Sérgio Rodrigues > Endereçando a anglofilia Voltar
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O que me causa espanto é ver, num mesmo artigo, frases como "lÃnguas são organismos tão vorazes quanto indomáveis" e "o Brasil fala inglês muito mal". Se os falares regionais, os diversos "dialetos" brasileiros, possuem o mesmo "status" da norma culta, por que isto não valeria para as lÃnguas estrangeiras? Nós falamos mal o inglês ou falamos a nosso modo? Então, há um jeito certo de falar inglês e alemão? Os cursos ensinam isso? Mas se o português não tiver regras, tudo bem. É assim? Show!
Excelente, Sérgio. Pode ser só coincidência, Aldo Rebelo assina artigo na edição de hoje (Tendências e Debates). Foi como deputado, salvo engano, que Rebelo reivindicou uma reação nacionalista contra o *colonialismo linguÃstico*. Propôs até a comemoração do saci-pererê em lugar da jeguice representada pela importação do halloween. Deve ser o tal sabichão autor do abaixa-luz.
Gostei muito do texto. Até hoje me doem os ouvidos com a história dos "naming rights". E "lockdown" também é ridÃculo. Pra não falar de "delivery"...!
Embora muitos comentarista de hoje tenham se pronunciado com propriedade sobre o assunto, gostaria de enfatizar um ponto : a ignorância subalterna de nossos importadores de palavras ou expressões em inglês. Incapazes de buscar no português palavra equivalente, disseminam a palavra inglesa, mudando muitas vezes o seu sentido original. Luciano Hulk que explique o "nonsense".
Correção: Luciano Huck
Caro Sérgio, seus exemplos são ótimos e ilustram bem o complexo de vira-latas com sotaque anglófilo. Mas quero registrar minha obsessão inconformista com a invenção e incorporação da palavra 'mÃdia' (especialmente com o artigo singular: "a mÃdia"). A recepção de um vocábulo de origem latino grafado com base na pronúncia anglófona, é de estarrecer. Nos demais paÃses lusófonos, assim como em todos os hispânicos, essa adoção não existe.
Um amigo mais inteligente do que eu sustenta que o modelo de 'a mÃdia' segue o figurino de 'a imprensa'. Não estou convencido e gostaria de ouvir a opinião de outros participantes deste foro.
Talvez a força motriz dessas importações linguÃsticas esparsas seja a dificuldade de aprender uma lÃngua estrangeira. Diante disso, um atalho é aprender algumas palavras que nos aproximem do padrão linguÃstico internacional. Isso rende pontos, sem tanto esforço, principalmente no mundo corporativo.
E aplicar, que virou sinônimo de requerer, solicitar? E os pets ? E os exames ou tratamentos padrão ouro ? E o péssimo estado da arte ?
Eu concordo com o autor. São muitos os anglicismos. Além disso, essa não é uma tendência atual e nem uma tendência apenas do Português. Ela faz parte das lÃnguas. A diferença é a intensidade e a proximidade dos falantes com a lÃngua internacional. Nesse sentido, falantes de lÃnguas germânicas do norte tem tido certos problemas, porque eles falam muito bem em Inglês.Por fim, acredito que para se reduzir a intensidade de nossos anglicismos, tem-se que melhorar a educação e a inovação tecnológica n
LÃnguas são entes vivos e, como tais, são canibais, apropriativas, incorporativas. Estudei, na infância, latim e francês. Americanos anglófilos puristas se ressentem da intromissão do espanhol em seu vernáculo. Basta assistir a um filme ou telenovela de 50/60 anos atrás para se dar conta de como a lÃngua é viva. E viva a mudança!
É um processo de decadência rápida, sem nunca termos chegado ao cume. Perdemos nossas florestas, nosso futebol-arte, nossas indústrias, nossa biodiversidade, nossa música de qualidade, nossa educação, nossa saúde, nossa lÃngua materna.... A distopia agora habita nossos corações e mentes.
Disse tudo! Expressões fracas de significado e muito desagradáveis de se ouvir e ler. Esse tal do "não é sobre isso, mas sobre aquilo" é uma aberração facilmente substituÃvel por expressões consagradas no próprio Português do Brasil. Juntos, subserviência cultural, preguiça, ignorância e apego a modismos fazem estragos em nossa lÃngua e nossa autonomia.
E a roda foi descoberta!!
Como tradutor e professor de inglês concordo, com exceção de realizar que já está no Aurélio pelo menos desde 2000.
Mas não está no Houaiss (pelo menos na versão que eu tenho).
Pra essa gente, no fundo, só americano pensa, e nós devemos obedecer sem discutir. Juntos e shallow now
Justa lerda, caro Sérgio! É um negócio horrendo, esse. é particularmente triste quando a gente repara na sub-lÃngua o que é o corporativês, mistura de mau português e péssimo inglês correntemente falado nas grandes empresas. Quando escrito, então, é o caso de tomar três prozacs de uma vez só...
Como diz um amigo meu: "É isso aÃ, mais frem...". Não é tão mau: lembra o Zé Carioca, da Disney década de 50. "A mÃdia" requer muito mais prozacs...
Gostaria de acrescentar, à lista, "empoderamento"., "empoderado" e " "empoderar". Acho bizarro o uso dessas três palavras.
Fico espantado com os erros toscos do texto traduzido de documentários dos EUA exibidos no Brasil. No canal History, é comum o uso da palavra tropa com o sentido de soldado: em todo programa sobre a II Guerra a Alemanha invade a URSS com . E a palavra hostes pronunciada com H aspirado? Os tradutores e dubladores desconhecem o vocabulário da própria lÃngua! Esses profissionais não sabem pronunciar palavras portuguesas que nunca viram antes. A que ponto chegamos...
Completando, pois faltou um pedaço: ... Em todo programa sobre a II Guerra a Alemanha invade a URSS com milhões de tropas (deveria ser soldados, não tropas).
Pretobrás - Por que que eu não pensei nisso antes? Itamar Assumpção. Viva Sérgio Rodrigues!
Leio muitas obras teóricas e a tradução quase sempre oscila entre ruim a atroz, criminosa. O problema não é só o desconhecimento da lÃngua estrangeira, é, sobretudo, a ignorância do próprio português. Isto, sem contar a ignorância do tradutor a respeito do assunto tratado pela obra. E o que o autor do artigo não citou foram os vÃcios produzidos pela má tradução do inglês, como o "amanhã estaremos atendendo o senhor".
Uma ojeriza muito grande quando ouço "deixe-me saber se deu tudo certo".
Muitos desses anglicismos forçados nascem de problemas na educação de base dos marqueteiros e empresaroides. Como desconhecem, porque não leem, o português, fazem adaptações forçadas do inglês. E acho que a batalha sobre o "sobre" já está perdida, infelizmente.
Gostei de empresaroides.
Concordo que devemos nos preocupar com a tradução. Os profissionais estão aà e é uma pauta aberta. Mas discordo que falamos mal inglês, porque o falamos conforme nossos dialetos de origem. Imagine o Brasil em sua grandeza geográfica e cultural, falar apenas de uma maneira o dito inglês. Não precisamos nos preocupar com isso, haja vista o inglês ser uma lÃngua internacional e, portanto, abarcar variações de pronúncia. Temos de nos preocupar em dar acesso aos nossos alunos por meio de um bom ensin
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