Opinião > As universidades públicas e os interesses da sociedade Voltar

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  1. RODRIGO DORNELLES

    É incrível a quantidade de assinante da Folha que faz comentários racistas, quando o assunto é cotas raciais, sem nem cogitar que estão sendo racistas. O ressentimento com o sucesso da política de cotas, especialmente as raciais, é algo, ainda, notável.

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    1. RODRIGO DORNELLES

      Prezado Felipe, não sou em que digo. São as pessoas que estudam a temática. Recomendo que leia sobre racismo estrutural. Passar bem.

    2. Felipe Araújo Braga

      Amigo, eu sou negro e entrei por ampla concorrência na USP (fui bolsista em colégio privado). Você realmente acha que uma pessoa que não é a favor das cotas raciais é racista unicamente por isso?

    3. Felipe Araújo Braga

      Eu me questiono sim se cotas raciais são válidas: num curso X a nota de corte foi 55 para ampla concorrência e 49 para escola pública (ok, sabemos as desigualdades no ensino). Aí na categoria racial a nota foi 39! Você realmente acha justo? Dois estudantes do mesmo colégio público terem acesso a facilidades tão diferentes na hora de entrar na universidade unicamente por conta da cor da pele ou do fenótipo?

    4. Felipe Araújo Braga

      É muito diferente de emprego, quando há dois candidatos com a mesma qualificação e um deles é negro e pode sair prejudicado unicamente por isso. Agora cota racial, sinceramente, não vejo motivo para ser a favor. Me parece bastante racialista inclusive.

  2. Cloves Oliveira

    As disparidades e deficiências do nosso ensino básico justificam a existência de programas destinados a minorar as desigualdades entre grupos sociais, mas talvez a ideia de cotas não tenha sido a melhor solução, pois não corrige a radix causa. Além do mais é superficial, pois ignora a imensa heterogeneidade da população Brasileira. Em vez de cotas, preferiria um programa preparatório gratuito, não baseado em etnias, mas para todos que não possam pagar cursinhos.

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    1. Felipe Araújo Braga

      Eu sinceramente não vejo com bons olhos a ideia de cotas raciais. Mas concordo com cotas para quem é de escola pública sim, não dá para comparar com quem fez ensino privado. Mas a questão é que na categoria escola pública: temos gente de Etec e colégio federal disputando com gente de colégio estadual. Na categoria ampla: temos gente de colégio privado de bairro (a maioria) disputando com gente de colégio de elite. Não é justo, simples assim.

  3. José Cardoso

    O fato dos alunos que entram pelas cotas terem desempenho semelhante aos demais levanta um questionamento em relação às provas de seleção. Afinal o seu objetivo é exatamente selecionar os que tem mais potencial, e seria de esperar uma queda no nível acadêmico, se elas não são seguidas.

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  4. JOAQUIM FERREIRA R FILHO

    O grande problema das Universidades públicas brasileiras nunca é mencionado e atacado devido ao corporativismo. Somente um percentual pequeno de funcionários podem ser classificados como trabalhadores, professores, pesquisadores, cientistas dedicados ,incansáveis na busca das descobertas e aprimoramentos. A grande maioria lamentavelmente é o retrato do Barnabé. Uma meritocracia séria com expurgos dos coça saco é o caminho para tirar o Brasil do vexame de estar fora das 200 melhores do mundo.

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    1. Felipe Araújo Braga

      O corporativismo existe em todo o setor público brasileiro, não é exclusivo das universidades.

    2. Rafael Gallina Delatorre

      Precisaria mais universidades para atender a classe média e as menos favorecidas. Ou seja, mais destino de recursos para a Educação, e não para o setor financeiro, e ampliar o serviço, não diminuí-lo. Esse retrato que está pintando é de quem não tem a menor noção do que se faz na universidade, que é formar a população com qualidade, e se baseia em pré conceitos estabelecidos por décadas em que o funcionalismo público é composto por parasitas, aplicado nas universidades.

    3. Rafael Gallina Delatorre

      Um dos grandes problemas da sociedade brasileira, especialmente da classe média, é o senso comum difundido por décadas de que o serviço público é ineficiente pois as pessoas não trabalham por ter estabilidade garantida. Não é possível que todos sejam pesquisadores na universidade pública, falta recurso para isso. Ainda assim a universidade pública é responsável por quase todo o esforço nacional em pesquisa.

  5. Peter Janos Wechsler

    Pelo THE ranking a USP está na faixa 201-250. Isto é fazer parte das melhores universidades do mundo?

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    1. Riccardo Lacchini

      A usp tem qualidade e quantidade. Nenhuma universidade em posição superior nos rankings tem o tamanho da usp em egressos. Nenhuma.

    2. Peter Janos Wechsler

      Felipe. Você está correto quanto à América latina, mas isto não impede que a USP esteja muito mal em nível internacional e é isso que os rankings medem. Não interessa ser o menos ruim.

    3. Felipe Araújo Braga

      E o mesmo THE e seu ranking irmão: QS, classificam a USP como melhor da América Latina. Eu não sei qual universidade você fez. Mas a USP está a anos luz da maioria das universidades brasileiras. É uma de nossas pouquíssima universidades de excelência no padrão mundial. Tanto Brasil, quando América Latina, apanham muito quando colocados ao lado de universidades da Europa, América do Norte, Japão, China e Austrália

    4. Felipe Araújo Braga

      É uma questão de dinheiro e recursos também, a USP faz tudo isso com muito menos recursos e com muito mais alunos do que as Top Class Worldly Universities. E em meio a uma sociedade das mais deseducadas do mundo.

  6. Riccardo Lacchini

    Finalizando, o ponto foi provado sem sombra de dúvidas. Para os que queriam apelar á alesp por mais recursos em 2014, pergunto: o que vocês acham que teria acontecido? A gestão Zago-Vahan decidiu pela correção do problema com os proprios recursos da USP de forma responsável, e me arrisco a dizer, visionária. Os governantes teriam todo o motivo para cortar recursos e liberdade das universidades em 2020/21 não fosse nosso sacrifício de 2014 até os tempos de hoje. Parabéns e obrigado

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  7. Riccardo Lacchini

    Como professor da USP, aplaudo as decisões tomadas para a mudança de rumos. Não foram tempos fáceis para os docentes, que em muitos casos garantiram a excelência da produção científica na base do sacrifício pessoal. Mas muito pior seria se agora estivéssemos desacreditados e sem autonomia. É fácil perceber que os senhores nos salvaram de um desastre que estava bem ali, virando a esquina, em 2020, 2021. E não falemos apenas de governo federal. O governo estadual também mostrou seus dentes.

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  8. MARCOS BENASSI

    Prezados senhores, na USP já se fez loucuras como abrir escritório na Ãsia, mas é verdade que as universidades são um oráculo de bom senso, na média, quando comparadas ao governo em geral. Padecem de males, em certos aspectos, correlatos - na Unicamp, por exemplo, a denúncias consubstanciadas de salários altíssimos; em todas as públicas paulistas há dúvidas sobre "privatismos" via entidades paralelas, etc. Mas estão anos-luz à frente do governo, a começar porque produzem.

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  9. João Aris Kouyoumdjian

    Parabéns ao professor Vahan Agopyan pelo sempre lúcido e sereno artigo. As cotas são essenciais. Lembro que uma ex-aluna cotista da FAMERP (Faculdade Estadual de Medicina de São José do Rio Preto, São Paulo) que fez iniciação científica comigo por 5 anos, acaba de entrar em Residência Médica em Neurologia na Universidade de Harvard. Atingiu pontuação top. Brilhante. Motivo de júbilo para o Brasil por um talento descoberto.

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    1. Vinícius Aguiar Barbosa

      Caro João, diga parabéns a sua colega de iniciação. Espero que não seja mais uma "brain gain" para outro país - apesar de que, com o governo que sempre tivemos, é difícil de esses cérebros talentosos permanecerem aqui, infelizmente.

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