Sérgio Rodrigues > Linguisticamente (final) Voltar
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A partir de outra abordagem, você defende o que o grande Ariano Suassuna de maneira crÃtica e bem humorada defende. É o que me parece.
Que bálsamo! "Supor que apenas um grupo tenha o que dizer sobre as palavras é como decretar o corpo humano propriedade exclusiva dos fisiologistas, mandando calarem a boca os coreógrafos, os desenhistas, os esportistas e os amantes." Perfeito!
Me irrita essa expansão de "qual", prefiro o conector universal "que": mais neutro, fica no fundo e nãona figura. Essa expansão é consequência de maus professores que dizem "preciosidades" como "um texto não pode ter mais que dois quês"... aff!
Apesar do que se pretenda normatizar sobre ela ou acerca da sua descrição por métodos cientÃficos, a lÃngua continua aÃ, viva e feérica na boca dos falantes, os verdadeiros senhores da linguagem...
'Registro' de linguagem (formal ou culto 'versus' informal) sempre será expressão de clivagem de classes. 'Sentar na mesa para discutir', será sempre pejorativo - mesmo quando era o modo de expressão do presidente da República. Só quando os 'mÃdia' intervêm para difundir e convalidar o 'informal' da patuleia se afirma sem peias.
Acho temerária a eleição, por parte de qualquer falante, de estruturas que considere abomináveis, pois, embora seja uma resposta automática do que chamamos norma, não deixa de ser coerção, idêntica às praticadas pelas gramáticas normativas. O mesmo problema é o de criticar estrangeirismos. Eles representam o contato com a alteridade e com a história. O português está cheio deles e os falantes nem se dão conta. Só do árabe há mais de mil.
Sim, Ayer, o uso "massivo" (qual é o problema com "maciço"?) de bobagens assim apenas irrita.
Sim ao 'abajur' e ao 'futebol' - não ao 'coach', ao 'ceo' e ao 'startup'. Estar últimas estão para a maioria como 'Unübersichtlichkeit' está para o sujeito distinto que as usa como signo de distinção.
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