Se puder, veja o comentário que postei, Mirian. Não consigo entender os critério da FSP para selecionar comentários sob o argumento de que "contem palavras ou expressões" que recomendam passar por uma espécie de censura prévia. Ombudsman da FSP bem que podia nos ajudar a conhecer o programa (suponho) que faz isso e com que critérios. Abraço.

Tristeza da depressão não é só tristeza. Tem mais coisa junto. É (acho) relativamente fácil de distinguir. Ninguém fica triste o tempo todo, e se ficar, depende. Tá agindo, tá fazendo coisas, tudo bem. Outro aspecto: vem em onda, ou seja, triste hoje, amanhã calmo, relaxado, trabalhando, depois de amanhã uma ponta de tristeza que vem e passa. Mas, se é todo o dia, se tem mais coisas junto, desânimo, angústia, inação... pode ser mais que tristeza. Se for, esforce-se, encare e trate. Funciona.

contra tristeza, alegria. eu costumava encontrar alegria conversando com amigos, abraçando e dando risada. nem sempre dura prá sempre, mas traz prá memória como é alegria. confesso que a memória tá ficando meio opaca, o tempo passa sem nenhuma baliza que permita avaliar a velocidade, voa e nada chega. tá difícil mesmo. ainda bem que tem a sil, que é alegria, é aqui, junto. mas a energia tá se consumindo, um ao outro.

Hoje acordei muito triste. Quem nos salva a não ser nós mesmas? Continuo triste apesar de saber que preciso reagir mas não encontro forças. Marita Jung

Tristeza isolada e temporária nem sempre é depressão. Como também alegria momentânea não caracteriza felicidade.

Parabéns, Mirian! Você acaba de banalizar a depressão clínica! Os portadores da doença, que muitas vezes não tem energia nem pra retrucar bobagens encontradas na imprensa, agradecem!

É bem verdade que inicialmente precisamos manter alguma distância do nosso sofrimento, desde que não nos afaste do nosso universo interior. A ideia é nos aproximamos pouco a pouco até chegarmos a uma distância saudável que podemos chamar de equanimidade. É essa imparcialidade que vai impedir que haja uma exposição excessiva, para então empregarmos a paciência, coragem e a auto-observação.

Quando a gente lê um artigo como este, Mirian, acaba percebendo que é normal, que nada do que se está sentindo neste momento, semelhante ao que você sente, é atípico. Hoje eu também amanheci mais triste que em todos os outros dias, em que também tenho andado triste. E, pelo andar da carruagem, penso que a tendência é esse sentimento ficar cada vez mais forte, se instalar definitivamente nas nossas vidas, nos nossos corações. Estamos à deriva nesse país. Estamos agonizando.

Sim, precisamos de coragem para encarar de frente a dor e o sofrimento. Quantas pessoas vivem fugindo de si, evitando conhecer o seu pesar, a sua tristeza. Com coragem e paciência conheceremos bem aquilo que nos aflige, poderemos tocar a natureza do que nos incomoda. Ficar indiferente inibe o autoconhecimento, aumenta o distanciamento interior. Melhor ficarmos cada vez mais íntimos do que surge em nós, tão íntimo que passamos a perceber como é impermanente, transparente ou insubstancial.

O termo 'tristeza' indica uma condição, uma situação que surge e que depois de algum tempo desaparece. Então, pergunto: 'Até que ponto o que é passageiro pode servir como uma referência válida para decidirmos sobre isto ou aquilo?'. Uma coisa é certa, num outro dia qualquer a tristeza vai voltar, mas aí poderíamos ir além da sua superfície para encontrar a sabedoria que há ali. Para tanto, precisamos de coragem, paciência e auto-observação só assim encontramos esse tesouro oculto.

Quando respondo à pergunta "Tudo bem?" com sinceridade, me respondem que não posso falar que não está tudo bem, que TENHO que dizer que está tudo bem, para que as coisas melhorem. É mágica?

Se eu também estou triste? Estou sentindo muita tristeza somada com o sentimento de uma profunda indignação... e acredite, imensamente feliz já que por causa deles estou vivenciando como nunca e intensamente a minha Humanidade.

Mirian, belo texto! Além das restrições impostas pela pandemia, sofremos as restrições impostas pelas pessoas que acreditam que suas verdades são as únicas possíveis... realmente tempos tristes os nossos....

Que bom que você diagnosticou essa patologia brasileira consubstanciada nessa obrigação de ser feliz. Quando será que amadureceremos a ponto de conseguirmos lidar com todo o espectro de emoções humanas?

Tristeza é doença do espírito, e todas as doenças nascem no espírito.

Mirian, é impressionante o que ocorreu comigo: eu acordei e me vesti para ir ao dentista, estava pronto para responder que estava mal a todos que me perguntassem se eu estava bem; mas, pensei que não seria uma boa atitude, eu teria que explicar que era por causa do absurdo que vivemos neste país de hipócritas; ficaria um clima estranho. Antes de sair, me sentei e achei seu texto, vou imprimir e levar. rsrs

O capital impõe a condição de blasé pra todos, o que fugir disso, tende a ser mercadorizado (commodification). Só Lula salva! Kkkk

Mirian bom dia, gosto muito das suas colunas. Você tem toda razão... Essa frase na sua coluna diz tudo: "é apenas o que sinto nesse momento tão triste de viver."