Luís Francisco Carvalho Filho > Inocentes presos Voltar
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Em 30/12/2010 essa mesma Folha publicou a seguinte matéria: Governo lança novo documento de identidade (Cotidiano). Era um dos documentos mais modernos do mundo segundo o então Ministro da Justiça. Esse novo documento, o RIC (Registro de Identidade Civil) substituiria a cédula do RG no Brasil e resolveria boa parte desses casos. Lançado com pompa pelo presidente Lula e pelo ministro da Justiça Luiz Paulo Barreto, o RIC tinha um prazo de substituição gradual de 10 anos, mas foi puro marketing.
Estamos em 2021, já temos carteira de motorista e tÃtulo de eleitor com foto e biometria, mas o tal do RIC, assim como tantas outras bravatas ditas naquela época ficaram só na propaganda.
Segundo a reportagem, de 100 presos injustamente havia 60 negros. Está mais ou menos na proporção populacional. Não há como concluir que há racismo. Agora, as reportagens deixaram muito claro a injustiça que se comete com gente pobre. Porque tenho certeza que não aconteceria isso comigo nunca ou com qualquer um que possa pagar um advogado mediano.
No século 19, antes da Guerra da Secessão, a suprema corte americana declarou que nenhum negro poderia ser cidadão americano. Mesmo com todas as conquistas que a população negra americana conseguiu, o racismo continua presente nos USA. No Brasil é pior. Não bastasse a desigualdade social, temos um baronato das castas e a violência policial conjugada com um racismo institucional e endêmico.
É uma polÃcia e um sistema judicial que perpetuam práticas do Brasil escravista: escravos fugitivos, além de libertos 'capoeiras' e 'vadios', eram alvos preferenciais das incursões de capitães do mato e agentes de polÃcia. Essa mentalidade de que negros são inferiores, perigosos e suspeitos de antemão advém de uma das maiores violências contra a humanidade, a escravidão. (LuÃs, você ouviu a reportagem, um podcast do G1, "À mão armada", pela jornalista Sônia Bridi? Se puder comentar...).
Infelizmente, em muitos casos, a "justiça é que nem serpente, só pica os pés descalços".
Xiiiiiii, seu LuÃs, ao invés de modus operandi, poderÃamos falar de "modus displicenti" ou "assassinanti". É um horror, bem como as prisões que se estendem ao infinito sem sequer sentença. Mas alguém tá aà com isso? Mais do que as balas "perdidas", isso só atinge pobre e preto, não é pobrema...
7 homens negros roubaram o carro e arrastarem a criança João Hélio por 7km nas ruas do Rio de Janeiro, 100 casos identificados pela Folha não colocam em cheque o fato do Brasil ser violento, peçam as pessoas negras pararem de matar negros e brancos
O problema não é ''racial'', é social. Não se desconhece que grande parte das vÃtimas de erro judicial é formada por negros, mas porque negros são a maior parte dos pobres do paÃs, não porque haja um ''racismo judicial'' ou ''racismo institucional'' como muitos tentam fazer crer. Alguém já ouviu falar de negro rico preso injustamente? Nunca. E de branco pobre preso injustamente? Vários. Portanto, repito: o problema é contra pobres (grande parte formada por negros), não étnico ou ''racial''.
bárbara meus parabéns, é bonito ver inteligência hoje em dia, algo que raro, seu comentário é perfeito
O perfil sociológico dos suspeitos e acusados não muda mesmo após o ministério público obter independência funcional e ser o controlador externo da atividade policial desde a CF de 1988. CrÃtica se a polÃcia e o judiciário, e cala- se ante a omissão grotesca do órgão incumbido pela Lei de requisitar diligências complementares na fase investigativa, oferecer denúncia ou propor arquivamento na fase processual e recorrer pelo Estado quando a sentença não é justa. Até quando a imprensa vai calar?
Tem razão. Cada vez mais clara a inoperância seletiva do MP.
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