Sr. Nelson Gomes. Endereço para remessa de bons livros de História. Talvez acorde para a realidade factual.

Imagine-se o que teria nos ocorrido se tivesse ido adiante a proposta do PT de criação do Conselho Nacional de Jornalismo!? Ainda que justamente, é difícil conceber como correta, a classificação de liberdade de "expressão restrita" adotada para o Brasil, em face de um presidente diuturnamente criticado e jamais elogiado pela imprensa, salvo se essa classificação decorre dos recentes episódios envolvendo o STF, mas isso o ilustre articulista não ousou enfatizar. Deus nos ilumine! Namastê!

Obviamente o advogado-colunista, interessado em manter o bom relacionamento com o Supremo, jamais apontará que o maior ataque à liberdade de expressão teve origem no próprio Supremo ao ressuscitar a lei de segurança nacional.

Pela Constituição Federal e por reiteradas decisões do Supremo Tribunal Federal a liberdade de expressão é plena no Brasil. Há muitas decisões do STF sobre esse tema. No entanto, parece que no Brasil há os prosélitos de que essa liberdade deve ser vigiada e contida a qualquer insinuação que possa atingir a membros dos Poderes da República, alguns dos quais abusam da autoridade do cargo. Crimes contra a honra, difamação e injúria não se punem sem que esses delitos sejam consumados.

O pior inimigo de uma ditadura é a imprensa livre.

A sociedade brasileira brincou com fogo e está bem chamuscada. De nada adiantaram alertas. Com todos os problemas do PT e Lula, Haddad era uma solução melhor, mais racional. Opinião pública é universo intrincado, movido por interesses e percepções pouco claros. As ondas ideológicas se desenvolvem fora da influência de pensadores democratas e a sina da humanidade é visitar o inferno periodicamente.

Texto preciso!!! Na nova ordem, não há golpe clássico, mas erosão das instituições democráticas. Há a democracia de fachada. A eleição de um populistas barato pode causar danos à democracia, mas não suficientes para a sua desconstrução. O problema é a reeleição do lider populista. O EUA conseguiram impedir e bem ou mal trilharam o caminho da normalidade. Espero que dessa vez a gente " copie " os americanos.

Todo poder tende ao abuso. Para isso inventaram o sistema dos 3 poderes. É preocupante quando o legislativo e judiciário em vez de colocarem freio no executivo, também avançam na intimidação aos cidadãos.

Seu Oscar, não estão contidas nessa pesquisa duas variáveis fundamentais, diretamente correlacionadas: covardia e puxa-saquismo. A primeira, teve crescimento exponencial, em tudo quanto é área nesse país, agregada ao puxa-saquismo: este último, talvez não seja causa, senão efeito. Efeito da burrrice generalizada que tomou conta dos níveis diversos da vida pública e privada. Somente o emburrrecimento dá conta de explicar sermos governados por cavalgaduras, não importa se mais ou menos elegantes.

Respeito o Prof. pela sua coragem em debater temas polêmicos como a liberdade de expressão. Todavia, acredito que existe um exagero em afirmar que essa prática esteja em declínio. Acredito que o debate sobre o tema não é bem liberdade de expressão, mas liberdade das consequências daquela expressão. As pessoas demandam expressar suas opiniões sem objeções, e quando objeções são feitas clamam pela justiça cósmica, que não existe. A liberdade de expressão não pode existir sem consequências.

Basta examinar a cultura latino-americana e verificar que o Brasil é o país que menos retratou os anos de chumbo no cinema, no teatro, na literatura. Só o Brasil no Cone Sul, não levou militares e torturadores aos tribunais, todos ocultados sob o manto de uma 'anistia ampla, geral e irrestrita'. Não se deve estranhar o encurtamento do cabresto autoritário no Brasil. Não se conhece na América Latina nenhum país cuja população tenha escolhido nas urnas uma dupla de milicos filhotes da ditadura.