O economista, geralmente tão contundente - já acusou colegas de não saber conta, uma grosseria habitual no meio - foi estranhamente neutro neste artigo. É fácil perceber que não se sente muito confortável com as tendências de que trata.

Biden é "comunista"!

Enquanto isso a "elite" brasileira "redescobre" o liberalismo - desde que tudo, evidentemente, seja patrocinado pelo Estado. Mas viva o "impoluto" FHC , que em 1998 zerou a alíquota do imposto de renda sobre os dividendos societários.

Caso não consinta com a desonestidade moral, Pessoa tem de fazer a tréplica à réplica de Tarso Genro e comentários da coluna. É flagrante sua ignorância sobre a crise argentina provocada pela política ultraliberal de Domingo Cavallo e Carlos Menem. É notável sua desonestidade intelectual a respeito dos governos MDB e PSDB do RS, cujas administrações produziram a bancarrota gaúcha com Rigotto, Crusius e Sartori. Quanto à tributação do capital na Era Biden é melhor Paul Krugman. Evidentemente!

O custo do capital para empresas brasileiras também sofrerá aumento

Então quer dizer que estamos avançados com nossa tributação de 34% sobre o lucro líquido das empresas. Mais uma vez os EUA se curvam diante do Brasil.

Não sabemos se Biden terá sucesso em suas iniciativas, mas o governo americano coloca, em boa medida, o transatlântico na rota da nova literatura econômica e na contramão de Reagan permeado pela filosofia do laissez-faire. É importante que um governo saiba onde existe dinheiro para financiar a economia e tenha coragem para buscá-lo. Que os brasileiros fiquem atentos às lições de fora, porque o pós-bolsonaro será um período de reconstrução e a classe média está falida e a pobreza exaurida.

Então o Brasil está avançadissimo quando não cobra imposto algum sobre lucros e dividendos? Obrigado. Eu não sabia que o Brasil estava na vanguarda do planejamento tributário.

O modelo clássico que propõe a taxação zero sobre o capital apenas verifica a relação entre capital e trabalho, não levando em conta outras circunstâncias como as heranças, por exemplo. O modelo clássico provocou nos últimos 40 anos um aumento na desigualdade da riqueza. Um modelo misto, por exemplo, eh adotado nos países nórdicos onde existem impostos progressivos tanto sobre o capital quanto sobre a renda. Agora, muito do que foi dito no texto já ehadotado nas relações bilaterais entre países

Eu só começaria a prestar atenção a um nhenhenhém desses se economistas com mais credibilidade, como Nogueira Batista Jr e Lara Resende, dissessem um 'pode ser' a favor. Isto é chororô de carpideira de Trump e Guedes.

Falou, falou e não disse nada. Enfim, não opinou sobre o plano de Biden. Ficou em "cima do muro", como se diz no linguajar popular. Mas todos sabem que o economista Samuel Pessoa é um liberal e, portanto, rechassa tributação sobre os mais ricos. Se o plano de Biden vingar - e tem tudo para isso - a América será grande de novo e, agora, com mais justiça social.