Opinião > As máscaras do luto Voltar
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Excelente texto, parabéns. Em especial por nascer em processo de luto de Um. Meus pêsames. Talvez por ingenuidade, talvez por desejo de acreditar no humano, penso que este “refúgio no sofrimento difuso da morte em massa” não se sustenta. As máscaras do luto coletivo cairão, mais cedo ou mais tarde, e por algumas gerações teremos os desdobramentos dessa dor aparecendo (ou se escondendo) de formas variadas nos indivÃduos. Não há como sair incólume de uma tragédia como essa. Eu acho (ou desejo).
Parabéns pelo texto. Fechou com brilhantismo!!! OOO
Maria, você tem razão, é por aÃ. Eu te admiro muito e, saiba, fico feliz por você ter estado com Contardo neste finalzinho. Um forte abraço.
Disse tudo! Com objetividade e sensibilidade. Obrigada pelo texto.
Prezada doutora, é muito mais do que isso. A verdade é a que ninguém quer realmente admitir. A humanidade está com a validade vencida. Só não sabemos como será, mas já é mais que hora de começar tudo de novo. Talvez a evolução mantenha alguma memória no DNA e de chance a outra espécie, porque essa definitivamente não deu certo.
“A morte de Ivan Ilitch”, a obra-prima de Tolstói
Lembrando : a frase antológica: “uma única morte me choca, um milhão de mortes é uma estatÃstica”. segundo consta é de Joseph Stalin . A verdade que em nosso paÃs, grande parte da população perdeu a nossa de empatia , solidariedade e fraternidade e muitos por motivos polÃticos e ideológicos onde o egoÃsmo exacerbado domina suas mentes.
Que baita texto, profa. Maria Homem.
Lembrei do livro 'A ridÃcula ideia de nunca mais de ver' de Rosa Monteiro. No seu diário, Marie Curie, depois da morte de Pierre Curie, ao ocupar seu lugar em Sorbonne, escreve indignada algo do tipo: "eles me parabenizaram por ocupar seu lugar, Pierre". Obrigada pelo texto, Maria!
Obrigado pelo texto repleto de pertinência e sensibilidade, professora Maria Homem ! Que você possa possa atravessar seu luto (pela passagem do saudoso e brilhante Contardo Caligaris) da melhor maneira possÃvel ! Torço pra que você (ou o professor Christian Dunker; duas excelentes opções !) ocupe o espaço de seu companheiro, aqui nesta Folha, à s quintas-feiras !
Para mim, a morte me apresenta a absoluta falta de sentido da vida. Muitas pessoas preencheram e preenchem esse buraco com Deus, vida eterna, escatologias variadas. Diante dos sofrimentos (perda de queridos, violências, acidentes, doenças), procuro ter prazer nas coisas que faço, buscar algum hedonismo, alguma satisfação. Claro, a morte não é evitável, mas sem dúvida podemos prolongar a vida, aquela que vale a pena, com os recursos de que dispomos, como indivÃduos e sociedade.
Meu pai se foi há 10 dias. É impressionante essa sensação da dispersão da dor pela perda dele em meio às centenas de milhares outras. Realmente o agradecimento irônico ao Presidente e cúmplices faz muito sentido.
Excelente! Gostaria de vê-la escrevendo regularmente para a FSP...
Gostaria de endossar o desejo de ver a coluna da autora
Todas essas formas de evasão da morte como marco natural da vida parecem derivar da tentativa de evitar enfrentar a consciência do ser-para-a-morte, que as promessas de 'eternidade' ajudam a anestesiar, 'confortando' o vivente de que será recompensado por suas frustrações e misérias existenciais. Esta é a premissa da tese do filósofo Martin Hagglund ("Esta Vida"), que preconiza uma espécie de 'fé secular' para abandonar o anelo de eternidade e abraçar a verdadeira vida, com sua finitude.
Caro Marcos, não se importar com a morte, ou vè-la como benção, talvez só seja possÃvel com o alento mÃstico da eternidade. A proposta do filósofo é se apegar à vida, e não desperdiçá-la (seja isto o que for), justamente pela fé secular de que esta existência é única e fugaz, e por isso merece ser bem cuidada.
Ayer, carÃssimo, existe uma alternativa mais simples: o mero fim da vida como benção, a cessação do sofrimento. Nem importa que a vida tenha sido boa - vide o papo do Hélio hoje - dado que acabará, e de nada sentiremos falta. Entender o fim da minha vida como o começo da vida dos vermes me foi um grande alÃvio pessoal, parece que alinhadamente ao Martin hagglund, embora o desconheça. Guia-me uma ética humana, dói-me a morte alheia, mas não a minha própria. Como ser do meu tempo, desejo-a indolor
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