrigatória e não ser considerada na avaliação (nota).
A maioria dos jovens brasileiros vem de lares onde não existe um livro sequer. Seus pais, avós e toda sua ascendência são analfabetos ou analfabetos funcionais. Assim fica difÃcil, não é? Esse é o retrato do Brasil.
Eu discordo, e olha que gostei de ler livros do Machado na adolescência, mas fui um dos poucos. A maioria não tem a maturidade para entender esses livros ainda, e só vai afastar as pessoas da leitura.
só fui ler os clássicos com prazer (todos) depois dos 40 anos. Não os li com 20 por que fui obrigado a lê-los com 10.
Eu lia os clássicos no ensino fundamental e ninguém precisou me obrigar. Mas eu aprendi a ler com sete anos...e em minha época não tinha essa concorrência cruel e desleal que são essas coisas eletrônicas que asnam a juventude de forma indelével.
A meu ver essa questão está relacionada a algo muito pior e que pauta todo o sistema educacional brasileiro: estudar pra passar na prova. O aluno desde tenra infância sofre terrorismo do sistema pra tirar uma nota boa. Caso contrário, seus pais ficarão sabendo, seu futuro estará ameaçado e ele será um nada. Como é que um ser humano, ainda mais crianças ou adolescentes, podem sentir interesse em um sistema assim? Ninguém pode gostar daquilo que não tem sentido ou propósito.
Concordo plenamente, Ângela!
A leitura dos clássicos poderia ser um pontapé inicial para o prazer em ler e consequentemente melhorar o nosso nÃvel de leitura que é uma piada considerando o tamanho da economia. Nós temos problemas em realizar tarefas obrigatórias sendo a indisciplina um caminho mais provável. Por que será que nosso aluno do EM possui uma enorme dificuldade em fazer uma simples dissertação?
Os livros de literatura vem com anexos que resumem a história e tornam o aluno mais aplicado na hora de fazer a sÃntese. Muitos dos comentaristas acham que ler é apenas soletrar que está escrito parando logo nas primeiras páginas ficar babando em cima do livro. Um pouco a mais de gramática é bem vinda e poderia ajudar a leitura e aumentar o vocabulário desses monólogos comentários.
Uma dica: existe gente que lida com textos literários, ficcionais, que os estuda a vida toda, gente que costuma dar aulas. Perguntem pra eles, vejam o que eles acham, reúnam essas pessoas e paguem elas bem para pensarem e definirem um currÃculo de ensino médio e fundamental, e assim, junto de quem estuda o processo de aprendizagem, eles vão criar métodos inovadores e estimulantes. Senão, nada feito.
Essa é boa. Educadores pautados por um youtuber. Sinal dos tempos. Prefiro os conselhos de Rubem Alves aos do celebrado Felipe Neto.
A seleção é orientada pelas exigências da grade curricular e do vestibular. Deveriam temperá-la, como sugere o autor, com literatura juvenil e clássicos universais, não só com os lusófonos.
Como diria o saudoso Prof. Pier, a escola forçar o aluno a ler autores lusófonos, com uma escrita muito diferente da atual, tira dele a vontade e o prazer de ler e se torna tarefa que só vale para "passar" na matéria.
Pierluigi Piazzi do Anglo. Aprendi com ele que depois de uma aula deve-se revisar e estudar a matéria. Mudou minha vida. Deixe de ser aluno tranqueira.
Livros, lê-los? Mas se não lê-los, como sabê-los?
Jânio da Silva Quadros da FSP.
É um conjunto mÃnimo de variáveis, que faz tudo depender de coisas como a avaliação da obra, a importância do autor, a preparação dos professores e a sagacidade dos alunos. Mas, na dúvida, leiam-se os clássicos, Machado sobretudo. Machado sim é obrigatório para os usuários do português brasileiro, como Shakespeare é para os de lÃngua inglesa.
Senhoras, Senhores leitores, não subestimemos a inteligência de nossos alunos, alunos curiosos vão "ver qualé" na aula de Literatura, podem achar semelhança em video-games e Homero, mas temos que dar tempo , ver se eles têm leitura anterior à escola. Isso deve presigiado. A literatura acontece na alma, na memória, nas comparações com a vida real e outras leituras, com as novelas, com o gibi.... depois o educando se fascina e seleciona .... e depois se deixa levar pelas letrinhas pretas !
Uma obra clássica pode sim se tornar prazerosa no EM. Tudo depende da metodologia do professor. De como ele vai abordar aquela obra. O problema é que tudo fica mais difÃcil e enfadonho quando o professor cobra do aluno o saber das divisões literárias enquanto a análise do livro, de fato, é deixado de lado. Assim, tudo se torna superficial e o aluno deixará de valorizar o que realmente importa, o prazer de ler e analisar profundamente uma obra clássica.
É difÃcil discutir qualquer assunto sério sem despir-se de mitos e esteriótipos. A diferenciação entre o clássico e o popular deve ser vista apenas como uma questão de preferência do leitor, e não porque existam diferenças de qualidade entre uma e outra. Forçar jovens a ler clássicos não os tornarão mais competentes, pelo contrário, pode desestimular a leitura por completo. Não existe arte melhor que a outra. A diferença é que os usuários de uma possam ter maior conhecimento sobre as convenções.
Poderia escrever em português.
Sobre o comentário de Emilia Almoedo. O artigo não cita o grande problema atual do Brasil: o ensino fundamental deficiente que não forma leitores. Chegam no ensino médio pensando apenas em passar de ano! A estes não interessa ler os clássicos se não conseguem ler e entender uma pequena notÃcia no jornal! Várias gerações que frequentaram escolas e são analfabetos funcionais: não entendem o que leram. E o motivo é simples: não interessa aos governantes formar pensadores!
Quando eu escrevo que leio Max , Marx e Marcos , 98 % do povo não faz a menor ideia de quem eu estou escrevendo . ( Max Weber, Karl Marx, Evangelho de Marcos ) .
A "biblioteca" de um brasileiro médio não tem mais de 5 livros ! Essa é a dura realidade ! Mas tem um celular de cinco mil reais ...
Excelente artigo. Se não nos é dado conhecer, como escolher? Os influenciadores também poderiam ler bons livros, buscar compreendê-los e contribuir com o desenvolvimento crÃtico, comportamental, emocional ... dos jovens leitores. Elevaria o debate.
Excelente artigo! O Joel tocou no "x" da questão: o necessário é que professsores busquem uma didática que auxilie os alunos a processarem a leitura dos clássicos. Em minhas aulas, tenho lido, em voz alta para os alunos (que acompanham a leitura em seus livros), vários capÃtulos das obras, ação essa que é acompanhada de comentários meus e deles tbm. E a escola é, sim, lugar de obrigatoriedade: estudar é penoso, mas enfrentar a dificuldade traz, a longo prazo, bons resultados.
Os que escolhessem ter aulas de Literatura, somente os autores mais importantes da Literatura Ocidental, não só em LÃngua Portuguesa, desde a Grécia Antiga, deveriam ser estudados e ter obras lidas. Do século 19, por exemplo, em LÃngua Portuguesa, só entrariam Machado de Assis e Eça de Queiroz. Em vez de perder tempo com Joaquim de Macedo e AluÃsio Azevedo, o estudante conheceria Balzac e Tolstoi.
Pra começar, Literatura não devia ser obrigatória para todos os estudantes. O Ensino Médio deveria ser dividido desde o inÃcio em pelo menos três vertentes: cientÃfica, humanÃstica e técnica. Ao final do Fundamental, o adolescente já sabe de quais disciplinas gosta e de quais não gosta, e pode muito bem escolher. Somente quem optasse pelo EM HumanÃstico teria Literatura como disciplina obrigatória. Para os outros, seria opcional.
Perfeito. Uma coisa é aprender a ler e escrever corretamente no ensino fundamental. Outra é achar que todos devem se interessar por literatura clássica. Haverá sempre um grande número com interesse nessa área, mas existem muitas outras, não dá tempo para aprender tudo que que é desejável.
Assunto a ser discutido. Acompanhar comentários nas redes sociais mostra a falta total de cultura e de consciência de classe, que o nosso povo apresenta, na média. Um núcleo de conhecimento comum, que inclua clássicos da literatura é necessário na minha opinião. Sou da área de exatas e engenharias e felizmente tive professora que até chorava de emoção lendo alguns poemas, quando estava no "ensino médio". Não mata ter um pouco de conhecimento geral, muito pelo contrário.
Absurdo. Você não pode estar falando sério...
É a fórmula para termos legiões infinitas de bo çais...
Literatura não é fru-fru. O que seria da corrida espacial sem Jules Verne?
Eu tive que ler ao Jorge Amado no ensino médio (em Cuba), era obrigatório. E acho que quase todos da minha turma gostamos muito.
Não haveria problemas em ler clássicos no ensino médio se tivessem aprendido a ler (com prazer) no ensino fundamental.
É essa a fonte do problema que o artigo não cita! Como ler os clássicos se não conseguem ler e entender uma pequena notÃcia no jornal!
Ótimo texto.
Machado de Assis, Felipe Neto? Que diante da epidemia de mulheres explicitamente adúlteras na literatura realista do século XIX criou uma personagem que jamais saberemos se traiu ou não, porque isso é problema de foro Ãntimo, e não de leitores voyeurs hipócritas? Essa é fácil de discutir com alunos do ensino médio. Ou você não consegue? Que tal "Os lusÃadas", de Camões, bem como "Os sertões", de Euclides da Cunha. A "Ilha dos amores" é chata? A descrição do jagunço, quasÃmodo-Hércules é chata?
Felipe Neto só deu um exemplo. E estás sendo redundante, pois Machado não se resume só a Dom Casmurro. E óbvio, Dom Casmurro não se resume só a infidelidade ou não de uma mulher, assim como em outras obras dos séculos passados.
Ademais, o artigo toca no ponto chave. Apliquemos a mesma régua para as demais disciplinas. Sobra o quê?
"A leitura de um clássico é difÃcil". Não é verdade. Quem leu o Dom Quixote sabe o seu prazer inesgotável. Por último, há um ditado no sertão nordestino que bem expressa o mal da leitura obrigatória: "Forçado, nem pra cag...(defecar) presta". Perdoem a palavra grosseira, mas a fidelidade à fala sertaneja impõe.
Quem tem poder para definir qual obra é clássica e deve ser lida na escola? Essa questão não deve ser esquecida na discussão proposta pelo autor.
Os professores (os que têm conhecimento e preparo) devem ter esse poder. Se eles percebem que muitos temas e personagens dos clássicos literários são retomados, das mais diversas maneiras, em séries televisivas, filmes (inclusive hollywoodianos), games e tbm em novelas de TV, saberá que o aluno, ao ter acesso às obras clássicas, terá a oportunidade de ampliar sua capacidade interpretativa e de apreciação estética, não só da linguagem do clássico, como da dos produtos culturais de massa.
Machado de Assis e José de Alencar têm algumas obras que jovens iriam amar. De memória menciono A Pata da Gazela. Penso que os professores, deveriam indicar, para os adolescentes, livros de mais fácil compreensão.Quando li Memória Póstumas,tive a maior dificuldade no começo, porque não compreendia um morto narrando.Num arranque só li e me apaixonei! Tinha uns 16/17 anos e não estudava, apenas o 4º ano de grupo!Livro é a forma de alguém sair da realidade que vive e entrar em outra. Viva Machado!
Acho que há muita coisa obrigatória na escola. No ensino médio particularmente deveria haver mais opções. Há os que escolheriam ler os clássicos, outros mais dedicação a uma lÃngua estrangeira, ou à biologia, fÃsica ou matemática. Finalmente outros aprender soldagem, usinagem ou eletrotécnica.
Soldagem, usinagem ou eletrotécnica são habilidades profissionais boas para 1950. Agora falamos de programação, simulações, robótica, apps, etc.
'Clássico' pode ter uma conotação elitista e, portanto, negativa. Acontece que a escrita de Machado de Assis deveria era de ser chamada não de 'clássica', mas de universal e atemporal. Temos muito boa literatura no paÃs, tanto a antiga quanto a contemporânea. Mas rejeitar Machado por qualquer 'justificativa' que alguém possa tentar elaborar só mostra uma coisa: nunca leu; se leu, foi corrido, sem pensar. Mais Machado!
Mudar a nomenclatura não resolve a questão
Primeiramente fora Felipe Neto, acredito que a falta de leitura dos clássicos se dá exclusivamente como a educação no Brasil foi mal tratada principalmente nos governos petistas, Paulo Freire e seu estudo crÃtico só forma idiotas, por que eles são crÃticos a maneira de Paulo de Freire, o PT deu cotas como solução da educação mas não melhorou o ensino básico onde está na grande maioria o negro, o pobre cotista
PelamordeLênin, hein Manoel? Da licença mano, para de repetir bobagens desse naipe, sô....
Manoel, você terá estudado pelo método do Freire?
Ah, é verdade. Até porque nos governos militares e no do FHC foi investido muito na educação básica né? Inclusive foram os militares que criaram o fundo de financiamento da educação básica, não é mesmo?
O brasileiro que você é ou conhece não conclui o ensino médio e não faz vestibular. Não é meritocracia que vai fazer com que o aluno continue a estudar, mas a ementa que deve ser cobrada.
Brasileiro nao gosta, nao tem por habito ler. Lê 2 livros por ano na média, contra 9 do dinamarquês e frances, 5 do inglês, 4 do americano...Tem uma certa preguiça mental. Mal conhece a historia do proprio paÃs, prefere acreditar no discurso pronto que lhe entregam. Literatura entao...Esquece
Eu descobri Machado na escola e desde então é meu autor preferido.... E for pra descobri Machado que eu fui descobrindo outros e até hj não parei de ler.... Se não aprendermos isso na escola e nos contentarmos em ler obras menores (pq mais acessÃvel ao jovem) a chance é de que ninguém mais leia, clássicos ou contemporâneos....
Concordo com você, Joel. Não apresentar aos jovens os clássicos seria um crime maior ainda. Eu trabalho com literatura e letramento literário. Entendo que as obras clássicas devem sim ser lidas pelos jovens do ensino médio, mas a leitura tem que ser guiada, tem que ser feito esse letramento literário. Há autores muito bons que trabalham com esse tema, como Rildo Cosson, por exemplo. Para que a experiência se torne prazerosa, é preciso que o professor seja apaixonado por literatura!
Posso dizer que os clássicos nacionais foram para mim a abertura para o mergulho em literatura estrangeira.
Machado de Assis e Guimarães Rosa me foram apresentados em momentos certos em cronologia com os acontecimentos contemporâneos. Infelizmente a redentora e o difÃcil acesso à obras censuradas me impediram de conhecer outros autores.
Joel, quando moleque eu li o que bem entendi, a despeito da escola, que sempre achei um saco. Melhorou muito no colegial libertário do Anglo, em Campinas, uma espécie de Equipe caipira. Adoro até hoje muitos de meus velhos professores, inclusive a EmÃlia Amaral, de literatura. Mas o que fez diferença foi, em casa, literatura ter valor: havia livros, que nunca me foram sonegados, não importando seu conteúdo, se adequado ou não. Liberdade e valorização, isso fez diferença.
A biblioteca do meu pai, com seus livros impecavelmente dispostos nas estantes, sempre fez parte da minha vida. Cinco mil volumes e nenhuma restrição de qq espécie. Tardes e tardes jogada nos sofás acolhedores, lendo tudo que eu queria. Felicidade pura, isso fez diferença. .../Claudia F.
Primeiro deve-se despertar o gosto pela leitura com coisas que quase todo mundo gostaria de ler quando jovem, algo como Júlio Verne e Monteiro Lobato, por exemplo. Depois que o jovem já tivesse sido apresentado ao prazer da leitura, aà sim viriam os clássicos. Nada deveria ser obrigatório. O estudante deveria receber uma relação de dezenas de sugestões de leitura - nacionais e estrangeiras - e entre, eles, escolher aquelas que iria ler.
Concordo. A escola deve apresentar os clássicos e exigir a leitura. Mas penso que deve incentivar uma leitura livre, sem exigir do aluno identificar caracterÃsticas propostas pela escola. Fico imaginando que experiência incrÃvel será ouvir as opiniões espontâneas dos pequenos leitores.
Muito bom! Todos têm direito à literatura, já diria o saudoso Antônio Cândido.
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