Ruy Castro > Fim de uma história Voltar
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Ruy não está falando de nostalgia ou saudosismo. Está falando de cultura.
Uma crônica que acalenta. Estava com saudades deste Ruy
Se já não fosse melancólico e trágico o bruxuleio da última chama da São José, igual desfecho projeta-se à frente à s demais livrarias, mesmo as desprovidas de história. Ao mesmo tempo, uma legião de imbecis devotada à República das MilÃcias aparelhou a Receita Federal. O Fisco Federal está tomado pelos primitivos instintos obscurantistas a ponto de seus técnicos serem pagos pelos contribuintes para tributar livros sob o inacreditável pretexto da 'justiça fiscal' em nome 'dos pobres'.
O argumento do Paulo Guedes para tributar livros, é de que, quem compra livros é a classe mais rica do paÃs. Ao invés de ver nisso um problema, viu uma oportunidade de tributação. Visão de banqueiro neo-liberal que só pensa em ganhar dinheiro e quer administrar o paÃs com a lógia de quem administra um banco ou uma empresa. Tristes dias milicianos.
Sim, querido escritor. Mas fim de uma história é sempre o começo de outras. .../Claudia F.
Tudo muda. Vida que segue. Os passeios a charretes puxadas por tração animal, talvez fossem mais bucólicas. Mas a realidade é a vida dando um tap a com luva de pelica (lembra de pelica? ) na car a da gente....
livrarias varridas do cenário urbano. dia após dia o fÃsico perdendo espaço para o digital. olho pros meus livros na estante com tanta saudade.
Linda crônica, todas as cidades se confundem com as histórias de suas livrarias. Uma tristeza essa ruptura do analógico para o digital, mas não há nada que se possa fazer, a não ser guardar os livros, abri-los e ler histórias que os computadores e a internet são incapazes de reproduzir nas nossas mentes!
Bela crônica sobre um monumento histórico da literatura.
Frequentei muito a livraria Leonardo da Vinci, a São José nem tanto. Nas livrarias, assim como nas lojas em geral, somos às vezes surpreendidos por algo interessante que não estávamos procurando. Já a internet é bem melhor para o que já decidimos comprar.
Que linda crônica, Ruy. Emocionante...
Vida sólida que se transmuta, perversamente, em vida lÃquida. A vida não tem a mesma qualidade de outrora. E não é nostalgia não: basta olhar as novas gerações e a sua carga cultural, paupérrima, virtualizada. Sem pessoas, só logins e contas. Perfis em redes.. Pessoas que só tem (quando tem) e pouco são.
Eu acho que é nostalgia sim, Daverson. É saudosismo do bom, sadio, cujo sentimento pode ser explicado pela frenética mudança da realidade . As gerações vem perdendo o interesse pela literatura, artes e outras manifestações culturais, aligeiradas pelo busca rápida e virtual dos conhecimentos. Eu sinto falta de folhear um jornal, de voltar rapidamente à página 20 de um livro, com um rápido movimento dos dedos. Meu consolo é que todos são nostálgicos em algum momento de suas vidas, ontem e hoje.
Xiiiiiii, Ruy, a gente sifú. Eu, menos entrado em anos, comecei a abdicar do papel faz uns 30: meu equivalente é lembrar de, em 1995, começar a ler artigos cientÃficos em meio eletrônico e, um pouco depois, ler esta folha em sua versão digital. Ao invés de um lugar, de pessoas, minha lembrança é de uma interface, da Ovid, fornecedora cientÃfica norte-americana. Mas lembro também de uma crÃtica que fiz à ombudsman e contribuiu para uma desreforma da Folha digital. A história muda, mas continua...
Lá eu comprei o "Dictionaire de Mathematiques Apliqués", com desenhos feitos a bico de pena. Na primeira página vinha uma dedicatória "...como lembrança dos tempos em que fizemos o plano diretor de águas do Rio de Janeiro" assinado em 1902. Hoje tudo isso parece um sonho distante...
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