Sérgio Rodrigues > E aí, já (se) vacinou? Voltar
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Longe de mim contestar, mas fica a dúvida. "finalmente vou me vacinar amanhã" também não poderia ser entendido como autovacinação? O mais correto não seria "finalmente vou ser vacinado amanhã"?
É o entendimento pela probabilidade, dado que a maioria é objeto da ação e não sujeito. No meio de uma pandemia, só alguns vacinam e milhões são vacinados. Da mesma forma a maioria se casa ou se forma, e só alguns casam ou formam outros.
O assunto impregnado de partidarismo parece parte da incultura, para manter a simpatia do povão; para ter o seu apoio, seguidores. Valor têm os depoimentos de d. Evelin, da reciclagem, ao se referir à filha na faculdade: procuro não me vitimizar; ou Camilla de Luca que devolveu 30 mil de um fã, dizendo aqui fora a gente trabalha. E tantos outros, agora no esporte. É o trabalho, não a empatia doutrinária, que deve servir de exemplo.
Artigos como esse, que promovem o vale-tudo baseando-se num sumário, ideológico e preguiçoso "vox populi, vox dei", deveriam dar logo o passo definitivo: abolir o ensino da lÃngua portuguesa, pois lÃngua não se ensina, fala-se, não é mesmo? A garotada ficaria feliz da vida sem ter mais que aturar inutilidades como análise sintática, coisa mais elitista!... Aà só faltariam a Matemática, um horror, e as Ciência Naturais, reacionárias. Aà todos ficariam livres e felizes para sempre!
Quando se pensa nas formas não tão lógicas e corretas do uso dos verbos, penso logo em "cortar o cabelo" e "fazer as unhas". Se digo que vou cortar cabelo, ninguém jamais me perguntou " vai cortar o cabelo de quem"?. Quando se diz: "vou fazer as unhas", só de brincadeira se admite que se diga: "Mas suas unhas já estão feitas; olha elas aÃ", e ainda "Vai fazer as unhas de quem"? Acredito que esperar por lógica no uso da lÃngua - de qualquer lÃngua - é esperar em vão.
Aqui cabe também o verbo “suicidar-se”. É muito mais lógico dizer “suicidar”: João suicidou ao invés de João suicidou-se. Afinal, ninguém suicida o outro.
Ótimo comentário. Lembro-me bem da minha surpresa, num dos meus primeiros contatos com mineiros (BH) de bom nÃvel de instrução, quando ouvi alguém dizer "fulano suicidou". Ao reconhecer, como você, a lógica impecável do uso, fiquei quieto.
Para mim, que sou de pernambuco, essas construções sem pronome soam muito estranhas. No pernambuquês, quem vacina são sempre os vacinadores... Mas, é isso, a lÃngua é viva, ainda bem.
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