Ruy Castro > Um Gullar pré-Gullar Voltar
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Se vivo, Ferreira Gullar certamente destacaria este fragmento do "Poema de Adeus..." dedicando ao momento atual : "...falta de dinheiro. Clã do Catete, cujo sol é o mais sujo do Rio de Janeiro"!
A primeira vez que vi Ferreira Gular foi no programa Flávio Cavalcanti, lá pelos anos 1970. E ouvi a defunta mãe, então viva, dizer: o que esse homem tem de feio, tem a poesia linda.Até assustei, porque achei um horror, a mãe, então viva, elogiar ainda que o chamado de feio, um homem na frente do defunto pai, que concordou que concordou com ela. Amava as suas colunas aqui na Folha e senti, como se fosse um parente, quando ele faleceu.
Obrigada Ruy pela lembrança. Há um tempo o Gular introduziu na poesia a palavra diarreia e como ele mesmo disse, pra falar de dor que dizia muito. Falava de injustiças, explorações, usurpação, desigualdades e desassossego, semeou o que precisávamos ouvir e o Brasil foi reagindo, anos seguintes até se deslumbravam dias melhores, nossa democracia estava ganhando corpo e parecia possÃvel diminuir a miséria e as desigualdades. Eis que funestamente surge o Mito, e “caga” e anda em nossas vidas.
"Um pouco acima do chão", que possui vários sonetos e, entre eles, aquele com o tema "mãos", "Soneto para minhas mãos adolescentes", é muito bom para quem estava apenas começando. A apresentação - "Confissão" - que Ferreira Gullar pôs no livro é deliciosa!
"Desejos de estrangulamentos" funciona no poema como uma marca d'água, uma assinatura cifrada, uma referência ao nome artÃstico do poeta.
viva o Ferreira Gullar! e viva vc q o substitui tbm aqui neste folhetim.
tbm e tão bem
Bela crônica de domingo...
Verdade. Tentar apagar o que ele renunciou faz da obra completa um oximoro. Verdade também: Ferreira Gullar foi um dos poetas que mais pensou a poesia-na-poesia. Outro, Manoel de Barros, que pensou a poesia-na-poesia e a palavra-antes-da-palavra.
Sensacional
Um texto assim e um café é tudo que precisamos numa manhã de domingo. Obrigada Ruy.
Agradeço, Ruy, em particular pelo belÃssimo soneto.
[Cara, que trabalheira que dá a gente desviar dessa Josta de censura automática de formulários da Folha. No mais das vezes, a burrrice artificial permite que tudo seja simples como os três erres da burrrice; n'outras, como abaixo, mais raivosas e delirantes, chega-se ao limite da mutilação em partes. Não choramingo, não personifico, apenas protesto; é o baralho, mas é também o preço de se dizer o que deseja. E também um Soda-fe aos zucões do controle vocabular]
O Bozo, Ruy. Em compensação. Fffede, cheira, engulha, estraga, KHaga. Em filhos, parentes, crentes, parceiros, cidadãos, oponentes. E todos adiante vão. Rumo à borda.
Da vida, do suportável, do tremendo, das terras planas e curvas, dos montes Valdomiros, das Angolas de Edires, às saunas de Belarus. Sem rumo afinal.
"...os pÃncaros da fome, as alturas do desamparo total." Prossiga, Marcos
Ah, Zé Bernardo, emociona-me pensar onde eu estaria caso não fosse tão competente em ignorância: se eu tivesse lido Camões, talvez cavalgasse os pÃncaros da fome, as alturas do desamparo total. Outronão, se tivera cultivado o mau-caratismo, haveria de estar montado numa sinecura bacana, tipo o Weintrolha. A inveja, tem horas, me faz sofrer... Hahahahah!
Esta, em particular, foi inspirada, Marcos. Cômica, mas com tons épicos na sonoridade, que soa a Camões...
Até pararmos diante desse Estrume. A dizer um sonoro *Não*.Um delicado Soda-fe. Um enKHagalhado tchau, seu V. I A-D O! (perdoem-me os gays,mas rimou e era a única oportunidade.Mal ae)
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