Hélio Schwartsman > O cérebro e a árvore Voltar
Comente este texto
Leia Mais
Depois q eu li q o inominável contratou um acupunturista de árvores, desisti de entender o mundo. Mas com certeza os sentidos não serão mais os mesmos
A pergunta de Berkeley tem hj uma resposta simples: a árvore observa e registra sua queda... ver as pesquisas de Suzanne Simard sobre árvores e florestas
O argumento de Berkeley de que as coisas não podem existir separadas da percepção delas, que o ser delas é apenas a nossa perceção delas) parece residir numa confusão. Nós não podemos mencionar ou pensar na realidade exceto pensando nela. Mas nós não pensamos nela frequentemente e supor que as coisas não existem exceto quando pensamos nelas é uma teoria ou hipótese que requer evidência empÃrica, coisa que a visão mecanicista da ciência não encontra. Fico com a ciência. A filosofia complica muit
Boa briga, Hélio. O nominalismo de Berkeley rejeita a mente e o mundo externo como sendo dois corpos espaciais mutuamente exclusivos; e que as percepções humanas e pensamentos são eventos num universo fÃsico, governado pelas leis da fÃsica e da fisiologia. Berkeley quer destruir a visão mecanicista do mundo construÃda por Galileo e Newton. Por razões morais? Teorias podem apontar para algo mais profundo. O materialismo da ciência não acredita em espÃritos, pelo menos.
Tese: tudo que existe só o é porque percebido pelos sentidos e assimilado pelo cérebro. Mas aà vem algo importante, que é uma petição de princÃpio, isto é, uma falácia: se o externo só existe porque percebido pelo cérebro, logo ele só existe no cérebro, e não o externo. Dito de outra forma, tomar o particular - a percepção - pelo todo - o que existe. A árvore que cai existe e faz barulho, e não é a percepção que cria esta realidade, mas esta, a realidade, que afeta o sentido.
Li uma vez que quando Galileu viu as luas de Júpiter pelo telescópico, houve uma discussão entre alguns contemporâneos sobre a validade dessa descoberta. Afinal só se vê um ponto brilhante (como uma estrela) a olho nu. O telescópico não estaria "distorcendo" a percepção e mostrando algo que não existe?
Texto instigando como todos desse colunista!
Os três melhores colunistas da Folha são Hélio Schwartsman, Luiz Felipe Pondé e Sergio Rodrigues.
As percepções são frutos de uma interação entre um cérebro, ou mesmo um sistema nervoso bem primitivo, e um fenômeno fÃsico, uma onda eletromagnética ou sonora. Mas mesmo que não haja percepção pela falta de um cérebro o fenômeno fÃsico continua existindo. Mesmo num planeta onde não haja vida nenhuma, a queda de uma rocha provocará ondas sonoras, obviamente existindo atmosfera. As ondas eletromagnéticas existem também, em todas as suas frequências, mesmo que todo o universo fosse estéril.
A questão aqui é o existencialismo, onde o ser vem antes da essência - daà o paradoxo do som da queda da árvore. Nietzsche o idealizou, Sartre o sistematizou, e Camus o provou, sem nunca ter-se reconhecido como existencialista. IncrÃvel é que Shakespeare, com Hamlet e tudo mais, não é classificado nessa filosofia. Mas o bardo inglês foi muito mais que isso: ele inventou o humano.
Fascinante isso, né, Hélio? Por estas e outras é que eu não desdigo o "sobrenatural": não temos grande conhecimento do "natural", o mundo pode ser muito mais do que sabemos, e em direções as mais surpreendentes. São 33 os sentidos? Vergonha na cara está nessa lista ou será 34º? "Senso de noção" foi incluÃdo pelos pesquisadores? Sei não, mas acho que se passarem um tempinho aqui conosco farão boas descobertas sobre o que leva alguns pretensos bÃpedes a abdicarem de preciosos sentidos...
Quantos sentidos possuirá o Coiso de BrasÃlia?
Busca
De que você precisa?
Fale com o Agora
Tire suas dúvidas, mande sua reclamação e fale com a redação.
Hélio Schwartsman > O cérebro e a árvore Voltar
Comente este texto