Ilustrada > 'Racismo delirante' é tratamento grotesco, Monteiro Lobato merece respeito Voltar
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É desimportante e mediocrizante, para a análise da obra, saber se a pessoa, Monteiro Lobato, era racista. O mesmo vale para Tolstoi, ou Platão. Até porque muito dificilmente a obra não expressaria em alguma medida nosso racismo estrutural. Com certeza, isso ocorre. Porém, exegeticamente relevantes de fato são outras questões, no que se refere precisamente a esse assunto.
De todo modo, o debate é importante e temos de ter cuidado com análises reducionistas, tanto a que desculpa tudo pelo contexto, quanto a que transforma a obra em uma apologia ao racismo. Nada disso é muito inteligente.
É um alento a Folha se dispor a colocar uma opinião que faz a diferença. Muito bem contextualizada a mensagem sobre Monteiro Lobato, um personagem adiante de seu tempo e que hoje é injustiçado por lacradores e censores.
Ser racista é estar adiante de seu tempo? É ser vanguardista? Analisar a obra e colocar as coisas em seu devido contexto é ser lacrador e censor? É sério isso?
A argumentação da autora para provar que Monteiro Lobato não era racista acaba tendo o efeito contrário ao demonstrar quão racista ele era. Até o famoso "não sou racista porque tenho amigos negros" entrou no balaio. Ela pode ser especialista na obra do escritor, mas aparentemente não se atualizou sobre as discussões a respeito das relações raciais. Nós brancos precisamos parar de achar que ser taxado de racista é uma ofensa. É antes uma necessidade de reflexão.
otimo texto .Nao sou especialista em Monteiro Lobato ,mas adorei suas estoria quando criança O livro que minha filha adorou quando criança foi dele. Se destacou na escola em portugues porque adorava ler e muitas de sua leitura infantis foram dele Somos familia de periferia e nao somos racistas
Parabéns pelo desempenho e dedicação da filha. Sabemos o quanto é difÃcil estudar e progredir na educação morando na periferia. Mas, isso não apaga o fato de ML ser racista.
Outra coisa: qualquer leitor experiente que leia O Presidente Negro tem a exata percepção de que o livro é repleto de ironia sim, mas para com o negro e não como crÃtica à segregação nos Estados Unidos. O final do livro é um verdadeiro corolário dessa suposta ironia, bastante revelador de a quem ela se destinava de fato, e que crenças Lobato mantinha - que, mesmo comuns à época, ainda assim merecem discussão.
Excelente...
Grande parte da defesa da autora é calçada na ideia de que ele não era racista o tempo inteiro, o que não quer dizer que ele não era racista. Claro que não devemos queimar os livros dele na fogueira, e claro que Lobato também foi um homem notável por outros feitos, além da escrita, mas não precisamos ignorar ou não debater o racismo implÃcito (e explÃcito) na obra dele por causa disso.
Essa foi mesmo uma inovação: criamos o "meio racista", aquele que só é racista de vez em quando, o que na visão da autora é um mérito
Bravo!
Claro que era racista, sim! Ponto. A pessoa que já começa um texto tendo que apresentar suas credenciais, é porque sabe que há algo de débil no argumento que irá desenvolver. Argumento de autoridade sendo usado por uma pessoa da Academia é algo que surpreende, mas não de todo... Seja como for, ressalto: Monteiro Lobato era racista sim. Isto quer dizer que sua obra toda não presta? Claro que não... Mas não tapemos o sol com a peneira, carÃssimos.
O problema da maioria dos negros no Brasil não é racismo. É falta de dinheiro no bolso do trabalhador, negro ou branco. O salario merreca do governo está valendo menos de 20% do valor legal que está na constituição. O trabalhador tem que morar em barracos na favela e mandar os filhos na escola para comer porque o salario merreca que recebe não da nem para a alimentação da famÃlia. E não vejo nenhum ativismo lutando para que os direitos constitucional dos trabalhadores sejam respeitados.
É lei constitucional. O que precisa é unir brancos e negros e recorrer a organismos internacional para garantir os direitos constitucionais dos trabalhadores já que os politicos e a justiça brasileira não cumprem o seu papel. O salario mÃnimo tem que ser suficiente para uma famÃlia de 4 pessoas viver bem sem precisar de nenhum programa assistencialista do governo. Enquanto os polÃticos levam vida de barão os trabalhadores tem que sacrificar seus filhos em barracos na favela.
O problema na sua afirmação é desconsiderar que o acesso à prosperidade passa pelo acesso a uma série de condições que podem ser dificilmente obtidas pela maneira como a história do negros ocorreu aqui No Brasil. Até parece que a discriminação não tem relação direta com acesso a capital.
A obra de Monteiro Lobato destaca- se pela Literatura Infantil e pronto.
Malabarismo verborrágico que não leva a lugar nenhum... Monteiro Lobato não era racista quando não falava de racismo... Bela conclusão, só que não.
Lobato foi claramente racista. Entendo que a pesquisadora não queira ver sua pesquisa ser contaminada pela pessoa abominável que foi o autor dela, mas não precisava pintar um quadro angelical do sujeito. Ninguém é bobo, e todo mundo é adulto o suficiente para saber que o que não falta na humanidade são gênios que eram pessoas da pior especie. Lobato fez literatura de impacto para sua época, mas isso não apaga seus piores defeitos.
Quanto malabarismo para defender o escritor que foi racista
Excelente artigo de Ana Lúcia Brandão, luz no meio das trevas em que se tornou esta folha. Infelizmente poucos entenderão o artigo neste paÃs de orangotangos.
Monteiro Lobato foi e continua relevante e racista.
Só Ineptos tentam caracterizar racismo no Brasil. Com certeza há, mas através de uma minoria. A evidência empÃrica de 50% de pardos demonstra que não ligamos para cor de pele ao decidir com quem vamos constituir famÃlia. Ao invés de vermos isto como um orgulho nacional, ineptos insistem na exceção para estragar nossa harmonia. Deveriam conhecer a história de Nilo Peçanha, presidente pardo brilhante, que viabilizou o Tenentismo, fim da café com leite e o desenvolvimento brasileiro.
O preconceito relevante no Brasil, mas que ninguém fala, é contra pobre. A evidência está nas dezenas de milhões de miseráveis em favelas e nas ruas. Uma vergonha frente à humanidade. Total desprezo por uma máquina genética de 2 bilhões de anos. Nada a ver com cor de pele. E isto é causado por uns 2% que mandam no paÃs, entre os quais deve ter racista também. E não deve ser por causa destes 2% que devemos alimentar o conceito do racismo estrutural nos outros 98%.
Dá até preguiça de te responder. Como dizem os cientistas: nem errado vc consegue estar (de tão fora de órbita).
Amigo, meu perdoe, mas falta leitura e conhecimento da história na sua reflexão. A miscigenação não é incompatÃvel com o racismo. O racismo do Brasil não depende de argumentos para ser provado, ele é mero dado da realidade.
Ou seja, o autor do comentário considera que apenas o seu ponto de vista é válido e que a "revolta" contra o tratamento histórico dado ao negro no Brasil (reconhecido até por organismos internacionais) é coisa de "ineptos"... Possivelmente ele também considerasse "ineptos" os que lutaram contra a escravidão nos séculos passados ou os escritores que apontaram o racismo estrutural no Brasil... Tudo um delÃrio... Aliás, os ancestrais do Sr. "Giuliani" foram trazidos ao Brasil para enegrecer-nos...
Por "Ineptos" para o comentarista acima, leia-se "negros".
Prezado esse discurso da democracia racial já está fadado dês de que nasceu, recomendo que estude um pouco sobre Racismo estrutural para conseguir complexificar o debate que está propondo. Não há ineptos! Essa desqualificação de quem pensa racismo enquanto algo social e não restritamente individual é terrivel por tratar-se efetivamente de um problema fundante para o desenvolvimento do paÃs. Se permita estudar o que os "ineptos" pensam e repense.
A pesquisadora parece desconhecer os textos de pelo menos duas ou três cartas do Monteiro Lobato, em que ele se refere explicitamente aos negros com um asco de dar engulhos. Uma coisa é discutir a censura à grande obra literária deste autor, outra muito diferente é afirmar que ele não era racista.
Parabéns pelo texto Alguns conseguem "achar minhoca em asfalto" para justificar o discurso de racismo e com isto justificar os benefÃcios de cotas, porém está prejudicando outros e adubando o complexo e o vitimismo, tão prejudicial ao ser humano.
Se vc está se referindo à polÃtica de cotas nas universidades públicas brasileiras, nem o Ali Kamel tem mais coragem (que dirá argumentos) de atacá-la. É um dos grandes sucessos do governo do PT e, creio, um dos motivos para o golpe. Procure se informar mais.
Parabéns Ana Lucia! Viva Lobato!
A falta de uma autocrÃtica acerca do racismo explÃcito contido na obra e vida de Monteiro Lobato demonstra que ou a autora desconhece o que seja racismo, ou age por cegueira, não querendo destituir do pupito o herói que encontra em Lobato e que a tanto se dedicou. Essa coluna serve para desinformar os leitores, Monteiro Lobato é sim racista, não quer dizer que não seja um marco para nossa literatur. Curioso é a autora passar pano para isso, mas reconhecer que "é um homem do seu tempo".
Monteiro Lobato ... "Foi um homem do seu tempo, um humanista que realmente realizou o projeto de formar um paÃs de leitores, mas que como toda personalidade ousada e visionária, eternamente provocará impasses e novos questionamentos." Para o bom entendedor, uma palavra basta.
Quando o texto começou com uma "carteirada acadêmica", desconfiei que a argumentação contrs o racismo de Lobato seria fraca. Dito e feito! A pesquisadora pode entender de literatura, mas é leiga ou coisa pior no que tange a questões como racismo e eugenia.
Perfeito Ricardo, quando começou com essa carteirada de inÃcio, já imaginei como seria o desenrolar da matéria.
Nada a comentar, a matéria disse tudo. Se sou o que sou devo-o a Lobato, por muitos de seus livros que li. Que continue a ser lido.
Ana Lúcia Brandão foi perfeita. Aprendi a amar livros com a obra infanto-juvenil de Lobato. Chamá-lo de "racista delirante" é que é delÃrio.
Muito chato essas cartas do Lobato terem aparecido, porque defende-lo pelos estereótipos racistas em suas estórias era um pouco menos complicado, me lembrei de um padre que era amado em sua paróquia tinha um dos mais primorosos projetos de assistência social à época, escondendo minorias perseguidas mas, sempre esse mas, admitiu em confissão que algumas vezes teve deslizes pedófilos junto a alguns refugiados, ficam as vidas q
salvou ou fica o pedófilo.
continuando, ficam as vidas que salvou ou fica o pedófilo?
MagnÃfico texto que soube colocar os devidos pontos nos “is” sobretudo ao ressaltar a oralidade genuinamente brasileira presente no SÃtio do Pica-pau Amarelo. Bela lembrança sobre a atuação de Monteiro Lobato durante o Estado Novo. Parabéns!
Excelente resposta ao texto descontextualizado de Marcelo. Lobato não merece nada menos que uma defesa deste nÃvel. #LobatoPresente
Você pega uma obra de Lobato, pede para uma crianca ler e pergunta a opinião. Não seria extraordinário Lobato ser racista ou não ser racista.
'Racismo delirante' (...) Texto de uma elegância incomparável. Traços do Politicamente Correto leva a uma dupla descontextualização, a primeira de trazer enxertos de obras como representante de uma totalidade, o que é injusto com o autor, bem como com o leitor da crÃtica "sem contexto". A segunda descontextualização é de não esquecer a mediação histórica e puxar-se pelos cabelos, como o faz Barão de Münchhausen, para salvar-se, neste caso, o artigo publicado por Coelho.
As cartas do Monteiro, em especial as trocadas com Renato Kehl - médico eugenista - contextualizam a obra. Além disso, apesar de a eugenia ser uma posição comum na época, não era justificável, pois havia informação de sobra e quem escrevesse contra o tema. Não cabe mediação histórica no caso. O autor não está sendo criticado por descrever sua época, mas sim por fazer panfletagem para a eugenia, inclusive em textos infantis. É só se informar para saber que ele assume isso nas suas cartas.
O racismo está entranhado em todos nós, e na época de Lobato não era diferente. Mas em sua época como ainda hoje, há os que acham o racismo dos EUA (branco é branco, preto é preto e a mulata não é a tal, como disse o Caetano) melhor que o nosso. Nesse sentido acho que ele se sentiria a vontade no debate atual, onde a miscigenação é depreciada.
Nada a comentar, a matéria disse tudo. Se sou o que sou devoô a Lobato, por muitos de seus livros que li. Que continue a ser lido.
Parabéns Ana Lúcia, excelente desagravo ! Considero trágico essas tentativas de um revisionismo precipitado e pouco embasado. Você disse tudo e muito bem.
Simplesmente genial. Parabéns. Viva Monteiro Lobato
Parabéns. Muito bom seu artigo. Esse revisionismo da obra e do caráter de Monteiro Lobato é um retrato acabado desse modismo idiota do politicamente correto. Bom que se diga que esse tipo de crÃtica acaba por alimentar, e não combater, a praga do racismo. Certamente, não e possÃvel esquecer. Mas isso deve acrescentar nosso respeito a todos.
Lamentável ver tanta gente defendendo o indefensável... a pesquisadora em letras nada entende de ética ou racismo, mas mais do que isso, mente ao afirmar que foi uma carta para KKK - o que já seria o bastante. Monteiro trocava correspondências com Renato Kelly, presidente a associação de eugenia, defensor da eugenia e da esterilização de casais que o estado julga-se inadequados! Em suas cartas, Monteiro elogia a eugenia, fala da nessessidade de podar a humanidade e contextualiza seus escritos.
Renato Kehl
Concordo e apoio, inteiramente, a resposta firme de Ana Lucia Brandão a Sr. Marcelo Coelho ! Salve Monteiro Lobato !
Infelizmente ter tÃtulos acadêmicos na área de literatura não é suficiente. A autora demonstra fracos argumentos porque sua definição de racismo é rasa. Argumentos do tipo: tenho funcionários negros então não sou racista são ingênuos no mÃnimo e demonstram claramente que a autora não domina o tema.
Muito bem colocado Marcelo.
Adicionalmente quando alguém usa a expressão bom senso obviamente não entende que bom senso é um conceito escorregadio e muito subjetivo. Não cabe numa argumentação séria.
Erick, o argumento é da mesma classe e não se sustenta. Quer outro exemplo? Dizer que não se é racista porque se faz sexo com um negro ou negra. Ou dizer que não se é misógino porque se faz sexo com uma mulher. Quem usa argumentos dessa classe não entende que a questão central é relação de poder. Não se trata de simpatia ou de tolerância . Obviamente você também não entende . E saiba: eu li muito Monteiro Lobato. Sempre fui um leitor voraz. Meus valores não permitem celebrar a obra dele.
O fato de ter tÃtulos acadêmicos talvez não seja, mas o bom senso sem dúvida! Raso foi sua comparação do argumento da autora com o utilizado erroneamente nas conversas de bares, ele não era seu funcionário, era um artista ja com trabalho reconhecido que Monteiro fez questão de tê-lo como parceiro na construção de um clássico! Vida longa a obra de Lobato! Menos Lumenas e mais Lobato!
quando li a primeira coluna, sobre o racismo delirante de Monteiro Lobato, fiquei de fato com uma pulga atrás da orelha. Acompanhei essa crÃtica e construà o raciocÃnio de Ana Lúcia Brandão mas queria deixar uma questão: uma carta de intimidade entre amigos pode fazer piada com algo tão sério quanto a KKK? Não consegui entender aonde a colunista quis chegar com isso.
Como já foi dito há muito tempo: "Quem nunca pecou que atire a primeira pedra"...Acaso o que pensas e fazes no vaso sanitário do banheiro de tua casa pode expressar a grandeza de toda a tua vida? Se achares que sim lembra-te: a tua vida também poderá ser julgada pelo que lá no banhareiro fazez...Ora, somos todos seres humanos! Não santos na Terra!
Excelente artigo. Os cães ladram, a caravana passa... (P.S. Sou brasileiro mestiço, como a maioria de nós).
De um menino avesso à escola, egresso de um mundo rural nos anos sessenta, para um que pautou sua vida nos estudos, teve sua virada mágica, no curso de Admissão, no horário obrigatório de biblioteca, quando sem opção foi ler "Os doze trabalhos de Hércules", de Monteiro Lobato, 2 grossos volumes. Foi um amor só, que não parou mais.
Parabéns, belo texto. Monteiro Lobato com certeza teve seus deslizes, mas quem não teve...que atire a primeira pedra ! Por causa disso não podemos jogar na lata do lxo toda a sua obra e o que ela representa para a nossa cultura. Esse tipo de crÃtica anacrônica me dá uma preguiça
Obrigado por escrever esse artigo. Mostra que ainda existe inteligência fora do mundinho ignorante dos canceladores assinantes de BBB.
Para quem leu a obra infantil de Monteiro Lobato, a reinterpretação dos textos como "racista" é sim delirante. Concordo com a autora desta crÃtica em todos os pontos, inclusive quanto aos personagens infantis que eram criativos tinham uma mensagem de justiça e senso de famÃlia. Quem são esses revisionistas que se colocam na posição de crÃticos morais de um autor consagrado, que ajudou a formar gerações de brasileiros não racistas?
Marcelo Coelho já ouviu falar em anacronismo? Analisar a obra fora de contexto é desrespeito. É fundamental que erros cometidos no passado sirvam de baliza para a sociedade em geral. Mas analisá-los fora de contexto é desonestidade intelectual.
Cresci lendo Monteiro Lobato. Li toda sua obra infantil ainda na infância e adolescência. Aprendi sobre folclore brasileiro com ele. Sua obra é grandiosa, mas não deve mudar os valores com os quais somos educados e criados. Se tivesse lido adulta talvez a imagem que tenho dela fosse diferente. Não podemos apagar a nossa história. Conviver com o que divergimos, e respeitar opiniões contrárias à s nossas faz parte do exercÃcio democrático. Por ora Monteiro Lobato ainda é o herói da minha infância.
O argumento de que a carta, de conteúdo explicitamente racista dele, não pode ser prova do racismo dele pois é um único documento entre vários é estúpido. Parece os argumentos que heideggerianos do usam para dizer que a despeito de ser filiado ao partido nazista, de discursar em prol do nazismo, e exercer mandato de direção durante o nazismo, Heidegger, não era nazista. É estúpido. O exagerado uso de adjetivos torna o texto uma carta de fã zangado mais do que uma via de interpretação.
Perfeito.
MaurÃcio, parabéns pelo comentário.
"O mercador de Veneza", não? Chamar de Iago (isto é, Jacob em italiano) o personagem mais mesquinho e detestável da história da literatura, não? Isto é motivo para criticar a obra? Essa ladainha esquerdista neo-liberal anti-Lobato só dá forças aos preconceituosos de hoje para que continuem racistas. Há que aprender a ler e a interpretar seja a ironia seja os tempos!
Todo castigo pra racista é pouco. Os estudiosos de sua obra q tentam minimizar essa faceta grotesca do monstro deveriam se preocupar também consigo mesmo.
Caro Nelson, O Monteiro era apoiador do Renato Kehl, que defendia a análise pelo estado das condições de procriação dos casais para, caso julgasse-as insuficientes, realizasse a castração. O Brasil não consegue enfrentar a herança racista. Negar os problemas não faz com que eles desapareçam.
Monstro? Faceta grotesca? Pessoas que nunca leram Monteiro Lobato se ancoram em teses revisionistas para criticar fora de contexto. Só se o monstro for a Cuca (quem não leu não entenderá...)
Este revisionismo sem levar em consideração a contextualização da época, seus costumes, a caça à s bruxas, queimar livros, condenações de personalidades brasileiras que orgulham nosso passado é conversa pra boi dormir. Quem somos nós numa perspectiva civilizatória onde paÃses de uma cultura milenar como a China, Ãndia, Japão....contribuÃram e contribuem para a humanidade... é falta de propostas concretas para o futuro...laikei e curti o artigo...
Em q contexto vc vê o racismo como perdoável?!
O presente artigo é constrangedor. Estudar a obra do Lobato não faz da autora uma autoridade para discutir questões de cunho histórico, social e, principalmente, ético. Pelo contrário: a proximidade e a dedicação à obra a fazem perder a objetividade. Apenas uma carta à KKK? É sério isso? Ninguém aqui acha que Lobato é um Mengele, mas é fato que esse aspecto da obra dele envelhece mal e inviabiliza a mesma. Eu não coloquei as minhas filhas em contato com Lobato porque nas entrelinhas há racismo.
E Richard: literatura infantil não permite que prefácio modifique o sentido do livro, ou que o diálogo resolva aquilo que está entranhado. a dinâmica trazida pelo Lobato naturaliza a posição do negro na nossa sociedade doente. Não é possÃvel explicar isso para uma criança de 5 anos sem entrar em inúmeros temas que ela não conseguiria compreender. Por isso a obra é venenosa para a idade e acaba aleijada, tornando-se apenas material de base para novos trabalhos ou objeto de pesquisa de semiótica.
Caro Richard, Elas não vão achar normal porque são educadas para ter pensamento crÃtico e fundamentado. Para mergulhar nesse racismo brasileiro grosseiramente disfarçado, a pessoa precisa ter pouco conhecimento, ou tendo o suficiente, não desejar usá-lo.
Fez mal colega, agora elas vão aprender que racismo é normal. Achar que preto correndo é band.ido mas branco é atleta! Devia ler e explicar que aquilo tem mais anos que a sua idade. Muita coisa mudou. Manter a Dona Benta presa na cozinha não é aceitável mais.
...e não é pouco racismo, tampouco discutÃvel. Há registro de explicações dele sobre o livro do presidente negro, nas quais ele expressa aquilo que já está óbvio: é um livro panfletário contra a igualdade racial. É do nosso imaginário achar que não somos uma sociedade racista, que está tudo bem, até porque, pegando emprestado trecho de Incidente em Antares, o negro brasileiro conhece o seu lugar... Delirante é a nossa teimosia, a nossa dificuldade de aceitar nossos erros e limitações.
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