Joel Pinheiro da Fonseca > Aumentar os impostos dos super-ricos é uma proposta liberal Voltar
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Duas coisas que não combinam em um mesmo texto, menino Joel: querer afastar dogmatismos e afirmar isto “Sem dúvida, um mundo em que as riquezas fossem simplesmente confiscadas e empresários de sucesso mantidos no mesmo nÃvel econômico que um trabalhador comum teria muito menos empreendedorismo e inovação”. Se esta afirmação não é dogmática, não sei o que é dogmatismo.
Concordo com a tributação progressiva, que atinja proporcionalmente mais quem ganha mais. É justa. No entanto, tenho dúvida se a tributação sobre grandes fortunas, sem combinar com outros paÃses importantes, realmente não causaria um efeito contrário ao pretendido, com a saÃda de boa parte delas do PaÃs. Já sabemos de experiências ruins em outros lugares. Concordo também que as grande inovações, de que tanto precisamos, geram grande fortunas. Vejo aà um impasse. Melhor boa tributação progressiva
Que tal macaquearmos a Argentina e criar um imposto sobre grandes fortunas emergencial e transitório exclusivamente para gerar recursos para o combate aos efeitos da pandemia? Seria algo histórico, pela primeira vez os ricos contribuindo para pagar as contas de nossa miséria, que os beneficia. Além do mais, os ricos ficaram ainda mais ricos durante a pandemia, já os pobres e a classe média perderam renda, emprego e direitos.
Concordo com Joel e o parabenizo pela análise. Embora não ache que a existência de super-ricos seja necessária à sociedade em nenhum sentido, vendo-os antes como seres parasitários. De acordo, portanto, com a ideia de que alguns milhões ou bilhões a menos não lhes farão falta - e podem ser vitais para movimentar a economia e financiar o Estado em aspectos importantes como o dos hospitais. Quem é contra a ideia de taxar os ricos sem ser um deles me parece simplesmente otário.
Assino, tardiamente, embaixo.
Dessa vez vc acertou! Parabéns pela análise!
Espero que na próxima coluna o articulista fale sobre paraÃsos fiscais, os santuários dos super-ricos. Sabemos que nos EUA existem estados com esta caracterÃstica. Mas a maioria guarda alguma relação, passada ou presente, com a superpotência anterior, o império britânico. Falar em vários paÃses adotarem o imposto simultaneamente não parece lógico, quando existe assincronismo no estágio de desenvolvimento de cada nação, mesmo as desenvolvidas.
Engraçado como, no Brasil, pobre e remediado defendem os super-ricos. Gostaria de ver o contrário alguma vez na vida: super-ricos defender pobre e remediado. Sei lá, mandando seus representantes no Congresso votar diminuição do imposto sobre consumo.
É interessante ver como as pessoas atacam a taxação dos super-ricos, tendo em vista que provavelmente não são super-ricos ou estariam passando seu tempo não a debater soluções ao paÃs, mas a desfrutar da própria fortuna... é estranho, mas a alma de vira-lata do brasileiro não dobra. Vivo no Canadá há 10 anos, aqui a discussão sobre uma maior taxação das super-fortunas está à toda, tendo em vista que a nova ministra de finanças é uma ardente defensora da ideia, que deve virar lei ainda este ano.
Pouca gente sabe que, no Brasil, Warren Buffett seria considerado um homem de esquerda: ele sempre criticou a baixa taxação dos mais ricos e a extinção do imposto sobre a herança e vai deixar a maior parte de sua fortuna para instituições filantrópicas.
Complementando meu comentário, no ano passado, um grupo de importantes bilionários escreveu uma reportagem ao NYTimes explicando pq era importante que se aumentassem as taxas sobre suas próprias fortunas! É claro que isso não exime nosso governo de tbm buscar uma taxação das heranças no Brasil, mas descartar a taxação das grandes fortunas, como fazem alguns, não é racional. Por sinal, pesquisas mostram que a maioria absoluta da população é a favor de mais impostos sobre os super-ricos...
A tributação das grandes fortunas não resolvera a nossa gritante desigualdade tributária e a insistência na criação desse tipo de tributo acaba fornecendo munição aos ricos para que não se aprove as medidas mais efetivas, como a redução da tributação sobre o consumo e a ampliação da taxação das altas rendas, assim como a dos lucros e dividendos de PF, sem mencionar a das heranças. Tanto isso é fato que o autor pouco falou sobre ela mas é o único objeto dos comentários.
Para a esquerda, o IGF é apenas desculpa para não tratar do que importa. Em treze anos de poder, o PT propôs o que em termos de tributação mais progressiva? Quase nada! A esquerda latino-americana se preocupa apenas com gastos. Não querem que as próprias fortunas sejam taxadas.
O pessoal não tem sequer noção de nossas desigualdades em termos de tributação, das brechas enormes que existem no IR, da baixÃssima tributação da propriedade imobiliária (bem abaixo da média mundial). Mas, por que seria diferente? Nem a "esquerda" fala disso!
Os EUA são ricos porque lá estimula-se o empreendedorismo. Ficar rico não é crime. Em alguns paÃses da Europa tentaram taxar as grandes fortunas Os empreendedores foram embora, não só perderam os cérebros como quase não arrecadaram nada, voltando atrás da decisão. Deve-se taxar os dividendos pagos pelas empresas. No Brasil não se taxa dividendos, e os empresários retiram o capital de suas empresas para usá-los na pessoa fÃsica, assim as empresas não cresceme e multiplicam os seus investimentos.
Essa relação de causa e efeito é simplória demais, não acha? Quer dizer então que foi isso que fez os EUA prosperarem? Esse reducionismo tosco não contribui em nada para esse debate, obviamente as causas do desenvolvimento extraordinário dos EUA são muitas e históricas, em grande parte relacionadas as duas guerras mundiais, mas a muitos outros fatores. O fato é que o Brasil é muito mais benevolente com os muito ricos mas nem por isso são tão empreendedores quantos os estadounidenses!
Sr Hernandes, nos anos 50 não haviam impostos sobrre grandes fortunas nos EUA, só IR alto. Daà apareceu a lei de Lafer, provando que havia um ponto ótimo para o nÃvel de IR. Quando o IR subia muito, caia a arrecadação. Empresários eram estimulados a não trabalhar, desde então o IR foi reduzido e os EUA ficaram mais ricos. Os paÃses escandinavos perderam sim muitos empresários, foram viver na Suiça e no Reino Unido, onde os impostos eram mais razoáveis.
Tolice! Nos EUA, no auge de sua expansão econômica, nos anos cinquenta, a alÃquota do IR passava dos 70%. E Alemanha, Suécia, Dinamarca e Holanda, dentre outros, não me parecem exemplos de fracasso econômico, de falta de espÃrito empreendedor.
A taxação de fortunas está muito longe de ser a principal forma de melhorar a desigualdade tributária. O autor ressaltou muito bem que a predominância dos impostos indiretos, aliada a baixa tributação das altas rendas, é uma das principais causas. Estudo do Ipea mostrou que a redução das alÃquotas dos impostos sobre o consumo representariam uma transferência de renda muito superior ao Bolsa FamÃlia, por exemplo, ou seja, representaria um incremento na renda dos mais pobres e da classe média.
Boa sorte em tentar taxar fortunas. Nenhum bilionário tem nada em sei nome. Bilionários no Brasil constituem fundos de investimentos fechados cujos lucros, pasme, são isentos de imposto de renda. O governo Temer tentou mudar isso mas, obviamente, foi boicotado pelo Congresso.
Ninguém, nem o articulista, esta jogando todas as fichas no imposto sobre grandes fortunas. O principal na verdade, como bem ressaltou o articulista, é a redução da tributação sobre o consumo e o aumento progressivo de alÃquotas sobre a renda. Isso proporcionaria uma transferência de renda para os mais pobres e classe media muito superior ao de qualquer programa governamental de transferencia de renda. Um imposto emergencial e temporário sobre grandes fortunas para pagar os custos da pandemia.
No Brasil quem fala essas coisas, óbvias, é imediatamente taxado (pelos pobres de direita e pela imprensa defensora dos bilionarios) de comunista.
Não se tem como discordar do articulista. Creio que somente os membros do clube restritÃssimo são contra.
Aprovar este imposto no Brasil? Duvido ! Lembrei daquela passagem bÃblica :"E outra vez vos digo que é mais fácil um camelo passar pelo fundo duma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus." "Mateus 19:24". Não somos Suécia e nenhum outro paÃs escandinavo.
Qual imposto? Ele não se limitou a falar de imposto sobre grandes fortunas, mas enfatizou que a redução da tributação sobre o consumo e uma maior taxação das altas rendas gerariam uma redução da desigualdade muito mais importante. A Argentina acabou de instituir um imposto transitório emergencial sobre grandes fortunas para ajudar a arcar com os custos da pandemia. Por que os ricos não podem ajudar a pagar essa conta se aumentaram ainda mais seus lucros com a pandemia?
Nunca pensei em concordar com o colunista. Hoje aconteceu.
Para um filosofo e economista esse texto é fraco na defesa do IGF que está na Constituição Federal de 1988. As reformas trabalhistas, teto de gastos entre outras favoreceram os grandes investidores e as reformas tributárias, administrativas, polÃtica e educacional não aconteceram. Que tal discutir o que foi estragado e como criar condições educacionais, de investimento em trabalho, saneamento, moradia, saúde. Que tal parar de discurso fácil.
"Por que voce é contra reduzir a absurda desigualdade tributária?" Ao contrário, sou a favor da redução da desigualdade tributária e isso passa por corrigir a tabela do imposto de renda e entender que as grandes fortunas é quem devem ser taxadas para que essa desigualdade diminuir, será que me fiz claro agora. Abraço.
Por que voce é contra reduzir a absurda desigualdade tributária? Deve ser um membro dessa classe, não é possÃvel! Qualquer pessoa sensata concorda que a carga tributaria sobre o consumo é exagerada e prejudica sobretudo os mais pobres e a classe média. Quem com um mÃnimo de razoabilidade não reconhece que as altas rendas são subtaxadas no Brasil? Já deu uma olhada na tabela do IR? Para em R$ 5 mil, ou seja, quem ganha R$ 1 milhão paga a mesma alÃquota de quem ganha R$ 6 mil. Tá bom para voce?
O coração da proposta deveria ser a redução dos impostos de consumo. A taxação maior de heranças, patrimônio ou renda entra como compensação por essa redução. Assim se ganha mais apoio polÃtico para a ideia. Senão fica a impressão de que se defende um aumento da carga tributária para resolver a ineficiência do Estado.
É isso mesmo, xará! Não sou contra o IGF mas ele sozinho não resolve o problema da desigualdade tributária e, como voce bem disse, serve de pretexto para os ricos não deixarem aprovar nenhuma reforma tributaria que os penalize e distorce o debate, que deve se centrar na redução dos impostos indiretos e na progressividade dos impostos sobre a renda, o patrimônio e as heranças, alem da taxação de lucros e dividendos de pessoas fÃsicas.
Ãreas essenciais como educação, saúde e infraestrutura estão no limite da exaustão e não há mais como fugir do debate sobre como financiá-los. Já sabemos que não é mais possÃvel arrancar recursos dos 50% mais pobres e nem dos 40% de remediados. Mas há abundantes informações que atestam amplas possibilidades de buscar dinheiro no décimo e no centésimo superior da pirâmide social. Não é uma luta fácil. Vamos enfrentar polÃticos calhordas e elite escravagista, é o preço!
Vai dar pano pra manga, caro Joel. E aponto um dos motivos pelos quais é difÃcil colar a taxação dos super ricos, e que pouco se discute: a esperança vã de um dia acumular riquezas que sejam, desta forma, taxadas. É o pobretão com discurso de patrão...
Ah, que pena Lúcia, você e o colega Said provavelmente não verão essa resposta, porque a discussão acaba saindo do foco. Entretanto, respondo: não é a o pobretão efetivamente, aquele da miséria e do salário-mÃnimo, a que se dirige meu dedão apontado. É à queles que, fazendo parte dos três primeiros quartis da distribuição de riqueza, imaginam-se no futuro como parte do 1º e privilegiado quartil. Na verdade, destina-se ao centro da distribuição, 66% da curva normal, que sonha com virar predador.
Marcos e Lúcia, recentemente andei fazendo algumas excursões na polÃtica americana tentando entender aquela confusão toda. Bill Clinton e Barack Obama eram anticristos durante seus mandatos, Joe Biden o é antes mesmo da posse. Trump of God (está na BÃblia) é enviado de Deus e sua riqueza é um sinal divino, está em perfeita conformidade com a teologia da prosperidade. O ''trickle down'' é perfeitamente assimilado pelos eleitores americanos.
Não que não exista pobretão com discurso de patrão. Tá aà o governo eleito pelos "pobres de direita", com delÃrios elitistas, que não nos deixam esquecer. Mas este é o menor dos problemas na taxação dos ricos. O problema são os ricos mesmo. Se a grita do pobre com delÃrios de zelite interessasse ou impedisse alguém, eles não estavam pagando a conta hoje em dia. Botar mais esta na conta do pobre é injustiça.
Taxar ricos de modo diferenciado nunca foi proposta liberal, ao contrário, a grande maioria das campanhas polÃticas de candidatos liberais promove a redução de impostos para os mais ricos. Dizem q isso favoreceria os investimentos. Guedes, o papa tupiniquim do liberalismo, propôs em 2018 criar uma alÃquota única de 20% no imposto de renda, para todas as faixas de renda, incluindo os mais ricos. Ao mesmo tempo q recriaria a CPMF, q atinge igualmente a todos, em termos de %.
Concordo em aumentar os impostos sobre a renda mas não me parece razoável taxar patrimônio que, em tese, já pagaram impostos ao serem construÃdos. Entretanto, o grande problema é aumentar impostos e tais recursos não chegarem onde devem (nos mais pobres). A elite polÃtica brasileira é expert em se apropriar de qualquer "excedente" que seja criado. Utópico, mas melhor seria gerir esse adicional no âmbito privado, com doações e alocações geridas por conselhos.
Carlos, uma coisa de cada vez. Primeiro promovemos uma reforma tributaria que reduza a gritante desigualdade, reduzindo os impostos sobre o consumo, nos moldes dos paÃses ricos e desenvolvidos, e, da mesma forma, aumentando a progressividade dos impostos sobre a renda, sobre o patrimônio (IPTU, IPVA, ITR, etc) e sobre as heranças. Já reparou que as heranças de pobres pagam o mesmo que a dos ricos, mÃseros 4% em média, contra quase 40 ou 50% nos paÃses capitalistas ricos e desenvolvidos?
Mais do que utópica, sua proposta é inviável. Não há paÃs no mundo onde isto aconteça.
Lucia, como disse acima (é só ler sem ingenuidade): "em tese, já pagaram impostos ao serem construÃdos". Não posso afirmar que isso tenha acontecido. Mas meu ponto principal é que não adianta taxar patrimônio, aumentar imposto sobre renda ou consumo, etc. e tais recursos serem apropriados pelos de sempre, desde as capitanias hereditárias. Ou para ser mais claro, nosso histórico não permite acreditar que aumento de receita irá para os que mais necessitam, infelizmente.
Quanta ingenuidade (espero). O problema é justamente que a construção desse patrimônio não foi suficientemente taxada. Assim como sua manutenção (vide impostos sobre lanchas e aeronaves, por exemplo). Como lucros e dividendos são isentos de imposto, um empresário que recebe 1 milhão por mês de distribuição de lucros da sua empresa declara dois salários mÃnimos de pro-labore (este, taxado) e paga menos imposto que a sua secretária.
Muito bom artigo, corajoso, vai fundo onde a maioria só dá mergulhos na superfÃcie. Você que é da área, pense no Imposto de Renda a partir da menor alÃquota sobre a menor renda, crescendo em Ãnfimas diferenças até tipo 55% sobre rendas mensais acima de 50 mil reais. Penso isso junto ao de transações financeiras, no ideário do Imposto quase Único. Já taxar fortunas é punir o esforço, o mérito pessoal - e deve ser sepultado, este pensar.
Tudo bem, então, se te incomoda taxar fortunas, que tal as heranças, que permitem a eternização da desigualdade. No Brasil as heranças são taxadas por uma alÃquota única, para ricos e pobres, de 4%, em média, pois é um imposto estadual. Nos paÃses capitalistas ricos e desenvolvidos essa alÃquota pode chegar a 50%. Herança não é mérito de ninguém a não ser do morto, isso quando ele a construiu e não herdou de seus antepassados. Acho que centrar a discussão nesse imposto distorce o debate sim.
Qual o mérito pessoal na fortuna herdada? A grande maioria dos bilionários brasileiros herdou a maior parte de sua fortuna.
O que mais impressiona no caos brasileiro é o que pensa que é bilionário. A defesa pela não taxação de iates, jatos, helicópteros, são de quem nunca sequer vai ver de perto um destes objetos de luxo. O IPVA destes itens no Brasil é ZERO. O de uma moto de R$ 4 mil é de 160 reais...
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