Djamila Ribeiro > Discurso do 'basta querer' romantiza a violência de um Estado sem políticas Voltar
Comente este texto
Leia Mais
Esta semana assisti um dos episódios da série Small Axe [globoplay], Alex Wheatle, dirigido pelo britânico Steve McQueen. O diretor é negro, o protagonista é negro, assim bem como a maioria dos atores. Baseado numa história verÃdica de um negro numa Londres racista, a de Alex Wheatle, que passou por tudo de ruim que passam os negros, aqui e na Grã-Bretanha, mas superou, tornou-se um grande escritor. Ele fez as suas escolhas e não foi o primeiro fazer isso. Ele quis!
Não me arrependo de ler um texto de Djamila. Obrigada por poder ler seus textos.
Não tem como não se emocionar com esse texto maravilhoso. Nasci com capital social. Apesar de ser mulher, de vir de famÃlia pobre, sou branca, de olhos azuis. Lógico que levo vantagens. Mas doi muito olhar esse pais tão injusto, tão violento, tão preconceituoso e tratar seres humanos, em função de cor, classe social, como se fossem " nada", meros objetos descartáveis. E doi mais ver pessoas ao meu redor nem se importarem com o sofrimento dessas pessoas. As vezes tenho nojo.
Mais didático, impossÃvel. Parabéns pelo texto, Djamila.
Excelente texto! Infelizmente as pessoas não conseguem enxergar o tratamento desigual e injusto que o povo preto recebe em nosso paÃs. Principalmente brancos que não sentem o desprezo e a violência na pele. E ainda resistem em observar ao seu redor e se colocar no lugar das outras pessoas.
Falando em interseccionalidade em entrevista de emprego, uma terapeuta já me perguntou se eu queria me sabotar quando disse ter sido sincera, em uma entrevista de trabalho com o psicólogo da empresa, a respeito da minha orientação sexual. Era o mais natural para mim e não perdi o emprego porque foi fruto de concurso; mas muitas pessoas perdem o emprego por conta de sua orientação sexual, sem falar de suas famÃlias e de suas casas. Então, sim, existem outros recortes que define que vida é 'salva'
Com todo o respeito á Sra. Djamila Ribeiro, que luta bravamente pela causa dos pretos e pardos do Brasil, agora chamados todos de negros, mas em seus textos eu sinto um ressentimento pelos brancos, apenas por serem brancos. Eu lamento que estejamos aprofundando o fosso que divide os brasileiros cada vez mais. Isto acontece na polÃtica, na religião e agora também nesse racialismo que entristece, e que ainda vai causar muitos males a todos.
Então, Max, vamos deixar como está, para que não nos entristeçamos. Vamos realcalcar nossos ressentimentos, para não aprofundar o fosso que nos divide. Interpretação de texto é problema nacional.
Discordo. É fato que o problema racial no Brasil é estrutural, mas enquanto não se vencer a luta contra o fascismo misógino e machista como um todo, essa luta da qual fala a autora continuará sendo marginal. Além do mais, num paÃs miscigenado como o Brasil, tal luta envolve todas as pessoas minimamente esclarecidas e libertárias.
Perfeito, Nana! Corroboro as suas palavras. O racismo é tão estrutural no nosso paÃs, tão arraigado na nossa cultura, que muita gente acha que combatê-lo veementemente é exagero. Só quem sente cortar na pele é que sabe as marcas profundas que o preconceito racial deixa.
Concordo. Entendo, porém, que poucos aceitam que somos um paÃs miscigenado. E somos um paÃs miscigenado.
Trabalhei á noite no Banco do Brasil. Nossa tarefa era por cota. Lá conheci uma moça negra, que veio de uma condição muito humilde, e cuja famÃlia morava na periferia de cidade do ABC paulista. Essa moça, que fazia sua cota em tempo recorde para poder descansar, era médica residente no Hospital da ClÃnicas e era formada pela Faculdade de Medicina da USP, uma das mais concorridas e prestigiosas do Brasil. Ela sempre foi um exemplo para mim, de superação, de dedicação e de vida.
Concordo plenamente!!!
Nasci e cresci em bairro operário de São Paulo, berço da industrialização da cidade. Todos nós, crianças, éramos filhos e netos de imigrantes portugueses, italianos, espanhóis e japoneses. Na nossa turma de garotos tinha um único garoto negro, não pardo, mas negro mesmo. Apelido dele: Pelé, até porque era bom de bola. O Pelé era adotado e de famÃlia branca. Entre nós, garotos, nunca houve discriminação pela cor, apenas o que nos dividia era o futebol, entre corinthianos e palmeirenses.
Busca
De que você precisa?
Fale com o Agora
Tire suas dúvidas, mande sua reclamação e fale com a redação.
Djamila Ribeiro > Discurso do 'basta querer' romantiza a violência de um Estado sem políticas Voltar
Comente este texto