Sérgio Rodrigues > Lusofonia, adeus! Voltar
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Realmente para os portugueses deve ser horrÃvel perceber que a sua "lÃngua nacional" não é sua. Que se danem, nenhum brasileiro precisa pedir autorização ou se sujeitar a regras de outros para falar a sua própria lÃngua. Ou então teremos que avocar a pureza do latim para esse dialeto português...
Como linguista, acho a discussão mais polÃtica do que propriamente linguÃstica. No Brasil, fala-se a variante brasileira (que por si só também apresenta variantes). O problema é a insistência das escolas em seguir uma norma culta cada vez mais afastada da norma falada informal. E mesmo os defensores do “brasileiro”, como o repórter, utilizam essa norma culta para se protegerem de crÃticas. Bagno, além de mal-educado, é radical.
Acho que tentar a lusografia (entre os letrados de todos os paÃses dessa subcultura europeia, minoria em todos eles) já é um projeto pra lá de ambicioso! (já dizia Oswald de Andrade, me dá um cigarro!).
Acho extremamente irrelevante esse esforço. O Português no Brasil já teve inúmeras reforma ortográficas, que só levam a confusão, ninguém mais sabe se a palavra tem hÃfen, deve ser aglutinada ou simplesmente duas palavras distintas. Portugalnunca se preocupou com nossas normas. Acham que o idioma nasceu lá e lá é falado certo. O inglês americano e britânica tem inúmeras diferenças de escrita e é o idioma mais internacional hoje. Sempre procurei ser preciso na escrita, hoje acredito no corretor
Já o preconceito xenófobo dos muitos brasileiros que retratam os portugueses como burros e os grandes responsáveis pelos males do Brasil, dois séculos após a independência - argh!!!
E no caso do inglês, há as variantes indiana, australiana, canadense, o globish, ninguém quer ser dono da lÃngua e dar a última palavra. Essa xenofobia da terra-mãe (argh!!!) e o preconceito com as colônias - inclusive esta terra do "filho, toma pra ti antes que os aventureiros - vulgos brasileiros - o façam" - não permite uma música com intersecções (v. o rock!). Nada em comum, enfim...
As diferenças de ortografia são muito pequenas, e só perturbam escritores. A grande diferença é mesmo o sotaque, a lÃngua falada, que torna muitas vezes difÃcil o entendimento.
Acho que a grande diferença está no uso de concordâncias verbais, preposições de movimento e de situação, colocação de pronomes, etc.
Fica aqui a sugestão pra que o grande JP Coutinho discorra sobre o tema.
Quanto exagero! Tudo isso porque uns quantos episódios pontuais, que nada representam na vida pública portuguesa, foram exacerbados até ao extremo por um jornal brasileiro (FSP) e outro português ("Público"). Vamos a ter bom senso, gente. Existe uma lÃngua com diferentes variantes, como muitas outras. Ponto.
Lamento pelos nossos irmãos portugueses, mas eu gostaria de conhecer um compositor português com o talento e originalidade de Caetano Veloso.
Português? Isso ainda existe por aqui?
O latim era a lÃngua oficial em paÃses que hj falam lÃnguas neo latinas, italiano, francês, espanhol, português, romeno , e o português brasileiro tem que ser diferente mesmo do português falado em Portugal e paÃses africanos/asiáticos. Somos distantes e distintos.
Reforma de verdade seria acabar com o "se". Que não serve para nada. "Importa-se?" Quem? Você, claro. Então basta: "Importa?" Aviso: "Proibido sentar-se". Melhor seria: "Proibido sentar as bund#s".
Nessa lógica pobre, com perdão da palavra, “matou-se” e “matou” dariam na mesma, o que de forma alguma é verdade...
Essa crise é uma invenção brasileira. Nenhum paÃs africano está interessado nesse assunto. Se depender do Brasil e de intelectuais como José Sarney (grande defensor da Reforma) e outros, nós terÃamos uma nova reforma da lÃngua a cada 5 anos. Enquanto isso, desde Shakespeare, ninguém pensa em reformar o inglês. Eles tem mais do que cuidar.
E mais: quando comecei a estudar francês com uma professora magnÃfica, nativa, fui presenteado com um curso do Mauger que ela usara quando moça (e já tinha mais de oitenta anos!), aà me explicou a indústria que troca livros didáticos a cada seis meses, e a vantagem (óbvia) de passar livros de pais para filhos...
São lÃnguas irmãs, não precisam ser idênticas, apenas semelhantes!
Negócio seria o Brasil fazer um esforço para os nossos irmãos africanos aderirem ao acordo, aà Portugal ficaria falando ( e escrevendo) sozinha.
Portugal aderiu ao acordo, caso não saiba.
".../Gosto de sentir a minha lÃngua roçar a lÃngua de Luis de Camões/..." Roçar, apenas roçar. ".../Gosto do Pessoa na pessoa/Da rosa no Rosa/..." Vivas a Fernando Pessoa, Oswald de Andrade, Guimarães Rosa, João Ubaldo! Salva de palmas ao compositor popular nesta festa imodesta!
Viva o Povo Brasileiro e sua lÃngua, viva e rica ! Deixem os Portugais morrerem à mÃngua, minha pátria é minha lÃngua, fala Mangueira, essa gente que se imagina pertencer à civilizada Europa, tontos, a Europa jamais os quis.
Nacionalismo exacerbado é por aqui, mesmo. E complexo de ex-colonizado também.
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