Hélio Schwartsman > A biografia ou o cargo? Voltar
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( continuação) Ou a relatora no STF pode, singelamente, entender que o vice-procurador geral signatário, em sua promoção, está a indicar que não busca o arquivamento da notÃcia de crime. O argumento de que haveria investigação concorrente com a CPI não se sustenta, até porque o resultado dela é incerto e só serviria para protelar o eventual inquérito policial. Por aÃ, o resultado da inusitada manifestação da PGR significa concordar com a investigação envolvendo o Presidente.
(CONTINUAÇÃO) Pode ser que ele esteja prevendo a possibilidade de Aras, caso indicado, ser rejeitado pelo Senado e seu sucessor( pode ser o próprio signatário do despacho de trégua), para o mandato 2021-2023, com uma eleição em 2022 de resultado incerto, teria ampla liberdade para denunciar ou não quem o tenha indicado. Ainda mais, se Bolsonaro não for reeleito, ele perde o foro privilegiado e pode ser processado e julgado na primeira instância (continua).
A recente manifestação do vice-procurador geral dizendo que se espere um pouco para dar sequência à noticia de crime, proposta por senadores, por suposta prevaricação do Presidente no episódio da Covaxin, é uma novidade: se o próprio MP, que é o dominus litis, e poderia, simplesmente, requerer o arquivamento da notÃcia, vinculando o próprio STF, pede uma trégua à relatora, de duas uma (continuação).
Podemos colocar a questão no laboratório do estudante de ética. Mas para resolver a questão precisamos de estar de posse de algum padrão do que deverÃamos julgar como certo ou errado. Sidgwick, em Métodos da Ética, diz que a história das opiniões ou práticas éticas não pode ser um fator decisivo para determinar sua validade. Se a história não pode ser usada, devemos considerar a ética como uma ciência empÃrica e fazer experimentos para determinar se escolhemos a biografia ou o cargo?
Lindo. Mas o que isso tem a ver com o artigo?
Fiquei hoje ainda mais sabido.
A pergunta é: como pessoas que se dizem honestas, aceitam participar de um governo cujo chefe, sabidamente, sempre esteve cercado por ban didos milic ianos? Não é nada mais que um falso moralismo que circula os muros da polÃtica.
Parábola é parábola, realidade é realidade. Os atos praticados pelos homens revelam seu caráter e sua personalidade. É importante saber até que ponto eles são capazes de sufocar suas convicções em favor de um status social, polÃtico ou profissional. Para uns, suas convicções são superiores ao cargo e escrevem sua biografia ao deixá-lo. Para outros, o amor ao cargo supera qualquer princÃpio e decidem manchar sua biografia. É o que vemos com os dois últimos ministros da saúde.
Este desgoverno “implodio” o núcleo duro e competente do Ministério da Saúde herança do ministro Adib Jatene.
Cargo é Cargo amigo, não se iluda, o Mandeta e outros que se beneficiaram de Cargos, mesmo fora deles hoje, se beneficiam e ganham uns "troquinhos" com Palestras, kkkkkkkk, isso me lembra alguém.
A evolução de um governo é incerta, daà o dilema dos envolvidos. Bolsonaro está nas cordas mas é possÃvel que escape. Além disso a economia aqui e lá fora está se recuperando. Nesse caso, os que bateram de frente caem na obscuridade.
Deve pesar - e justificar - a tendência ideológica identificada com o reacionarismo do governo.
Caro Hélio, existe a possibilidade, não mencionada, de identidade com a proposta implÃcita nos atos. O seu cenário considera gente "neutra", coisa que não precisa ser verdadeira - se fôra, o colega Jorge acertou em mencionar o experimento de Stanford, para fins especulativos. Não creio que os submissos sejam desinteressados de um governo autoritário, que grasse sem amarras constitucionais. Na balança, parece que há, opostos à ética e à biografia, interesses de fundo que vão além do imediato.
Penso que é mais adequada considerar os experimentos de obediência de Stanley Milgram, pois considera a forma extrema de submissão. Um presidente próximo, as vÃtimas distantes, são poucos (no caso os médicos citados) para exemplificar a desobediência. No experimento de Milgram (O experimento de Milgram – tem o filme), 63% dos participantes obedeciam plenamente à s ordens dadas para aplicar choques elétricos letais (450 volts) a uma vÃtima inocente que gritava na sala ao lado.
A biografia ou o cargo? Que biografia pode exibir o pior procurador geral da história, conhecidamente servil ao genocida que o nomeou? Não há mais imagem a salvar. Precisamos mudar a Constituição para que o PG só possa ser nomeado a partir do resultado de uma eleição entre seus pares.
O meu palpite é que Aras sempre preferiu o cargo. As 513.000 mortes não o abalam, assim como a imolação de Bolsonaro nas máscaras de crianças. Pior ainda é que o Congresso, no comando de Pacheco e Lira, dão a cobertura adicional à PGR. Afinal, a corrupção é quem manda.
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