É como li outro dia na Folha: no Brasil, minorias não são grupos étnicos ou sociais que estão em menor número, são os mais pobres e os que historicamente sofrem preconceito. O preconceito ocorre no fundo de nossa consciência, o medo do "diferente" e daquilo que é diferente e desconhecido permeia nossas relações. É difícil admitir o racismo em nosso cotidiano, mas ele está lá, velado.

Total besteirol. Acusações injustas tem que ser investigadas e os culpados punidos. Isto é independente da cor da pele. Os negros também acusam os outros, inclusive negros, injustamente.

Já são tipificadas: calúnia. Também injúria e difamação. Aplicam-se a todas as vítimas sejam negros, brancos, asiáticos, indígenas. Racismo é outro tipo penal. É preciso entender que nosso entendimento pessoal, moral e mesmo sociológico do que vem a ser racismo não coincide com o tipo penal. O caso recente lá no Leblon é claramente calúnia. Para o direito, não importam os motivos que imaginamos levaram o triste casal a fazer a falsa acusação nem a cor da vítima.

Já ações injustas contra brancos ou amarelo devem ser tipificadas como o que?

O risco de se ter uma tipificação em massa em que qualquer insulto/acusação dirigido aos negros seja racismo, por mais que em modo geral é procedente, é culpar alguns que não fazem por esse motivo. Aí talvez devemos pensar como a filosofia jurídica: 'antes inocentar 10 culpados do que condenar 1 inocente'

Falam da violência contra os negros mas quantos brancos foram assassinados por negros, por exemplo, no ano passado?

O paradoxo é que embora muitas dessas acusações sejam injustas, a fonte das suspeitas tem base na realidade. Ou seja, embora a grande maioria dos negros e pardos seja honesta, a minoria de foras da lei é maior comparativamente nesse extrato da população. Um indicador disso é a taxa de homicídios 3 vezes maior.

Fora negrocidas!

Uma subida natural pelo estudo e trabalho exige que todos estejam competindo em nível de igualdade, mas 300 anos de escravidão eliminou esta possibilidade. Todas estas manifestações racistas que presenciamos diariamente só reforçam a tentativa de impedir que negros e negras ocupem um espaço que também lhes é de direito.

Não existe no Brasil nenhuma lei, partido, instituição ou igreja que defenda ou pregue o racismo, ao contrário existe um conjunto de políticas sociais e cotas tentando fazer o negro subir na escala social. Infelizmente sem que essa subida seja natural pelo estudo, trabalho e sucesso, não haverá solução. O movimento de ressentimento e puro vitimismo que alguns defensores da causa negra tentam repetir "Ad eternum" tem um efeito contrário que pode ser pior a causa.