Samuel Pessoa > Celso Furtado e décadas perdidas Voltar
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Muito interessante: "Cada estatal ou ministério de certa forma agia independentemente do todo, fazendo os seus projetos, e gastos, com assustadora independência, sem precisar prestar contas ao Legislativo e à sociedade." O senhor está advogando por um maior planejamento estatal da economia? Se sim, o que seria surpreendente, nós concordamos.
Discordo que o melhor momento que tivemos na economia foi com Lula. Foi no governo Itamar Franco que todo mundo ignora, até mesmo FHC que foi seu ministro. A inflação galopante foi dominada com o Plano Real. Combateu a corrupção dentro do PMDB, seu próprio partido, não permitindo que cargos em estatais fossem leiloados e enquadrou os "anões do orçamento" . Se FHC e Lula tivessem continuado, na mesma linha de defesa dos interesses nacionais de Celso Furtado, o Brasil hoje seria outro.
Samuel, caso não tenha fôlego intelectual para ler a CORRESPONDÊNCIA INTELECTUAL de Celso Furtado, retromencionada em comentário anterior, pelo menos deve se ater à s páginas 290/317, onde o Mestre dialoga com os seguintes ECONOMISTAS: Werner Baer, Wassily Leontief, Richard Khan, Oskar Lange, Nicholas Kaldor, Maurice Byé, Ignacy Sachs, Luigi Spaventa, Gunder Frank, Andrea Maneschi. Algumas passagens são "memoráveis" e escandalosamente atualÃssimas, embora tenham sido registradas 50/55 anos atrás.
O milagre brasileiro dos anos 70 foi vÃtima de erro de estratégia no enfrentamento da crise do petróleo. Era preciso um choque de arrumação, com aumento temporário do desemprego. Só para comparar, o Chile teve uma depressão de 13% em 1975. Optamos por continuar tocando o barco, até que ele foi a pique com a alta dos juros nos EUA no inÃcio dos anos 80. Quanto ao Celso Furtado, sua grande contribuição como economista foi o fracassado plano trienal no governo Jango.
Mas o governo Jango foi sabotado. Daà se deu o golpe de 64.
Evidente que a grande contribuição de Furtado para a ciência econômica foi sua obra teórica, admirada no mundo todo. E o Plano Trienal "fracassou" simplesmente por não bter sido executado pelo Governo Goulart, fraco demais para aplicar qualquer polÃtica consistente.
Entrei nu e sai pelado.
Finalmente, pela primeira vez, a coluna está salva da mesmice. A razão, por si só, é a menção a Furtado, o principal intelectual e maior economista de todos os tempos. Samuel deve ler o 'paraÃba' CELSO FURTADO - CORRESPONDÊNCIA INTELECTUAL - 1949/2004 - Companhia das Letras. Assim compreenderá melhor o que nunca entendeu bem: o quão longe estão os economistas do "mainstream" de dar conta da catástrofe nacional que produziram,criando-nos um beco sem saÃda em 2022. Leitura mandatória na pandemia!
Falta um projeto, de longo prazo, para o Brasil. Mesmo discutindo democraticamente, ainda sim os interesses polÃticos imediatos superam, em importância, qq projeto. Nas poucas vezes em que tivemos a chance, faltou perseverança.
Aparentemente Brasil e Coréia do Sul tinham PIBs semelhantes nos anos 1970. Seria interessante fazer um estudo de compararação entre o governo da Coréia do Sul e o do Brasil. O primeiro guiou as plataformas de exportação e manteve o câmbio propÃcio para isso, além de dar para famÃlias coreanas planos prontos para inovar empresas e um enorme investimento em educação bancando mestrados nos EUA. PoderÃamos ter imitado a Coréia professor Samuel Pessoa?
Lembro-me, Vito, que, em 1981, os manufaturados superaram pela primeira vez os bens primários na nossa pauta de exportação. A partir de então, enquanto a Coreia persistia no caminho da industrialização, só regredimos. O mundo caminha para o 6G e nós nos contentamos em exportar soja.
Há vários motivos pra diferença, investimentos em educação e pesquisa por exemplo. Copiar pra melhorar e não apenas pra ter vendas garantidas. Em última instância, nossos empresários têm tendência a buscar lucros de curto prazo não se importando com a sustentabilidade da expansão. Na crise apelam ao estado ou atuam pra derrubar o governo.
Década perdida é um termo espalhafatoso bem ao gosto dos Economistas, mas que não significa nada, pois é apenas uma opinião. Dois indicadores, o consumo familiar e o PIB per capita de 1960 até o presente, demonstram uma curva ascendente, ainda que não seja espetacular. Isso se reflete na mudança dos hábitos de consumo: hoje as pessoas dirigem carros muito mais sofisticados do que em prévias décadas ou gerações, muitos possuem mais de um telefone e as viagens se tornaram mais frequentes.
É aà que mora o engano, foi só para uma parcela privilegiada da população Como ensinava Furtado, paÃses pobres não podem se dar ao luxo de investir em consumo mas sim em infraestrutura, ferrovias, portos, hidrovias, etc e sobretudo em Educação. Investir no que vai dar sustentação para o crescimento econômico.
Pois é aà que está o engano, só para uma parcela privilegiada da população Como ensinava Furtado, paÃses pobres não podem se dar ao luxo de investir em consumo mas sim em infraestrutura, ferrovias, portos, hidrovias, etc e sobretudo em Educação. Investir no que vai dar sustentação para o crescimento econômico.
Hegemonia? Qual culpa tem um partido por ganhar eleições? Só não ganhou em 2018 por causa de um militante togado, que viabilizou o candidato de extrema-direita.
Infelizmente, tenho de concordar com que Pedro S escreveu ....
Nenhuma. A culpa do PT é de abandonar o excelente trabalho feito no primeiro mandato do Lula, que aliou desenvolvimento social com boas polÃticas macroeconômicas, para chegar naquilo que se conhece como nova matriz macroeconômica. Se Lula e Dilma tivessem continuado o que foi feito com Palocci na Fazenda e Meirelles no BC, o PT estaria no poder até hoje, o paÃs seria muito mais rico, desenvolvido e igualitário, e não terÃamos um negacionista na presidência da República. É uma pena.
O incisivo da Formação Econômica, de C. Furtado foi a análise do mercado interno, grande parte submetida ao regime escravocrata, que mesmo desarticulado pelo Império, permaneceu sem integração pelos gênios da república. A economia permaneceu subordinada ao mercado externo e exportação de primários. Sem emprego, sem renda, baixo consumo, a economia interna permanecia estagnada. Getúlio, BrasÃlia, e os militares deram algum alento. Tudo decaiu logo. Faltou politica econômica adequada.
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