Ilustríssima > Bolsonaro emergiu do ressentimento gerado no lulismo, diz Idelber Avelar Voltar
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Muito engraçada a indignação dos petistas com a aguda análise de seu antigo colega a respeito das mutações e contradições do discurso lulista. Não se trata, evidentemente, de uma análise que favoreça o discurso maniqueÃsta e vitimista que o partido adora desde a queda da Presidente Dilma.
É mais uma análise reducionista sobre a ascensão de Bolsonaro ao poder, que servirá para meia dúzia de acadêmicos apresentarem como "uma especial contribuição para o debate polÃtico". Também será reproduzida por alguns jornalistas ávidos de novidades para escrever suas colunas e recomendar a compra do livro. O mercado de "idéias sofisticadas" está em aberto à futuros aventureiros em busca de um tiquinho de fama.
Concordo plenamente com o autor. Nada de bom pode resultar de algo tão ruim como foram os governos petistas. Se Lula foi estranhamente perdoado pelo STF, deveria pagar pela desgraça que causou e ser responsabilizado pela eleição do Bolsonaro.
Argumentar que o lulismo engendrou o bolsonarismo é negar o golpe sofrido por Dilma em 2016, hoje mais explÃcito com os crimes impunes de Bolsonaro, e também negar que só prendendo Lula e atacando seu projeto polÃtico é que foi possÃvel a ascensão do bolsonarismo. A análise de discurso do professor não tem respaldo histórico, é apenas uma fake news pasteurizada com jargão e currÃculo acadêmico.
No que diz respeito à Análise do Discurso, o legado de Pêcheux destina-se a examinar o jogo interlocutivo dos discursos e a intersubjetividade dos sujeitos. Assim, não quer postular certezas, mas analisar o discurso como palco de conflitos e acordos ideológicos e espelhamentos imaginários dos sujeitos. Não vemos nada disso nas palavras do professor. Apenas certezas conclusivas que parecem não fruto das análises, mas anteriores a elas.
Meus conhecimentos de Retórica e Análise do Discurso levam-me a concluir que o professor, em lugar de usar essas ferramentas teóricas para a análise, as usou como expedientes para validar suas próprias ideias. Os recursos retóricos objetivam uma persuasão e não pude observar sua aplicação analÃtica para concluir onde e como surgem nos materiais estudados e, a partir disso, concluir qual mensagem se inclinam a comunicar. Sim, porque a Retórica permite ver predominâncias técnicas e não certezas.
Excelente entrevista e análise competente e esclarecedora. Como analista do discurso e linguista gostaria ainda de ressaltar a importância das análises de linguagem para o entendimento de todas as práticas sociais. Mais profissionais de letras precisam ser escutados/as nas discussões polÃticas pois é através da linguagem que posições e ideologias são materializados .
A despeito da excelente análise do professor, é inegável a tentativa de construção da Folha e seus associados, da "terceira via" de "centro", aproximando sofisticamente o lulismo do bolsonarismo como faces da mesma moeda. Embora isso seja retoricamente negado na entrevista. Minimizou sobremaneira, não sei se tão honestamente, o papel da imprensa na construção narrativa para o golpe de 2016 e depois o apoio, transverso que seja, da mesma, na eleição de Bolsonaro.
Podcast esclarecedor, de uma obra acadêmica, porém de facil entendimento. Conteúdo muito "pé no chão". Valeu a pena ouvir.
Na minha opinião, antes das eleições de 2018 a direita não tinha a menor chance de ascender ao poder, mas com o estratagema de Moro expondo ilegalmente a presidente Dilma (caso do áudio com Lula) começou a ganhar força. Mas foi uma facada que levou Bozo ao Planalto, sem nenhum plano de governo.
Discordo, Geraldo. Quem levou o Bozo ao poder foi uma facada, sim. Mas não a do Adélio Bispo. Foi a facada que os governos do PT deu nos cofres públicos. Para não trazer de volta a or crim ao poder, até Bozo servia...
Idelber, me lembro da loucuragem das perseguições e tribunais virtuais da galera esquerdo chata fez com ele anos atrás...exemplificam que o absurdo não veio só da direita...
Eu lembro que em Salvador o Bozo teve 27% no 2° turno.
Interessante notar que, somado ao governo Dilma, foram 18 anos seguidos sob uma linha uniforme (Dilma nem tanto, nele afloraram os radicais que hoje se batem com a direita histérica e o domÃnio do Centrão). Um adulto de 30 anos amadureceu nesse meio, o que confirma a tese exposta na matéria. O ressentimento e a frustração de expectativas ou conquistas nos levaram ao ambiente neurótico no qual vivemos. Ainda assim, estou saudoso do perÃodo Lula (jamais Dilma). Tinha vida e esperança!
Opa, 14 anos e não 18!
Em parte sim. Mas não esqueçamos q podia-se exercer este anti petismo passando longe do Bozo. Em momento nenhum , tirando os absolutamentes alienados, que não tem solução, QQ pessoa com um mÃnimo de senso de responsabilidade polÃtica, nem deveria ter sequer olhado pro Bozo. E a massa (isso acontece até na Europa e nos EUA) eh movida a comportamento alelomimetico. Aqui, por ex. Já elegemos um hipopótamo do zoológico, antes da ditadura.
Quem apertou 17 e se arrependeu tem a estranha mania de acusar quem não o fez pelo resultado.
O problema de Lula e do PT não é 'ameaçar a democracia'. Não se trata disso no mundo real e concreto em 2022. O fato polÃtico é o anti-lulo-petismo ter levado ao poder dois filhotes da ditadura apólogos da tortura e tributários da linha dura que se contrapunha à abertura lenta, gradual e segura de Ernesto Geisel. A retroalimentação polÃtico-eleitoral do anti-petismo pelo bolso-militarismo é a chave que liga os termos bipolares de 2018 em 22. Sem a terceira-via, o novo Messias está reeleito!
Morreu sim, Helio. Foi morta e sepultada pelo presidente Bolsonaro, sob alegação de que "não existe mais corrupção no governo".
Ayer Campos, a Lava Jato não morreu, logo não existem viúvas ou viúvos. Está viva, apenas atordoada pelas investidas criminosas de Bolsonaro e STF em favor dos cor ru ptos. Não de Lula, um pé rapado cor rup tô e cá chá céi rô. Me refiro aos cá na lhas do alto clero. Dos três poderes.
Fica a indagação ao atento comentarista Alberto Neto: que fatores enigmáticos poderiam levar os quase 40 milhões de eleitores de se posicionaram com abstenção, branco ou nulo em 2018 a sufragar (o que não fizeram diretamente então) JB para contrarrestar Lula, depois de tudo o que aconteceu neste governo? Seriam as viúvas (ou carpideiras) da Lava-Jato tão numerosas assim?
"O autor aponta uma retroalimentação entre lulismo e bolsonarismo, mas rejeita a ideia de que os dois campos são equivalentes —só o bolsonarismo é extremista e ameaça a democracia, argumenta." Por que o tÃtulo omite a ideia principal do autor que é a parte final da afirmação?
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