Agora, revisitar os fatos de 1964 mais de 56 anos depois, acusando esta ou aquela empresa de colaborar com o regime, é algo tolo, parcial e incorreto.

O movimento militar de 1964 contou com amplos apoios da população, do clero, da imprensa, dos políticos e da classe empresarial. A surpresa foi que os militares, ao contrário do que sempre havia sido feito, desta vez não entregaram o poder aos civis após a deposição do vice presidente Jango , preferindo eles mesmo tomar o poder em rodízio. Uma invenção brasileira: a ditadura em rodízio.

Um livro importante sobre o tema é o do Professor Marco Antonio Villa - Ditadura á brasileira - onde sabemos que tanto a esquerda como a direita pretendiam golpear a democracia no Brasil.

Para saber mais sobre o movimento militar de 1964 que resultou no golpe militar e depois no período militar que durou 21 anos, sendo que o período desde o AI-5 em fins de 1968 até o fim da censura do jornal Estadão em janeiro de 1975, foi o mais ditatorial com as censuras, prisões, torturas e mortes contra o pessoal que pegou em armas contra o regime, devem ser lidos os 5 livros escritos pelo Elio Gaspari.

Não é correto falar em "ditadura militar". A ditadura foi imposta pelo imperialismo e por uma classe capitalista que os acadêmicos chamam de "burguesia", que usou os milicos para seus propósitos. Milicos que eram subordinados ao Comando Sul, que ficava no Panamá. Como "burguesia" é um termo muito erudito, prefiro chamar de patronato, que todo trabalhador entende na carne. O golpe e a ditadura, então, foi "patronal-milical". Milicos, ou seja, militares vendidos.

Não foi só a Volks. A Rede Globo, por exemplo, foi importante no apoio institucional. Na época era revolução agora virou golpe na voz dos seus jornalistas. Eu vivi 1964 e sei quem deu apoio irrestrito.