É um desserviço à literatura brasileira tentar promover esse “cancelamento” de Lobato; discorde, critique e discorra à vontade, pois é somente isso que está ao nosso alcance.

O problema não é a obra, a obra representa o pensanento de uma época. O problema é quem a utiliza, no caso a professora. As obras em sua originalidade podem até serem utilizadas para combater o racismo. É uma pena esta mudança, deixou de ser original, se perdeu no tempo.

Como já se diz um ditado popular: todas ideias tem seu tempo e seu lugar. Agora, que virou modismo, todos querem apedrejar pessoas que expressaram não apenas suas ideias, mas todo o contexto de uma época. Exige um esforço mental compreender o contexto...Não se apaga história, não se apagam ideias, não se apagam memórias.

Perfeita a reflexão da "articulista", "escritora". Vamos queimar todos os livros de monteiro lobato e enforcar quem se recusar a entrega-los. Podia se dar ao trabalho de ler a obra do cara pelo menos. Excelente trabalho FDSP.

Precisa um divâ.

Sim, é verdade que Monteiro Lobato tem diversas passagens racistas em suas histórias. Mas será que alterar a obra ou tentar excluí-la da cultura Brasileira é a resposta? Penso que não. Prefiro que as nossas crianças possam lê-lo com o olhar crítico devido. Que possam entender que as coisas evoluíram e isso é muito bom. Por fim lembro uma fala do personagem principal da série "Lovecraft Country": As histórias são como as pessoas. Não é porque tem defeitos que não podemos amá-las.

o Identitarismo é uma praga!

Vejo muita luta contra personagens mortos mas quando se trata do racismo atual pouco se faz. É fácil cancelar Monteiro Lobato ou alterar suas obras. Mudar i passado pouco faz pelo presente e muito menos pela causa no futuro. Vão esperar os racistas atuais morrerem para poder fazer algo?

É incrível que ativistas queiram adulterar até a literatura brasileira. Monteiro Lobato retratou a realidade da época. Não tem nada de racismo.

O sentimento da articulista é igual ao meu quando assisto novela de época da Globo que retrata escravidão. Isso só perpétua o racismo.

Salvo engano, aliás, quem chamava Nastácia de beiçuda era Emília, em suas reinações.

Considero anacrônico chamar Lobato de racista. Seus livros são ponto alto em nossa literatura. Chamaríamos Aristóteles ou Platão de machistas? Sem embargo, sou favorável a notas explicativas nos livros geniais do grande mestre. Alterações do texto, há de se pensar. Creio, porém, que o próprio Lobato, estivesse vivo, modificaria os termos. Ele era um humanista, um homem de ciência. Hoje, não chamaria Nastácia (inspirada, aliás, numa babá que ele amava!) de negra beiçuda.

Eu vejo pura censura nessa atitude e um negativismo aviltante. A solução não é esconder algo que está tão enraizado em nossa sociedade e sim ler essa obra com olhar crítico e racional para entendermos como o racismo estrutural se instalou e não simpleste negá-lo, alterando uma obra, que, sim, tem seu valor, e muito, cultural e literário.

Só posso pensar que a crítica vem, como ela mesmo diz, de quem pouco leu Monteiro Lobato...li diversos livros dele quando criança e neste momento, comecei a reler um livro original, de 1948, a Reforma da Natureza, onde os lideres mundiais contam com a sabedoria de dona Benta e o bom senso de tia Nastácia, para "consertar o mundo "! Realmente não parece que Monteiro Lobato via tia Nastácia como alguém menos importante, quanto mais, transmitia alguma imagem depreciativa dela, por conta de raça...

Acho que Monteiro Lobato foi um escritor infantil de grande talento, apesar de racista. Mas convenhamos, num país com maioria de afrodescendentes como o nosso é dureza. É como querer que os israelenses apreciem a música de Wagner.

Independentemente do autor, a condenação integral da obra de um escritor por alguém, que assumidamente mal a leu, no minimo carece de argumentação racional. Fica restrita à arena das opiniões preconcebidas. Respeitável apenas enquanto liberdade de expressão individual.

Não seria ler a obra e explicar porque aqueles termos estão lá? Sua origem racista? A Alemanha baniu o nazismo, mas não proibiu imprimir o livro que lhe inspirou.