Dilema histórico, prezado professor. Deve ser porque não "existe pecado abaixo da linha do Equador". Sem pecado, sem virtude, ficamos sempre entre o confronto paralisante e a responsabilização que nunca chega. Realidade política contraditória, feita de amargura, sem evolução e dependente de uma integração/integridade ética inexistente. .../Claudia F.

Numa curta análise histórica temos que, todas as nações que têm inclusão e bem estar social tem Democracia Consolidada há muitas décadas e são Parlamentaristas. Na história mundial não há outros modelos. Precisamos amadurecer a democracia brasileira.

O presidencialismo latino americano mais parece caudilhismo. A impressão é a de que as ideias originais não foram, de fato, assimiladas. Ou, foram adaptadas às conveniências das elites locais, que se perpetuam. Daí os elevados índices de concentração de renda e os baixos de saneamento, educação, etc. A região parece destinada a ser apenas uma periferia insalubre. Talvez a mobilização social por um maior controle do orçamento e dos gastos públicos possa dar início a mudanças.

No livro "Um Prefácio à Teoria Democrática", Robert Dahl argumenta que Madison temia que a maior ameaça à democracia viesse do legislativo e não do executivo, algo que não se confirmou pela experiência histórica. De qualquer modo, a democracia madisoniana tem evitado o advento de tiranias, a meta principal a que se propôs perseguir (ainda segundo Dahl).

Putz, seu Marcus, eu agradeço por mais este. Quando você faz essa análise macroscópica e estrutural, ajuda-nos a pensar institucionalidades. Quero adicionar uma percepção do rés-do-chão, ateórica: somos cronicamente avessos à responsabilização. Individualmente, seres com vastas responsabilidades criminais nas costas acabam em posições de poder incompatíveis com a capivara. O Bozo não responde por agressões velhas e presentes. Como querer que estruturalmente seja diferente? É "sinuca de bico"...