Michael França > De pai para filho, a meritocracia hereditária Voltar
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Muitas pessoas batem no peito e se vangloriam por serem bem sucedidas, competentes, inteligentes, produtivas, esforçadas, mas nunca pararam para pensar que tiveram toda a oportunidade e condições necessárias para serem o que são e que qualquer pessoa que tivesse nascido no teu berço de ouro também poderia ser tão, ou mais competente que ela. Vemos muitas pessoas competentes em função de poder, mas também vemos muita gente incompetente que só esta ali naquele cargo porque nasceu na famÃlia certa.
E qual é a solução? Só vejo através da educação. O estado redirecionando orçamento para a educação.
No livro The Son Also Rises, o autor explica que estabilidade de uma linhagem em uma classe social é maior no longo prazo do que no curto prazo (se uma linhagem sobe ou desce de patamar em uma geração, existe a tendência de retornar ao patamar anterior nas gerações seguintes). O autor do livro (Gregory Clark) especula que isso possa ter influência genética.
Acredito que as questões de influência familiar estão nos estÃmulos oferecidos aos filhos e a auto confiança gerada. Sou pobre e vejo por toda minha famÃlia o conformismo em ser pobre e que seremos assim sempre. Uma maneira de quebrar essa barreira começa na casa mudando a mentalidade perdedora, como no futebol. Claro que eu subirei um degrau e não ficarei rica, mas a semente estará plantada.
Com certeza o background cultural e social contam e muito para o futuro profissional de uma pessoa. Isso é inegável. Mas qual seria a solução para quem não parte dessa base? Acho necessário pensar nisso.
Sou branco, vim da periferia (Sapopemba). Meus pais não tem ensino superior. Sei o que é o estigma da origem social, porque me esforcei mto - cruzando 50km por dia dentro de São Paulo -, realizando jornadas de 16h/dia, para me formar. Fiz isso por 10 anos, e hoje tenho duas graduações. Hoje, estou a um mês de defender meu mestrado, e lhe digo: não são homens brancos os privilegiados: são as famÃlias que dominam nosso paÃs. Elas usam o QI para colocar os deles no poder. A origem importa.
Excelente artigo, com argumentos consistentes e fundamentado em pesquisas. Concordemos ou não com as questões apresentadas, a forma de apresentar o assunto e debatê-lo, está irretocável. De fato é impossÃvel falar de meritocracia sem considerar elementos externos, ainda mais em um paÃs extremamente desigual, em vários aspectos, como o Brasil.
A engrenagem da desigualdade é forte. Mesmo a educação pública e gratuita não é suficiente. Os filhos de pais menos pobres, e que desfrutam de um ambiente mais estimulante em casa tem (em média) melhor aproveitamento, e melhores chances de tÃtulos universitários de prestÃgio. O sistema escolar voltado para si mesmo, para o academicismo, acaba servindo como uma justificativa ideológica para as diferenças de classe, como dizia o AnÃsio Teixeira.
Excelente texto, obrigado Michel! Não fosse a estrutura, o habitus herdado da famÃlia, ninguém teria absolutamente nada e isso explica a desigualidade. Precisamos acabar com essa ilusão de meritocracia na escola, fazendo os jovens pobres entenderem isso desde cedo e furar essa bolha de privilégios.
Texto tÃpico do besteirol estrutural do jornal.
Os liberais gostam de pensar que a educação resolve tudo. Eu penso o contrário. A educação é consequência, e não causa, do status sócio-econômico. E as experiências produtivas que uma pessoa atribui a sua educação são, em grande medida, resultado das interações sociais possÃveis para ela no conjunto de relações produtivas em que se localiza.
E qual é a solução então?
A observação dos dois últimos parágrafos está equivocada. Leste-asiáticos(chineses, japoneses e coreanos) e asquenazes, mais que europeus, estão super-representados em funções de liderança. Não por coincidência, leste-asiáticos e asquenazes têm QI médio de 107 e 115, respectivamente. Como a herdabilidade do QI é de 57 a 80%( "Heritability of IQ", wiki em inglês), conclui-se que o sucesso é transmitido de pais para filhos principalmente através dos genes.
A inteligência é influenciada por fatores genéticos e ambientais. Nos paÃses mais desenvolvidos, nos quais os fatores ambientais negativos já foram mitigados, os efeitos genéticos ficam mais evidentes. Em paÃses mais desiguais, uma parte da população sofre muito a influência de fatores ambientais que prejudicam o desenvolvimento do QI até atingir o potencial genético: desnutrição da mãe durante a gravidez e do filho na infância, falta de acompanhamento pré-natal, uso de drogas, etc.
A sua conclusão está equivocada. O sr. toma QI, uma medida, como causa, e não consequência, do processo de socialização, um fenômeno, que começa nos primeiros dias pós-parto, sendo influenciado também pela qualidade da gestação da mãe. O único QI herdado é o Quem Indica
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