Vera Iaconelli > Djamila veste Prada Voltar
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Djamila hoje é a antÃtese do que pregava antes de ganhar visibilidade. No entanto, o que se vê, é que, no seu Ãntimo, sempre desejou vistir uma máscara branca. Djamila veste o sÃmbolo da opressão das maiorias subjulgadas por uma minoria. Talvez acredite mesmo que veste Prada.
Djamila Ribeiro, em suas aparições recentes, esbanja narcisismo. Se apresenta como a mulher negra periférica que furou o teto do andar de cima. Gosta de se apresentar com tal, sem perceber, no auge do seu pleonasmo, que foi cooptada para legitimar o discurso racista de que o topo da pirâmide está acessÃvel a todos e todas e não há entraves na estrutura social para que isso ocorra. O único entrave são os próprios afrodescentes que não se esforçam para chegar lá.
O sonho dos militantes identitaristas é serem aceitos numa sociedade opressora que é a nossa. O que não tem nada a ver com mudanças na estrutura que faz a maioria negra se contentar com menos. Djamila Ribeiro não me representa.
Olha Roberto, eu costumo fechar com a Vera, ela como sempre, trouxe muito conteúdo para a matéria, é uma pessoa que tem trabalho intelectual sério na bagagem mas a imagem da legitimação da desigualdade que uma marca de luxo como essa constrói torna este lugar de mera ostentação no mÃnimo questionável. A classe dominante continua excluindo pessoas de pele preta. A Vera entendeu isso?
Vera, amei!!!! Estava ansiosa para poder ler seu texto que aquietou meu coração! Obrigada!
SR Kaida, eu não acredito que todos que estudam alcança sucesso, mas sem estudar ninguém chega nem em patamares intermediário...
Vera. Os seus textos são sempre bem reflexivos. Só discordo da sua afirmação de que a misoginia e o racismo são intrÃnsecos ao capitalismo. O fato de tanto a misoginia como o racismo estarem presentes nas sociedades capitalistas, não tornam os conceitos intrÃnsecos. Uma das faces do capitalismo, o liberalismo, permite-nos a questionar tais conceitos e buscar a sua superação. Nunca o racismo e a misoginia foram tao questionados, inclusive a sua face estrutural.
Concordo ! Infelizmente misoginia e racismo existem em todos os lugares e culturas ! Dizer que são intrÃnsecos apenas ao capitalismo é coisa de ativista panfletário tipo djamila e a autora do texto!
Costumo dizer que chique é poder comprar um produto de luxo e optar por não comprar, por ter outras prioridades. Nao gosto de criticar quem usa, se sacrifica pra ter algo de grife cara, cada um sabe de suas fragilidades. Mas se exercitarmos esse pensamento, veremos que o quanto nos liberta, o quanto nos fortalece.
A publicidade foi estruturada em lacre e lucro, desde sempre! Ótimo, que todos possam usufruir disso e se sentirem representados! Djamila e Vera são impecáveis!
só alguns poucos podem usufruir de produtos de luxo; a moça do comercial representa o seleto grupo das madames. Muito justo.
Vera o que seria normal? Uma modelo branca no ensaio? Sua visão mostra o colonialismo e o racismo.
Não precisa ser branca, basta não ser militante da causa em questão. Poderia ser a Tais Araujo ou a Naomi Campbell ou tantas outras personalidades pretas. O luxo, especialmente no Brasil, ainda é inacessÃvel para a maioria da população preta, ou não? Por isso soa como um contrassenso. É como a Monja Coen fazendo campanha pra Ambev... Pra mim é a mesma contradição. Mas posso estar errada.
Lacrar pra lucrar. É a onda do momento!
Bela reflexão, dona Vera. Para começar, uma surpresa com a beleza da dona Djamila, é ótimo que ela não tenha abdicado dessa esfera da vida. É bom debater com gente bonita, e a feiúra não tem nada que ver com pensamento de boa qualidade. E, desde que a ação e o pensamento não se confundam com o produto anunciado, que ela se mantenha Ãntegra, tá fechado, é a vida correndo e as contradições sendo vividas. Acho que ninguém quer que o Criolo ou o Emicida mantenham-se pobres. Pobreza não é pureza.
Cada ocasião sugere uma roupa especÃfica, logo: Prada veste Djamila. Assim seguimos, eternamente manipulados.
E ninguém passa ou passou fome por causa disso. Ao contrário dos senhores da casa-grande que não só exploram há séculos os famintos como também tira o alimento que eles merecem, e diga-se de passagem, sempre vestiram Prada...
Que os brancos brasileiros não impeçam que apareça as Djamilas, e que os negros engulam o choro e estudem como Djamila...
você acredita mesmo que, se os negros estudarem como a moça do comercial, eles subirão na vida. Tomara, né? A maioria das professoras universitárias não ostenta itens de luxo porque não ganha para isso. Não vai ter Prada pra todo o mundo, não. Os pobres que se sintam representados na bolsa da moça. E é só.
Admiro Adenor Dias. Ele K H pra gramática, mas bate na lata.
Ela so queria se sentir bonita e desejada, como qq mulher.
Triste mesmo é ver reações viscerais irrelevantes para a evolução social e repletas de bile reacionária daquilo e daqueles que se apegam a um fracassado modelo concebido para aumentar a desigualdade e a manutenção da exclusão do diverso. Triste! Muito triste!
Hilário quando alguém que trabalha em um grande conglomerado capitalista critica o capitalismo como o grande mau a ser combatido .... bom mesmo deve ser viver no socialismo né !?? Fora isso o texto está repleto das mesmas bobagens pregadas pela Djamila !
Jose padilha qual a riqueza que é socializada em Cuba ?! liberdade de expressão não é socializada lá tb né !!?
Toca num ponto que a própria Vera abordou de passagem, para defender o socialismo seria necessário fazer voto de pobreza. Mas o sistema socialista, assim como o capitalista, é um sistema produtor de mercadorias, a diferença é que propõe a divisão igualitária dos bens produzidos pelo sistema. A única proposta que conheço de negação desse tipo de sistema foi o hipismo, que defendia e vivia o fim do trabalho e suas relações de subordinação. Socializar é distribuir igualmente a riqueza. DifÃcil?
Sua crÃtica é mais ou menos como eu invalidar seu discurso porque você chama Elzira, e não Alzira.
É bom ser rica, né?
A foto está linda mas o sapato não combinou mesmo. Onde é que se vai calçando uma coisa daquelas? E temos uma ótima indústria de calçados. Não deixa nada a dever a essa Prada.
Qual o sistema econômico melhor que o capitalista
O liberal Delfim Neto costumava dizer que o sistema capitalista é o mais eficiente na produção de riquezas mas é péssimo na distribuição, ou seja, a desmistificação do deus mercado como modulador das relações sociais. Está aà um dos problemas do sistema, mas não o único.
O sistema capitalista é muito mal, mas todos querem viver nele e qual é o sistema econômico melhor?
A grande de virtude do sistema capitalista é a sua capacidade de produzir riqueza mas o seu calcanhar de Aquiles é a distribuição. Não fosse a presença do estado na regulação da economia e na intermediação da distribuição e ele já teria submergido há muito tempo em sucessivas crises. As sociedades capitalistas aprenderam a conviver com essa mazela graças à capacidade de adaptação do capitalismo ao avanço do socialismo e às lutas dos trabalhadores. O fim do estado seria também o do capitalismo.
Ao contrário da articulista, eu não acho tão legal assim. A questão é que o alinhamento inicial do movimento negro é de oposição à desigualdade extrema (pois as duas questões estão intimamente associadas no Brasil). Ao usar Prada ela não traz os negros para o andar de cima, mas se destaca como a exceção que confirma a regra, já que a aceitação é 100% acrÃtica, o que passa a servir de chancela aos sÃmbolos da exclusão. Malcom Gladwell discute isso muito bem em Tokens, Pariahs & Pioneers.
Se o fim do capitalismo for condição para a redução das desigualdades e das discriminações sociais estamos fritos! Alguém enxerga isso no horizonte?
Caras Daniele e Claudete acompanho só superficialmente o pensamento da Djamila, então não sei dizer. Mas só acharia ruim se ela deixasse de fazer uma crÃtica ao modelo que gera Prada e desejo por Prada. Sim ela participa da campanha mas, em sua reflexão, aponta a contradição do modelo e de sua participação naquilo, instando, com seu pensamento e sua figura pública, a reflexão, para mim tá de boa.
Perfeito, Dannielle! Djamila mais parece uma construção da mÃdia para ganhar leitores, seguidores, pretos ou brancos. Ela não é uma intelectual, nem mesmo uma boa pesquisadora. Seus textos são tão fracos, tão senso comum, muito centrados nela própria, em suas experiências pessoais. Quando ela começou a ter destaque na mÃdia, fiquei esperançosa de ver uma mulher negra ganhando espaço, mas, ao acompanhar seu trabalho, tem sido uma decepção. Ela parece muito deslumbrada com a fama. É só isso.
Perfeita a Djamila fazendo a campanha da Prada - que horror, depois dos pobres negros, brancos de todos os tipos terem invadido as universidades, agora ousam usar Prada! - sacudindo o, como diz Elio Gaspar, andar de cima, vem a Vera e revolve de vez o ambiente, com uma crônica perfeita. Uma análise que não deixa pedra sobre pedra do monumento capitalista e ainda alerta para a nova/velha face do capitalismo, a lamentável vertente neo-liberal. Aplausos entusiasmados para as duas!!!!
Capitalistas que defendem o neoliberalismo, ou a redução do estado ao mÃnimo do mÃnimo, a total desregulamentação da economia, são suicidas. O capitalismo não sobrevive sem o estado, o fim deste seria o fim daquele, mas o que eles querem mesmo é recuperar o que for possÃvel do que imaginam que seriam seus lucros se não tivessem existido as ideias socialistas.
A Djamila na Prada rompe tabus e abre espaços para um imaginário social em que uma mulher negra possa circular sem interdições de classe e raça.
Não sei também... estou confusa... pra mim foi como assistir o Suplicy fazendo comercial de um rolls-royce
Prada representa o superficialidade na máxima potência.
Se representa na "máxima potência" não é superficial.
Texto bem contestável. Não para em pé.
Para começar, cara Maria stela, em dois ou em quatro pés?
Então explique melhor. Contestável é uma "contestação" sem argumentos.
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