Hélio Schwartsman > A era da desinformação Voltar
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é facil ver que a terra não é plana. experimento: faça uma viagem do brasil para os eua. depois, eua para o japão. do japão para a europa. da europa para o brasil. se isso é possÃvel fazer, e a quantidade de horas de um lugar para o outro não é a soma de todas as horas de todas as viagens feitas, é porque a terra não é achatada. se a terra fosse plana, uma viagem dos eua para o japão transcorreria em muitos dias, pois se teria de passar pelo atlantico e pela europa.
Engraçado, ontem fiz um comentário sobre o assunto abordando a teologia como ciência, mas o comentário foi para moderação e até agora não foi publicado. Sinceramente, não sei o que o pessoal da censura da Folha viu de errado nele que justificasse seu banimento.
Fico a pensar se não existe uma outra realidade! Parto do princÃpio que metade da população aceita normalmente certos comportamentos. Defender ditadura, torturas, torturadores e armas, indicar tratamento fake, mentir e confundir fazem parte dessa realidade. Até brincar com a vida é permitido, desde que o alcance da morte seja com os outros. Bem, eu que sabia agora estou em dúvida, talvez a terra não seja redonda!!
Pois então, e o que dizer do neoliberalismo que tu apoias Hélio? São tantos termos bacanas como PIB, Bolsa, o Agro é Pop, Mercado, etc. que muitos da mÃdia engolem sem capacidade crÃtica. Quero ver falarem mais de desigualdade social, de destruição ambiental em nome da ganância, da fake meritocracia (quando as oportunidades são desiguais), da demonização das esquerdas e da Lava Jato que pariram Bolsonaro. Saiam da covardia em pról da ética e do Brasil!
Pois é Hélio, tenho denunciado tanto aqui como em redes sociais, que parte dos colunistas inclusive dessa folha tem se tornado especialistas em Fake News, principalmente quando defendem a reabertura das escolas no auge da pandemia trazendo informações e dados muitas vezes cientÃficos, mas fora de contexto, pois não compartilham de consenso da maioria de seus pares dentro do mundo da ciência, inclusive muitas vezes são pontos fora da curva e tudo isso para defender interesses econômicos escusos.
Compreender que a Terra é redonda não é resultado de acreditar no que contaram. Basta observar um pouco além. E é fácil. O mÃnimo de raciocÃnio geométrico dá conta de entender. O sol nasce em um lado e se põe do outro. Um poste faz sombra de acordo com o horário e o més do ano. O ângulo entre sombras de postes em cidades diferentes é diferente. O resto é calcular. Só é possÃvel porque a Terra é uma esfera. Matemática básica.
Desinformação Ferramenta básica do negativismo tecnológico, para os subordinados. Proteção do parasitismo social. Narrativas midiáticas para justificar, as mordomias dos teclados de ricos e os sofrimentos das enxadas de pobres.
Na 'era da desinformação', a criação caótica de fake news surge como a deslocação da verdade dentro do espaço de significações, trazendo um mundo de 'fatos' que com suas representações deformadas, lógicas ou ilógicas dependem de um tipo especÃfico de enquadramento mental já pré-condicionado e enclausurado. Vem com suas afirmações absolutas, absolutamente loucas, mistificadas e finalidade de espalhar confusão sem imperativo de sentido ou ordem objetiva. .../Claudia F.
Quem tem mais idade lembra do tempo em que a TV reinava absoluta como fonte das notÃcias. Era o Ipê-roxo que cura o câncer, operações espÃritas extraÃndo tumores, encontros com ET's, ladeira do sobe sozinho em BH, Uri Geller entortando colheres e por aà vai. Tudo em horário nobre atingindo dezenas de milhões de pessoas, e entrevistas com testemunhas e "especialistas". Nada de novo sob o sol, exceto a migração da TV para a internet.
Analisarmos a noção de crença é muito importante para a epistemologia. Há distinções entre crença religiosa e crença cientÃfica? Para responder a essa questão é bom vermos a história do uso de crenças. O livro "The Age of Misinformation" está na minha lista de livros a serem lidos. A epistemologia social pode esclarecer muitas coisas sobre as "fake news". Na epistemologia atual tudo são teorias. Como as evidências podem refutar crenças falsas?
IlustrÃssimo e prezado Benassi. Interessante suas considerações. No caso de haver evidência contrária, alguns cientistas formulam hipóteses ad hoc, isto é, feitas para levar em conta a evidência. Porém, com o acúmulo de hipóteses ad hoc, o cientista é levado à formular nova teoria. Não há certezas absolutas, apenas novas teorias na ciência que tenta explicar os fatos. Vide a radiação de Hawking em buracos negros.
Caro Vito, interessantÃssimo, isso, pena que eu sou um ignorante. O que posso dizer é que o valor do resultado cientÃfico depende da crença nos fatos, não no emissor/propagador. O processo de crer, me parece equivalente, mas o objeto da crença é radicalmente distinto. O religioso vê o milagre e crê numa versão totalizante compartilhada; o cientista o vê e busca, fato a fato, como pode ter ocorrido, compartilhando o método de busca. Tem que acreditar no fato, na evidence, mesmo quando contrariado
Quanto mais buscamos o conhecimento, mais chegamos à conclusão que nada sabemos. Tudo isso que chamamos de 'realidade' não passa do que podemos perceber com nossos sentidos básicos. Quem nos garante por exemplo, que não estamos vivendo numa simulação altamente complexa, e a partir daÃ, até aquilo que sequer conseguimos imaginar, porque nos faltam parâmetros comparativos, é possÃvel
Comi sempre, o artigo começa bem e termina mal. Como já sugeri, diversas vezes, a colega Flávia Lima, cabe ao jornalista fazer perguntas. Não apenas apresentar dois pontos de vista! Como foi colocado no texto da página seguinte, a mÃdia alternativa (sites, canais e blogs) já cumprem este papel. Cabe aos jornais promover o debate, com perguntas incômodas, de ideias.
A coluna de hoje instiga a reflexão sobre verdades cientÃficas e avanços nos métodos de sua comprovação. Cabe indagar o porquê de tantas ideias falsas e crendices resistirem ao tempo . O terraplanismo e a cloroquina comprovam a permanência de umas e o surgimento de outras. A despeito de a realidade fática ou cientÃfica desmentirem esses absurdos, as falsidades ganham status de verdade e são propagadas com mais rapidez no mundo moderno. Ou seja, o obscurantismo é infinito, tal qual o universo.
A lógica da engenharia reversa é buscar como um certo resultado final/produto é conseguido. Se isso é feito com o rigor necessário, passo a passo, o processo de obtenção é deslindado. Minha impressão é que, quando feito pela fé, a guiança desse "desmonte" é o desejo de obter um certo processo, tipo "o vÃrus é intencional e de laboratório": os fatos não importam, a pandemia é "desconstruÃda" de modo atingir aquela premissa. O fato nunca importará, porque nunca será o guia do caminho reverso
Marcos, independente de qualquer fundamento epistemológico, concordo com sua hipótese sobre o processo de construção do conhecimento, bem como o de seu reverso. Epistemologicamente, seria desconstrução ?
Cara Sylvia, não estudo epistemologia, então não sei se minha hipótese tem suporte teórico. Tudo é crença: quem crê na ciência, entende que a realidade fática e compartilhada é a baliza, o método é o timão, o conhecimento, é resultado. Quem escolhe outra coisa, pega o resultado (a crença), compartilha-o e faz, com outros, a engenharia de reversa que desejam, guiados por este desejo. Os fatos não importam, porque não há método. Interessante que o colega Ayer menciona justamente isso hoje...
As fakes sempre existiram e com elas a "ignorância pela desinformação". Mas o que vemos nos últimos tempos, com as redes sociais, é uma disseminação pandêmica deste gênero de ignorância. As pessoas tendem a acreditar nas mais absurdas informações. Isto se da também nas questões polÃticas, justificando as razões das eleições e popularidade de "gênios" como Trump e Bolsonaro. O pior é que o Coisismo vai muito bem, obrigado com esta interação popular.
A humanidade sempre viveu ou conviveu com as verdades e as poucas verdades cientÃficas.Quem sabe um dia alguns possam provar cientificamente que a Terra é achatada e não redonda né.Que o virus da covid não "nasceu" na China.O aquecimento global inventado pelo IPCC tenha sido uma verdade indiscutivel.Que Bolsonaro foi eleito por causas genéticas provocadas no ar brasileiro até agora não detectadas. E assim caminham as pessoas com ideologias , crenças religiosas e posturas sociais diversas.
Pois é, Hélio, eu cada vez mais procuro me informar sobre ciência na imprensa, pois a linguagem é mais acessÃvel e acredito que as falsas notÃcias passam por uma peneira, sobrando as que têm mais valor social ou amparo em evidências. De qualquer forma, me pergunto se não é um mecanismo de defesa do indivÃduo e de alguns grupos se fiarem em algumas crenças/narrativas como forma de legitimar posições polÃticas ou ideológicas. Eu mesma me policio nesse sentido.
Concordo, Marcos, bela explanação sobre conjecturas e refutações.
Cara Paloma, a peneira é composta pelo valor social, mas não pelas evidências. Como você mesma fez notar, também o valor pessoal conta nessa peneira. Mas o que menos conta, certamente, é fato e método. Ciência não é nada de mais, é de menos: é dúvida, é precariedade, é contrariedade da opinião pessoal, é respeito à evidência, é busca daquilo que pode negar a minha crença. Contra-intuitivamente, a prova estatÃstica sempre visa derrubar a hipótese do cientista; conseguindo ou não, é sempre valioso
2O maior foco dado a Marx foi o q agrada a ditadores: a ditadura do proletário, em um mundo ainda dominado por poder. Mas bem q pode ser apanhada pelo capitalismo q é o q penso.
O declÃnio do jornalismo investigativo, na sociedade do espetáculo, deu lugar a 'testemunhos' desorientadores, como celebridades e, horror dos horrores, alguns avatares das redes sociais. Fala-se muito do declÃnio da 'imago paterna', do patriarcalismo, do preconceito binário de gênero, etc, mas quase nada em relação à obsolescência dos vetustos fundamentos cognitivos da crença e do senso comum.
Ocorre, carÃssimo, que isso tem algum substrato neurofisiológico ontogenético. As crenças, quando suportadas por iguais, tem uma força inaudita; nem tanto quando suportadas pelo desigual, é de se notar. Isso é vetusto, ancestral, mas coaduna perfeitamente com a dinâmica propiciada pela técnica moderna, o alçapão das redes. Os outros blás, patriarcalismo, preconceito, essa tralha é cultural, muda em duas décadas, pode-se até usar redes pra isso. Mas o mecanismo subjacente, vai longe...
É antigo: uma mentira repetida muitas vezes vira verdade. Ñ creio em era da desinformação so pq aumentou a veloc. das mentiras. O gde mentiroso por todos os tempos, q usou a ciência p suas guerras mentirosas, bomba atômica q o diga, foi, e é, o poder q habita o estado. Veja-se a ciência econômica a gde mentira de nosso tempo: gastar mais q ganha, pagar juros se ñ tem, emissão faz inflação, panfolia Covid, poder é protetor etc. Ha mudança climática, mas ñ pelas razões q nos culpam por consumir.
Assim como há um vÃrus, que sorrateiro destrói pulmões, se opondo a vidas, há o vÃrus da desinformação se opondo à Era da Informação. São males similares, e na atual pandemia, até parceiros na troca de favores. Este é em especial perverso, por que usa da falsa ciência para combater a Ciência. Como médicos e estudos anti-ciência do curandeirismo ideológico. Além, temos um Presidente da República Federativa do Brasil que mente. Impunemente.
Informação sempre foi poder, né, Adonay, até mesmo muito antes desta formulação. A muralha da China tinha suas fogueiras, todos os reis, seus mensageiros, toda polÃtica, seus informantes. A informação falsa é uma arma muito antiga. A velocidade e a extensão da propagação, mudanças modernas, trouxeram uma qualidade diferente ao processo, porque dão "solidez" aparente à crença: se o outro acaba de dizer o que eu acabei de desconfiar, deve ser verdade. A irreflexividade é constituinte da Bozofrenia
Muito pertinente o texto. Verdades cientÃficas devem ser contestadas dentro do meio acadêmico. Cumpre ao jornalismo dar destaque se de fato houver controvérsia acadêmica relevante. Caso contrário, o papel da imprensa é a sua reprodução.. O " outro lado " em verdades cientÃficas traz apenas a desinformação.
Hélio, meu caro, já houve a Era do Gelo, do Ferro... Agora chegou a vez da Era do Blá. Não creio que boa discussão no jornalismo, ainda que abordando olhares "de gueto", cause prejuÃzo: nego nem dá bola pra isso. A barbárie informacional é, no mais das vezes, fruto da exclusiva confiança no blábláblá suportado socialmente, ignorando o método. P. ex., o Hilde, abaixo: sua crença em teu comunismo não veio de teus textos, mas do fÃgado. Adianta não dar voz? Serás comuna e meio!
Gostei da referência ao 'método' - erá o que eu queria dizer, e não consegui.
Sobre o assunto desta reportagem, vale a pena assistir à última entrevista de Carl Sagan antes de falecer, gravada em 1996, disponÃvel no YouTube.
Acertou, militante! Mas só o tÃtulo. Como todo bom e hábil marxista, #acuse seus inimigos de seus crimes e chame-os do que você é#. Uma doença moral?
Sou capitalista ferrenho mas gosto muito de Marx, com critica, obvio, o cara viveu ha 150 anos. Mas essa estratégia q vc cita parece ser de Lenin, o ativista com base Marxista. Marx entendeu q as bases morais da sociedade e dada, em resumo, pela produção, e produção e capitalismo. O maior foco dado a Marx foi o q agrada a ditadores: a ditadura do proletário, em um mundo ainda dominado por poder. Mas bem q pode ser apanhada pelo capitalismo q é o q penso.
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