Maria Herminia Tavares > Autobiografia de uma nação Voltar
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Não é a história de nosso passado, exceto como passado mÃtico, que determina a tragédia do governo presente. É a crença de nossas elites de que podem aplicar ao paÃs todo o modelo que tem tanto "sucesso" nas favelas cariocas: o controle pela violência do Estado em sua eterna presunção de inocência (o povo? todos bandidos!), pela presença das milÃcias, e pela pseudo-esperança dada pelas igrejas evangélicas. Bolsonaro é a personificação desse modelo, e fala a sua linguagem.
Pura verdade ! Nunca saÃmos da Casa Grande & Senzala , tão bem descrita pelo sociólogo Gilberto Freyre . Entra governo, sai governo e continuamos patinando por más escolhas e maus governos , onde a nossa educação nunca foi universal, de conteúdo e qualdiade.
Glauber Rocha apresentou o ''povo brasileiro'' em Terra em Transe: ''imbecil, analfabeto e despolitizado''. Darcy Ribeiro definiu a ''elite brasileira'' em Aos Trancos e Barrancos: ''ignorante, cruel e corrupta''. Celso Furtado declarou em O Longo Amanhecer: ''Nunca estivemos tão longe do paÃs com que um dia sonhamos''. Registre-se que a extrema direita sempre fez o serviço sujo sozinha. Mas deste vez recebeu o auxÃlio luxuoso patrocinado pelos erros crassos de Dilma, Lula e PT.
Análise perfeita. Todavia, todo o conteúdo é aplicado há tempos. Apenas, infelizmente, os que antes escondiam tais sentimentos - com a eleição do esterco -, brotaram sem pudor.
Autobiografia recente? Ela vem de 521 anos, com a nossa mesma elite extrativista, escravagista e cruel encastelada em tudo, da economia especulativa à mÃdia, da intelectualidade à falsa alegria e delicadeza que adoramos vender pros bobos.
Muito bom, muito triste e verdadeiro
O comentário do Cloves me pareceu precipitado. O Brasil é uma nação: compartilhamos uma lÃngua comum, a lÃngua portuguesa; temos um passado comum pelo menos desde a independência do paÃs; nossa relação com o mundo é como nação dentre outras, cujas fronteiras estão delimitadas; os outros nacionais nos enxergam, ainda que de forma estereotipada, como o paÃs do Carnaval, do futebol. Somos uma nação emergente com várias mazelas e várias feridas.
Nossa formação é tão diversa quanto a dos EUA. Eles tiveram, por diversas circunstâncias, um desenvolvimento econômico e polÃtico mais rápido do que o nosso. Mas, ali, como aqui, convivem descendentes de europeus, africanos, orientais e indÃgenas. Digam a eles que não existe ali nação. Você tem toda razão!
PrezadÃssima Dona HermÃnia, eu custo um tanto a crer - embora entenda que uma boa pesquisa amostral reflete de modo razoavelmente fiel a realidade - que metade do paÃs enxerga o Bozo de razoável para cima. Seus comportamentos nefastos, que não aceitarÃamos de um vizinho, sendo tidos como minimamente razoáveis. Não vou dar murro na ponta da faca da realidade, mas é duro de crer. Talvez por conta da crença de que a empatia, só ela, baste para que os 50% caiam para 20. Cadê nossa empatia?
Alguns colunistas da FSP usam as palavras do mesmo jeito que fazia o Humpty Dumpt, personagem fictÃcia criado por L. Carrol: 'Dou à s palavras o significado que eu quero e não o significado que elas têm'. O Brasil não é um paÃs nem uma nação. É um sub-continente de nacionalidades. A frase, original é do fundador do Paquistão, Muhammad Ali Jinnah, e se referia à Ãndia, mas também serve para o Brasil. Nos tornamos independentes sem ter estabelecido uma identidade nacional que caracteriza a nação.
O autor do comentário aprendeu uma boa lição com o colunista Azevedo, que é a de emprestar a frase de alguém respeitável para enfeitar os raciocÃnios e preconceitos mais rasos. Os EUA são um paÃs de imigrantes como o nosso: não são uma nação? Sim, uma nação mais bem-sucedida que a nossa. Só isto!
Um primor!
Fora as criticas sobre sobre a pandemia que não existia antes de 2018, o resto da matéria eu concordo com tudo no que se refere ao povo brasileiro ao eleger Bolsonaro. Hoje é fácil criticar o presidente por sua inoperância, mas não era difÃcil há uns três anos prever que Bolsonaro não era a melhor escolha a chefiar a nação brasileira. Isso nos mostrou a ignorância de um povo. Me lembro de uma campanha para saber em que paÃs nosso povo queria viver, ele escolheu o de Bolsonaro...
Excelente análise!! Concordo plenamente....
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