Ilustrada > 'Racismo delirante' é tratamento grotesco, Monteiro Lobato merece respeito Voltar
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Monteiro Lobato é um grande escritor e merece tda a nossa admiração e respeito. Não vejo racismo em seus livros e tb a época em que foram escritos, o momento histórico era outro e Lobato escreveu lindas estórias infanto-juvenil, com mensagens educativas e sempre valorizando o nosso povo e a nosso cultura. Os crÃticos Monteiro Lobato precisam situá-lo na época em que ele viveu, respeitar a sua obra grandiosa na literatura brasileira e não denegrir e retratar a sua arte.
O Brasil é tão miscigenado que falar de branco e negro se torna ridÃculo. Neguinho da Beija-Flor tem 67,1% de genes de origem europeia. A esposa do presidente é mulata. São tudo apenas aparências.
Li, quando criança os livros de Monteiro Lobato que sempre me estimularam a pensar! Não tem melhor remédio para o racismo e outros fanatismos. Há que compreender todas as obras no seu tempo. Se não irÃamos proibir o Mercador de Veneza pela perversidade do agiota judeu, a Megera Domada por sexismo. Quem sabe proibir ou censurar Shakespeare. Proibir Rigoletto por misoginia em “Lá Donna é Mobile”.Conforme a margem de intolerância, até a BÃblia seria censurada por alegações parecidas.
Carlos Augusto, vc tem tds a razão. Olhar as grandes criações literárias com a visão do presente e sem situá-la no seu tempo, no seu momento histórico é um grande equÃvoco.
OBRIGADO.
PARABÉNS Não outra palavra para me manifestar a respeito desse artigo.
é... é.. era racista sim, mas um racista maroto...
e um excelente escritor.
É cômico ver os brancos, como o Marcelo Coelho, mais indignados com o Monteiro Lobato (morto em 1948!) do que os negros supostamente atingidos por ele. É mais uma babaquice, histérica e afetada, de quem não tem um milésimo do talento do escritor. Deveriam respeitar um dos maiores intelectuais que o Brasil já teve. Mas essa gente idiota não é capaz de compreender a grandeza de espÃrito do Monteiro Lobato. Não se deve dar pérolas aos porcos.
Certo... Monteiro foi membro da Sociedade Eugênia de São Paulo, mas não era racista. Que irônico, não?
Ana Lúcia, considerando que estamos em tempos de combate (urgente) ao racismo, não seria necessário, pelo menos, reescrever as obras infantis? Irônico ou não, é clara a posição de inferioridade em que a negritude é colocada nos livros, cartas e etc. É evidente que muita gente “cancela” o Monteiro sem ao menos ter lido. Eu li um ou dois infantis e assisti o sÃtio na TV. Não me lembro de ter percebido qualquer insulto racista nessas obras. Talvez seja reflexo da minha “branquitude desatenta”.
Começa dando carteirada de literata, mas escreve pior que o Weintraub. Envereda por um negacionismo tosco, de dar inveja a Bolsonaro. As cartas provam que Lobato era um racista delirante? Então vamos responder que ele estava só brincando... Em O presidente negro ele só estava ironizando... ah, vá plantar batata... em outra carta ele lamenta que nenhum editor americano se interessou pelo livro e que devia ter ido para lá no tempo em que eles linchavam os negros em praça pública.
Se sou a favor de proibir ou alterar os livros de Monteiro Lobato? Minha resposta é não. Mas todo livro de Monteiro Lobato deveria ter desde a capa até a contra capa, passando por todas as páginas, a advertência: "Este livro foi escrito por e expressa as ideias e ideais de um ignorante positivista e racista, fruto das e de intolerâncias morais, éticas e religiosas de seu tempo e classe social e tais ideias e ideais não são mais tolerados numa sociedade civilizada."
Concordo com cada palavra que vc escreveu, Luiz Rodrigo. Como pode um escritor Intregalista (o fas-cismo brasileiro, movimento que tinha algo parecido com o que defende o atual conservador-patriota-cristão-cidadão-de-bem-anticomunista-de-extrema-direita) e eugenista ter o racismo - muitas vezes ex-plÃ-ci-to e até "normal" para a época - abrandado por uma especialista em semiótica?
Não é melhor queimar tudo, Luiz? Sai mais barato.
DifÃcil, naquele contexto, que a grande maioria dos brancos, não fossem estruturalmente racistas. Nos primeiros séculos do aprisionamento e comércio de africanos (350 anos de tráfico de escravizados) sabe-se que personalidades mundiais como John Locke, humanista, David Hume, Voltaire, Kant, Hegel, filósofos, os jesuitas, enfim, viam a escravização negra com naturalidade, aplicando a essa visão a ideia de inferioridade racial e cultural, com argumentos que hoje soam completamente absurdos.
Lobato escreve ficção cientÃfica com O Presidente Negro ironizando a vaidade e, também, a crueldade dos brancos que descobrem um jeito de esterilizar os negros mudando a sua cor. Ele era combatido pela igreja católica que imprimiu um livro considerando a sua obra como "comunismo para crianças " porque ensinava a pensar. Parabéns, professora Ana pois quem realmente leu todas as obras, incluindo as para adultos, e ainda conhece a biografia de Lobato, só pode, no mÃnimo, respeitá-lo.
Não há dúvidas sobre a importância da obra de Lobato e Coelho não questionou isso. Mas me pareceu que o maior argumento da professora em defesa do acusado de racismo foi sou doutora-em-semiótica-minha-opinião-é-melhor-do-que-a-sua. Certamente vale mais do que a minha, mas entre a doutora em semiótica e o caro jornalista, fico com este.
Concordo. E acho também que uma "única" carta em defesa da KKK já é mais do que suficiente. Pode ter sido um escritor genial, mas era racista, ué...
O fato é que não existe um Lobato. Existem três. O da juventude, latifundiário reacionário, que criou a figura do Jeca Tatu. O da maturidade, que renegou seu passado reacionário, renegou o Jeca Tatu, reconhecendo-o como produto da miséria. Chegou a entrar e militar no PCB, foi até preso. E um Lobato senil, abalado pela perda de um filho. Sua obra "O presidente negro" é um feroz libelo contra o racismo "americano", mostrando a crueldade do branco, assim como em Negrinha.
Sempre tive minhas dúvidas sobre afirmações de que Monteiro Lobato era racista. Entretanto, ao ler o texto da nobre pesquisadora, fiquei feliz em saber que o comportamento de Lobato era de um cidadão que se preocupava, também, com as condições dos brasileiros, e que a verdade para um, pode ser outra para outrem. Entretanto, o que enobrece um Estado Democrático é justamente a liberdade que se tem de se contrapor a idéias e pensamentos diferentes. Viva a democracia!
Jeca Tatu parece ser um exemplo disso. Lobato mostrava um matuto fruto das condições sociais da época. E Lobato mostra suas mazelas decorrentes da falta de saneamento, etc.
Esse é um coelho delirante.
Diante da questão, não tenho nada de importante a acrescentar a não ser essa saudável constatação do clima de liberdade e fomento à temas controversos que pairam em nosso ambiente civilizacional, pelo menos, enquanto assim for permitido (até quando não se sabe).
Entre a obra e o home, há sempre um hiato, por vezes inexplicável. Cito dois exemplos, um francês e um americano. Céline era raivosamente antisemita. Perto da guerra terminar, ele foi para a Holanda, temendo a justiça da Resistência francesa Ninguém hoje, na França, contesta a obra do romancista Céline como uma das maiores do século XX. Ezra Pound, o grande escritor americano, apoiou Mussolini e o regime fascista italiano, e, no entanto, Pound é considerado com um dos maiores poetas do XX
Entre a obra e o homem, digo
entre a obra e o homem, digo
(cont) O que me encantava era a rebeldia da EmÃlia, a erudição de Dona Benta as peripécias das caçadas de Pedrinho... Neste livro há um diálogo magnÃfico do Pedrinho com o Saci sobre a morte, provavelmente inspirado pela leitura de Nietsche, de quem Lobato era um leitor fervoroso Racismo? Lobato pode ter sido racista, mas ele não era apenas isso. Era um homem multifacetado e um escritor para crianças simplesmente genial.
Excelente comentário.
Parabéns. Hoje é fácil olhar para o passado e apedrejar os vultos como racistas. Estudar o passado e analisar com os olhos do presente é distorcer o próprio passado. O passado não pode ser alterado pelo presente e se pudesse , não seria o passado. E o passado deve exemplificar no presente,para que não ocorra no futuro. Monteiro Lobato tem méritos na literatura e apedrejado,o seu passado, pelos olhares de hoje? Repiso-me, não se pode modificar o passado, com o olhar do presente.
No passado, houve personagens racistas, abolicionistas, libertários, progressistas, conservadores, visionários, reacionários. Cada um toma a posição que quer e deve ser registrado na história pelas posições que tomou. Isso não implica negar os méritos que teve, seu talento ou o valor estético de sua obra.
Entre os 8 e os 9 anos, li toda a obra infantil do Lobato. As horas passadas devorando os livros do Lobato foram as mais felizes da minha infância. Lobato foi o herói da minha infância, e se eu nunca tivesse lido essa obra, não seria o homem que sou hoje. Há cenas nesse livros que eu jamais esqueci: o encontro de Dona Benta e Narizinho com Sócrates, em "O Minotauro", a descompostura que a EmÃlia passa no Hitler, em "A chave do tamanho"... Racismo? Nunca prestei atenção (Cont)
Era racista e pronto! Ler "Negrinha" e "Presidente Negro", como uma mulher preta que sou, é de arrepiar a alma. Chorei muito após ler Negrinha. Sou professora, trabalhei em uma instituição infantil e a coordenadora pedagógica deste lugar me escolheu para trabalhar o autor. Tive muita resistência, pois sabia do conteúdo de suas obras. Para criança, a obra de Lobato se restringe ao SÃtio, que fez parte da minha infância. Ele tem de ser lido sim para entender a formação eugenista deste paÃs.
A obra de Lobato merece respeito. O racismo, delirante ou não, merece repúdio. No mais, o texto recorre a argumentos já tão batidos que dão até preguiça... Sério que ele ter um amigo/colaborador negro 'prova' que não foi racista? Então, ele não foi racista nas outras correspondências, mas há alguma em que ele tenha sido antirracista? A realidade antecipou a previsão dele em séculos ou ele relegou essa possibilidade a algo num futuro absurdamente distante, quase distópico do seu ponto de vista?
E se ele descesse numa "mesa branca" (ahn?) iria gostar de Porta dos Fundos? Que mesmo que isso tem a ver?
Se em um escrito pessoal ele se revelou simpático a "KKK", não há como negar ou passar pano como tenta a professora. E dizer que isso é ironia beira o absurdo. Além disso, o artigo da professora é cheio de paixão pelo escritor, o que é um obstáculo à verdade. A referência aos próprios tÃtulos acadêmicos me pareceu também excessiva, como se abraçasse esse artifÃcio por saber que seu próprio argumento não é sólido o suficiente para convencer os leitores. Ademais, há erros de redação.
Não foi muito convincente. Citar um (1) colaborador negro e alegar que certas frases são apenas ironias são argumentos dúbios. Creio que esse debate ainda precise prosseguir... aparentemente, algum grau de racismo fazia sim parte da visão de mundo de Monteiro Lobato.
A maioria absoluta dos que comentaram aqui e concordam com a autora de que Monteiro Lobato não era racista, também acham que não existe racismo no Brasil. Tem até gente que acredita em racismo reverso ou que alguém não é racista porque tem um amigo preto.
Show de bola.
Estou estarrecido com a maioria dos comentários, assim como com o artigo do Marcelo Seguem na direção errada. O que afeta o Brasil não é o racismo em si (lá vou eu ser apedrejado) e sim a desigualdade com que a população negra é tratada. A correção dessa desigualdade começará quando o ensino de primeiro e segundo graus forem democratizados. Fora disso é só rancor. Vamos construir um novo futuro cuidando das nossas crianças. Vamos parar de gritar uns com oÚteis e passar a agir.
Professora colocar os tÃtulos de nobreza acadêmicos no inÃcio do texto é muito clichê, assim como brancos abastados defenderem Monteiro Lobato e sua obra infame! Gostar ou não da obra o dito cujo, não inválida suas reais aspirações racistas.
Então... Não fosse o tom bastante pessoal usado pela autora, poderia até concordar com ela totalmente. Contudo, é muita sardinha e pouco cientificismo. Podemos dizer também que "racismo delirante", expressão usada pelo outro autor, também é um tom de chepa de domingo. Portanto, cada um quis vender seu ponto de nada imparcial.
A controvérsia sobre o racismo de Monteiro Lobato se insere num momento de reflexão sobre a condição das pessoas negras na nossa sociedade. É o tema do momento que inunda os jornais, as resenhas, as crÃticas, a literatura especialmente e as crônicas jornalÃsticas. Lobato começou a ser vigiado de perto, com sugestões de alterações de seus textos. Longe da controvérsia o juÃzo sobre a qualidade estética do texto de Monteiro, sua contribuição fundamental para a criação de uma literatura brasileira.
Lobato escreveu para crianças depois das desilusões com os adultos. Foi um homem à frente de seu tempo - fundou Editora e distribuiu livros enviados pelos trens, para que a população tivesse acesso. Foi preso e enviado por Getúlio aos EUA como adido comercial para nao incomodar mais e insistir que havia petróleo aqui. Escrevia cartas aos governantes com ironia e sabedoria. Tem personagem mais irônico do que um Visconde de sabugo de milho ou, um porco Marquês de Rabicó ? Sabedoria e luta.
Acredito que muitas vezes aqueles mais afeitos à obra de Monteiro Lobato acabam por tomar constatações sobre a obra do autor como ofensas quase que pessoais. O sociólogo Marcelo Coelho não defendeu a censura de Lobato. O auto é um indivÃduo complexo, com contradições abundantes em sua biografia (ele pode ser racista e ter amizade com um ilustrador negro!). Por mais que amemos sua obra, devemos aceitar os seus defeitos. No mais, parabenizo a Folha pela publicação de um debate de tal nÃvel.
Um racista jamais colocaria um casal de velhos negros em papel tão relevante em sua obra. Virou moda pessoas de pouca cultura se aventurarem em julgamento da moral alheia. Pior que nem aqui para se defender a pessoa está.
Complicado contextualizar no tempo e no espaço. Daqui a pouco não estaremos contextualizando apartheid, escravidão e outras vergonhas humanas?
Somos a sociedade que adora olhar pelo retrovisor e julgar, além de perder tempo com questões que não são do nosso tempo, ou seja, um mindset simplesmente diferente. Contando as horas para acabar a assinatura da Folha.
Teu comentário é lastimável. Imagino q vc também não quer olhar para o passado escravocrata, para o genocÃdio dos judeus, etc.
Só é parar de ler. adeus.
Ué, não precisa contar as horas, meu amigo. Pode parar de ler agora mesmo. Seria um grande favor para o jornal e para os leitores. Seu comentário é uma lástima.
Minha autoridade é apenas de leitora. Alertei, em referência ao artigo de Marcelo Coelho, sobre o risco de uma imputação a ML baseada numa obra de ficção. Vamos ficar buscando intencionalidade nas falas de personagens? Já o ensaÃsta, ok, se expõe. E esse revisionismo (agressivo, por sinal) tardio? Eram, então, a crÃtica e o público da época, racistas?
Uma fã de Monteiro Lobato. Só isso. E aà não adianta de nada fatos, só o que ela pensa.
Muito bem Folha, seguindo a lógica vamos abrir um novo debate: DR .Roger Abdelmassih seria um abusador contumaz? ou seu método de bulinar as mulheres sedadas deve ser estudado com respeito pois aumenta a chances de aderência do embrião. Vamos lá temos que ouvir os dois lados...
A comentarista busca ao longo de todo o texto se colocar como "autoridade" para fortalecer a sua argumentação. Justificar que a "defesa" da KKK por Monteiro Lobato foi uma "única" vez é inaceitável, pois não se é "meio racista", além disso a autora busca inferir que a afirmação foi irônica, o que só seria aferÃvel em algum centro espÃrita. Entendo que ML tem uma grande obra, mas isso não é suficiente (e não se mistura) para esquecermos sua posição racista.
Tentar invalidar a obra de Monteiro Lobato porque ele era racista é como cortar o pé devido à uma unha encravada. Aristóteles ensinava que as mulheres tem menos dentes que os homens e que objetos com mais massa caem mais rapidamente. Isso diminui a obra de Aristóteles? É preciso bom senso, análise de contexto.
Pra mim diminui... Ele queria falar de tudo no detalhe, e por isso ao contrário do Platão ficou muito datado.
Uma análise acadêmica fruto de anos de estudo que mereceu contestação palpitosa nos comentários mostra bem o contexto em que vivemos. Claro que o debate é saudável e necessário, mas deve ser feito em um campo comum e com as mesmas armas. Ao menos citar um texto de outro especialista contrário à opinião da autora. Nada contra quem comentou, apenas contra a facilidade com que emitimos opinião atualmente.
Não é preciso ser doutor para abominar o racismo. Se vc precisa dar voltas e consultar acadêmicos para isso, então vc tem problemas.
TaÃ, eu queria ver um crÃtico contemporâneo de Monteiro Lobato!
A julgar pela lógica da autora, que faz questão de evidenciar o tempo todo seu conhecimento acadêmico e literário, poderÃamos dizer que Hitler e todo o 3º Reich eram 'homens de seu tempo'? Isso apaga o fato do escritor ter se correspondido com a KKK? E o mais ridÃculo é a comparação entre a Klan e a onomatopeia KKK usada nas redes sociais. Humildemente, recomendo à autora a leitura da obra 'Ensaio sobre a cegueira', de José Saramago.
Parabéns, professora Ana Lúcia Brandão. A senhora "os pingos nos is", ao ressaltar a importância de Lobato para a cultura e a vida polÃtica nacional e ao afastar, com conhecimento de causa, a imputação injusta de racista, que alguns poucos vêm promovendo na mÃdia. Gostaria de acrescentar, para reforçar seus argumentos, que Lobato foi editor e incentivador de outro dos maiores nomes de nossa literatura: o afrodescendente Lima Barreto.
Hahaha. Junta ela ao pingo nos is e acha isso um elogio. Genial.
Racismo é discriminar alguém pela etnia. Ou seja é crime , seja contra o negro, o amarelo, o vermelho ou contra o branco. Em 29/11/2017 , em artigo escrito na folha , cujo tÃtulo era "Misses Mestiças", Marcelo Coelho se referiu a uma miss da Ãfrica do Sul, branca, como "uma branquela da Ãfrica do Sul". Isso o torna racista? Seria "racismo do bem"?
Como diria o grande Machado: “Há muitos modos de afirmar; há só um de negar tudo.” Lobato era racista, sua obra é racista e deve assim ser lembrada, um monumento de como o racismo é naturalizado no nosso paÃs.
Monteiro Lobato é um importante escritor brasileiro e foi racista em sua época e em alguns de seus escritos. Cada coisa é uma coisa.
A obra do autor é toda atravessada de um racismo latente, racismo comprovado inclusive pelas suas correspondências pessoais com grupos de supremacistas. Mas para a autora ele era um homem do seu tempo. Me poupe dessa cegueira. É compreensÃvel que uma pessoa que tenha dedicado a sua vida a uma obra fundamentalmente racista se veja agora obrigada a tentar se justificar, mas negar o racismo do autor é de uma cegueira digna desses tempos de nazismo de esquerda e terraplanismo.
Parabéns à Folha por mostrar os dois lados dessa discussão que, pelo jeito, levará anos até chegar numa conclusão (se chegar?). Eu, como negro brasileiro, nessa discussão, fico ao lado da pesquisadora, não negando que a "pessoa fÃsica" José Bento Monteiro Lobato tivesse atitudes racistas, mas a obra que a "pessoa jurÃdica' Monteiro Lobato produziu é muito mais valiosa. E os argumentos do Marcelo Coelho no texto dele foram dignos de militante de BBB...
João, achei valioso o seu depoimento. Como negro e pela sensatez.
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