Ilustrada > 'Racismo delirante' é tratamento grotesco, Monteiro Lobato merece respeito Voltar
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Portanto, não é porque Lobato tem o nome de grande escritor que devemos assinar embaixo suas nuances racistas. Assim como na letra de carnaval de Lamartine, que é condenável, também se deve condenar citações racistas de quem quer que seja. A autora diz que Lobato chamou um negro para ser seu ilustrador. Bolsonaro carrega na sua alça um deputado negro, e nem por isso deixa de ser racista. Vide suas declarações durante toda sua vida polÃtica. Racismo é algo a ser deletado de tudo e de todos.
Cara, Monteiro Lobato foi membro da Sociedade Eugênica de São Paulo, que dentre suas diretrizes pregavam o branqueamento da população brasileira. Qualquer semelhança dessa Sociedade com o nazismo, não é mera coincidência.
Caro Bruno, nem precisa ir tão longe. Aqui mesmo Manoel Bonfim, contemporâneo a Lobato, já criticava a bobagem do Darwinismo social, mas, não era um debate nos termos de hoje, principalmente século 18. A circulação das ideias eram completamente diferentes. É preciso contextualizar as obras...concordo! Abraços sinceros Bruno.
Caro Anézio, espero que estejas falando da análise da articulista, pois tentar defender que eugenia era algo da época, é confundir que um fenômeno ocorrido no século 20 seria aceitável no século 20, quando, em realidade, autores liberais como Bentham já condenavam isso no século 18 e, desde aquela época, qualquer pessoa informada podia tomar a decisão obviamente certa e racional. Ninguém aqui defende mexer na obra ou retirar de circulação. Mas também não é possÃvel entregar nas mãos de crianças.
Caro, o anacronismo é o pior erro na análise histórica.
1. Uma carteirada deselegante. TÃtulos e posições não lhe conferem autoridade. Vc pode se igualar a vb e a pazzuelo, por exemplo. Muito titulo, nenhuma autoridade. Não precisava. 2. Uma justificativa da classe: não sou racista, tenho até amigo e empregado negro. Ora, até o notório racista bozó tem. Agora, como não gostar de Lobato? Os personagens de livros infantis são geniais. Ninguém jamais esquece. Gostei de ler o artigo.
Eu lendo o texto dela pensei será que ela se apresenta assim em todos textos? Será que eu deveria jogar meu mestrado ou doutorado no começo de todos comentários para me fazer conhecer pelos pares? Hahaha
Sr anezio, pesquisador, escritor ou qualquer "coiso" q defenda racista não merece o menor respeito.
Caro Anezio, Papo é sobre ética, história e sociologia. Não sobre semiótica, e a proximidade com o autor obviamente prejudicou a capacidade crÃtica da autora.
O artigo é de uma pesquisadora. Se identificar é comum e sua autoridade é reconhecida entre seus pares acadêmicos (o que não significa ser dono da verdade). Carteirada é na rua, abuso de poder.
O papo é entre especialistas, José Carlos. É importante se identificar. Nesse aspecto a autoridade é reconhecida em qualquer parte do mundo (o que não significa ser dono da verdade). Carregada... é outra coisa. Saudações Tricolores
Quando Lamartine Babo disse "o teu cabelo não nega...mas como a cor não pega, mulata, eu quero seu amor", estávamos em uma época em que pouco se combatia a xenofobia, o racismo, a misoginia, a LGBTfobia entre outros. Hoje, isso é inadmissÃvel. Daqui a alguns anos, ou décadas, acharemos um absurdo termos tido como esporte algo do tipo um UFC, em que se bate na cara de uma pessoa até esvair sangue, como se ainda estivéssemos, grosso modo, na Roma antiga. Continuo...
E se chamava loira de bur ra.
Todos merecem respeito, sobretudo os pretos, que foram sequestrados no seu continente e escravizados no Brasil, no mais longo e cruel regime de escravidão. A posição racista de Monteiro Lobato está documentada em sua obra e é merecedora de crÃtica, sem que isso venha significar desrespeito. A contemporização sim, seria um desrespeito com o nosso povo preto.
O Marcelo Coelho deve estar com a cabeça enfiada debaixo do travesseiro. O profissionalismo, conhecimento da matéria e isenção avaliadora fazem o Marcelo parecer uma criança frente a um literato. Os fatos apresentados pela colunista, de forma didática e educada, não deixam dúvida quanto à realidade. Esse revisionismo racista agressivo, muitas vezes radical e injustificado, ao invés de trazer a discussão do tema de forma racional o está fazendo de forma amarga e gerando confrontos inexistentes.
Exato, não deixam dúvida quanto à realidade: o sujeito não só escreveu uma obra contra a igualdade racial, como era notório eugenista e até correspondência para a KKK escreveu. Ainda bem que uma pesquisadora de semiótica vem aqui nos ensinar sobre ética, sociologia e história... Brasil é o paÃs do carteiraço, totalmente iliberal e com ranços aristocráticos.
Meus parabéns pela matéria. Cresci lendo Monteiro Lobato e hoje leio para meus filhos. Quando observo tal excesso de politicamente correto, sinto asco daquilo que nos tornamos como sociedade, seja com toda igualdade velada ou o racismo propriamente dito. Precisamos evoluir como povo e pararmos de tentar viver num conto de fadas. Pois os mesmos que batem no peito para defender, esquecem que a maior defesa está na igualdade sem nenhuma distinção de maioria ou minoria. Somos iguais!!!
Será que o seu asco em relação ao politicamente correto também faz você expor seus filhos a outras formas de cultura que desafiam tais limites? Ou só na conveniência? Porque se é só na conveniência ideológica então sua luta não é contra o politicamente correto é a luta de alguém com moral seletiva.
Não dá pra tapar o sol com peneira, doutora. Se Lobato não era racista, eu sou Napoleão Bonaparte.
Sensacional!!! BelÃssimo e sofisticado artigo. Me desculpem os radicais, nossos intelectuais que não tem ideias próprias e embarcam, como ruminantes, em todas as tendências da Europa e dos EUA.
A tua última frase seria adequada ao Lobato, que embarcou na tendência importada mais grosseira de sua época, contaminando a sua obra e merecendo o julgamento da história.
A autora tece sua tese primeiramente a partir de uma falácia argumentativa, o argumento da autoridade. Ignorando esse aspecto, é sempre desejável que alguém com boas credenciais sobre o assunto apresente seus argumentos. Achei o artigo interessante. Porém, cabe lembrar que ler Lobato sendo afro-descendente é diferente de ler Lobato sendo branco, principalmente se com espÃrito crÃtico. Antevejo esse como sendo um debate sem fim, o que é saudável para o autor.
Roberto, parabéns pela argumentação, sem paixões e sem destilar rai va. Quando criança e sendo branca ganhei inúmeros livros de Lobato e li todos os que ganhei. Na escola a professora nos convidou a ler " Negrinha " e depois comentamos o livro, que mostrava a crueldade de uma mulher para com a menina. Os comentários foram sobre a crueldade e a crÃtica feita por Lobato a tal comportamento.
Marilena ChauÃ, em algum lugar do seu " Cultura e Democracia" indaga: "O que é o discurso competente enquanto discurso do conhecimento? O artigo acima indica algumas pistas. Redimido, Monteiro Lobato entra para o gozo merecido no paraÃso dos humanistas.
Por pouco faltou dizer que o autor foi um lÃder antirracista antes mesmo de Martin Luther King. Ah me poupe! Qual o problema de admitir que o quesito raça Lobato não era um homem à frente de seu tempo? Pensou o mesmo que se pensava na época. Poderia ter sido um Juliano Moreira, mas não foi. Apenas confirmou o racismo cientÃfico em voga.
Se você é racista em cartas pessoais isso lhe torna SIM um racista, é impossÃvel crer que qualquer um pense o contrário. De qualquer maneira, desisti de ler quando a argumentação chegou ao ponto de usar um ilustrador negro como suposta prova do não racismo de Lobato. O ridÃculo "tenho até amigos pretos", o mesmo que mantém Hélio Negão tão próximo de um racista famoso e com muito poder no Brasil atual. Péssimo.
Eu também estava engasgada com os juÃzos estaparfudios sobre Monteiro Lobato veiculados nesta Folha e também em outros jornais. Ana Lúcia Brandão muito obrigada!! Muito, muito obrigada!! Seu texto resgata um gigante da cultura brasileira, que denunciou o racismo com o conto Negrinha e com o conto O Bugio Moqueado. Como pudemos chegar a tanta ignorância? Monteiro Lobato é muito maior que todos esses adeptos do cancelamento e seu nome vai durar muito mais que o daqueles que o infamam!
Essa estória já deu! Leia Monteiro Lobato quem quiser, deixem seus filhos lerem com senso crÃtico. Não dá para sair rasgando, apagando ou queimando obras! Não estamos na época da dinastia Chin, na inquisição ou no nazismo. Não queiram fazer da obra de um autor a fogueira das vaidades, a queima de Alexandria ou a briga de Alexandre e o papa.
Não creio que alguém queira a proibição dos livros, tampouco acho que um prefácio contextualizando o presente debate ajuda em um livro infantil e eu seria o primeiro a ser contra a sua alteração. Dito isso, o debate sobre Lobato é importante porque brasileiro adora fingir que racismo não existe e é importante que as pessoas tenham conhecimento que o texto é tóxico para crianças, assim como a maioria dos textos infantis da mesma época, aqui e no exterior. Disso, cada um faz o que quer.
Fui leitor compulsivo de Monteiro Lobato toda minha infância e adolescência. Li todas obras infantis. Todas contribuÃram para minha formação, principalmente o Poço do Visconde . Enxergar racismo na obra de Lobato é injustificável.
Que texto irretocável. Meus parabéns, Ana Lúcia.
Esse “racismo delirante” e toda essa procela do politicamente correto quer impingir á mordaça a tudo que está fora de sua “cartilha” de dizeres e afazeres. Nos EUA “As Aventuras de Huckleberry Finn” do escritor Mark Twain tem enfrentado essa mesma patrulha raivosa. Harold Bloom aponta o antissemitismo de Dostoiévski. Não obstante, não vemos um expurgo literário de sua obra. É possÃvel separar o vinho de sua borra.
Nossa, Ana Lúcia, muito obrigado!! Eu estava engasgado com esse texto absurdo e desinformado do Coelho. O SÃtio do Pica-Pau Amarelo é parte do que eu sou hoje, aos 47 anos. Reduzir Lobato a um racista é um crime, muito tÃpico dessa nossa época doente.
Ana Lúcia, sua indignação também é minha. Comentaristas toscos, destilam sua frustração de ineptos literatos com o revisionismo e o cancelamento, essa praga nova. Minha leitura é outra. Vejo em O Presidente Negro, Negrinha, o Bugio Moqueado, toda a condenação de Lobato ao racismo. Como se não bastasse a chama de Humanismo que ilumina toda sua obra. Profundamente irônico, jamais imaginou que os trogloditas tomassem sua menção mordaz à KKK, em carta privada como verdadeira.
Adonay, cresci devorando Lobato num subúrbio do Rio onde todos meus colegas e amigos na escola primária eram negros. Sempre li aquilo que obviamente Lobato quis: a ironia, na boca da boneca politicamente incorreta, quanto à imensa estupidez do racismo. Ler literalmente, como faz o esquerdismo neo-liberal hoje em voga, é muito triste. E dá força ao atraso.
No conto Quero Ajudar o Brasil, Monteiro Lobato conta a visita que ele e Maneco Lopes receberam de um negro humilde, poucas posses, que queria aplicar todas suas economias para ajudar Lobato e sócios na busca pelo petróleo. Em vão, Lobato e Lopes tentam convencer o homem a não arriscar tudo na aventura.
Por que perguntam, pode perder tudo! E o negro responde, por que quero ajudar o Brasil. São essas as palavras de Lobato: “Hei de contár o caso por toda a vida, porque é um grande conforto d’alma. É a coisa mais bonita que ainda vi. Ficamos a olhar uns para os outros, sem palavras. Que palavras comentariam aquilo? Essa coisa chamada Brasil, que é de vender, que até os ministros vendem, ele queria ajudar…
O incidente calou fundo em nossas almas. Cada um de nós jurou, lá por dentro, levar avante a campanha do petróleo, custasse o que custasse, sofrêssemos o que sofrêssemos, houvesse o que houvesse. TÃnhamos de nos manter à altura daquele negro. Abençoado negro! Um dia teu nome será revelado. O primeiro poço de petróleo em São Paulo não terá o nome de nenhum ministro nem presidente. Terá o teu.” Serão essas, choldra, as palavras de um racista?
A resposta para sua pergunta depende fundamentalmente da definição de racismo que é usada. Examinar um único trecho de uma obra certamente não é evidência suficiente. Nem para redenção tampouco para condenação. Entretanto a autora do texto prefere minimizar os deslizes de Monteiro Lobato, e não consegue se manter objetiva.
Para ler o conto inteiro, cole na barra do seu navegador: https://abre.ai/caN5
Monteiro Lobato é o nosso Rudyard Kipling, igualmente brilhante e mal julgado.
Obrigado, Ana. Encontrei em seu artigo a realidade que e Lobato. Seu conhecimento demonstrou o quanto se esta delirando quando se quer qualificar Lobato com racista. Li o artigo do rapaz que citaste. Muiiiito fraquinho, ele.
Pelo que entendi, então: Lobato não foi um racista deliberante; “só” foi um racista do seu tempo.
Finalmente alguém defendendo o Monteiro Lobato, com uma propriedade Ãmpar! Concordo 100%!
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