Conrado Hübner Mendes > Estado de intimidação: o milicartismo te vigia Voltar
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Nenhuma ditadura é aceitável, devemos nos contrapor corajosamente e sem medo aos que tentam cercear as liberdades individuais, seja quem for, do guarda da esquina ao Presidente. Caso contrário, as consequências conhecemos bem!
Na longa lista de arbÃtrios, faltou relacionar os grupos de militantes fanáticos que instalam cerco a casa de ministros do STF e ameaçam suas filhas.
"Milicartismo". Palavra perfeita para isso que está aÃ.
Coluna exemplar. A gente já sente esse medo difuso até mesmo entre as profissões não tão expostas. Como na época da ditadura, está ficando parecido. As figuras colocadas em posição de poder são lamentavelmente medÃocres e submissas. Condução sine qua non.
Condição
Texto impecável, professor Conrado Hubner Mendes. Infelizmente, mergulhamos no fascismo. O cenário é desesperador. A democracia foi sequestrada. Até quando vamos tolerar isso passivamente?! Parabéns pela coragem, mais uma vez.
Assim como as Universidades públicas funcionam muito bem como marionetes para autoritários (no caso, os identitários). E tem funcionado. Mesmo quem não está mais dentro delas, sabe. E quem está, vive. Curioso que, num artigo tão abrangente, não fale sobre isso. Visão monocular sobre o autoritarismo que hoje nos ronda.
Tristemente lúcido e preciso.
No mostruário da república do Brasil so se vê monstros.E os das igrejas evangélicas não ficam para trás com tantas idolatrias ao mito.
Em milicartismo o sufixo 'cartismo' vem de macartismo e representa o denuncismo e vigilantismo. O prefixo 'mili' pode representar militar, milÃcia, militância. Existe uma dificuldade em definir o que não mais se apresenta no horizonte, já está instalado de modo embrionário. Tenho uma vaga ideia que seja uma virada neoconservadora populista fascistóide. Na Romenia (1927-1938) havia um 'capitão' do legionarismo que possui um paralelo com o atual movimento. Os rinocerontes amedrontam e fascinam.
Direita e esquerda tem pouco apreço pela liberdade no Brasil. Há um fascÃnio generalizado por ditaduras pretensamente bem-sucedidas combinado com gangsterismo puro, como no caso das táticas de intimidação da "Igreja" Universal. Poucos percebem a liberdade como um bem coletivo.
Exatamente por ser quase sempre a vÃtima das ditaduras de direita, a esquerda deveria ser mais desconfiada do personalismo messiânico de alguns de seus lÃderes. Mas a tentação personalista é muito forte e o maniqueÃsmo é um vÃcio nacional.
Leia-se "sul-americanos”.
Sim, a direita sempre foi campeã no golpismo e caudilhismo sul-americana. O que não impede certos esquerdistas de perdoarem facilmente os Chávez, Ortegas e Castros.
Bem.. o que todos sabemos é que quem dá golpes de estado para instalar ditaduras na América do Sul sempre foi a direita
Foi escrito por Marcos Benassi, em comentário acima : "E porque retrata covardias institucionais na raiz de vários dos problemas que vivemos.". Concordo com ele. E, acrescento o que me parece falta de reflexão da sociedade. Faltou à Nova República passar a direita e a esquerda por exame de suas condutas. Também faltou que a sociedade fizesse destemido exame de consciência, para seus atos, desde há muitos "excessos" anteriores (1920, 1930, 1937, 1950, 1954, 1955, 1964, 1967, 1968... 2013, 2016,
Quanto ao exame da consciência, este depende também do exame do legado. Tanto o legado deixado por gerações passadas, quanto ao legado que estamos deixando para as gerações futuras. O ódio é estranho, as vezes é espontâneo e resultado de frustrações experimentadas e mal compiladas em forma de mosaico, mas muitas vezes tem uma raiz atávica, que vem de legados do passado. Não discordo, apenas vejo de outra perspectiva.
Concordo mais ou menos Luiz. Imagine: um oficial da justiça deve entregar uma intimação a um notório facÃnora. Para cumprir a tarefa, ele vai acompanhado de uma equipe de policiais bem armados e preparados. Mas! Mas, se ele é obrigado a ir sozinho, o comportamento dele muda significativamente. Medo, prudência e covardia são coisas distintas. Se as instituições possuÃssem respaldo legal, inclusive contra a violência, a covardia não teria vez, seria prontamente denunciada.
Ótimo, professor, mas por enquanto, ainda não atingimos o top do "grande irmão" orwelliano. O interesse está unicamente em manter o poder e destruir qualquer prova que comprometa o governo (queiróz, rachadinhas). O grande erro foi atacar com veemência o STF, e não só a instituição, mas a vida pessoal de seus integrantes, burrice extrema. Os caras deram o troco e a vingança veio à cavalo, da pior maneira possÃvel pra situação. Tornaram Lula elegÃvel. Lula, sem armas, tem bala na agulha!
Diante de tudo que estamos assistindo, tudo indica que reiniciaremos nova caminhada para conquistar o direito de discordar.
Interessante que, mesmo com tudo isso, o mercado de milÃcias cresce tanto pelas bordas da ausência do estado. Os olhos deles enxergam só os crÃticos de suas ladainhas?
Seu Conrado, melhor análise geral já vista sobre o tema; "dedo na ferida" não, é caso explÃcito de "fisting na ferida", com o perdão da obscenidade intelectual. Além de precioso e útil, dá um refresco da crÃtica salobra à decisão Suprema, siricutico momentâneo, ao contrário de seu tema: pelo que significa, pelo vazio em que se dá e pela constância com que é exercido. E porque retrata covardias institucionais na raiz de vários dos problemas que vivemos.
É, Marcos, por isso Aristóteles considerava a coragem uma das maiores virtudes do homem: sem ela não há justiça.
Eis a mais pura verdade, é covardia. As instituições perderam a noção de que delas se exige atuar como sÃndico do prédio, em que seu representante arrosta o perigo, aponta o que tem de ser apontado, diz o que tem de ser dito, e cobra postura, exige respostas, desgasta-se, expõe-se. Aqui vê-se com naturalidade que o magano aboleta-se na instituição pelo tÃtulo, notoriedade e prestÃgio, mas não pelo ônus. Na minha terra isso se chama covardia, mesmo.
Isto se chama ditadura .
No Rio de Janeiro, há ainda o controle de território feito pela milÃcia. O medo administrado por bandidos entusiastas da proposta federal.
Parabéns, Prof. Conrado. Não li um texto seu na folha que não fosse excelente.
O medo é insidioso - e funciona melhor para a ordem quando não sabemos que temos medo.
O método não é novo, né, Ayer? Inquisições variadas já já o utilizaram, e com bastante sucesso. Ainda assim, me surpreende sua eficácia numa república democrática, invertendo a funcionalidade de um contexto de amplo fluxo de informação: o antÃdoto acaba virando veneno...
O povo estava indignado com as denúncias de corrupção e acabou elegendo a pior bandidagem - entregamos o poder à quadrilha mais sinistra e despudorada que se viu nesse paÃs. Tá tudo dominado.
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