Luiz Felipe Pondé > Adulto em sofrimento terminal deveria, sim, ter o direito de morrer Voltar
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Pondé é D+
Cara Carolina: você está certa! Sou a favor da eutanásia, para quem não tem mais chance de uma vida consciente; por isso defendo a assinatura da eutanásia enquanto a pessoa esteja gozando de boas saúde mentais. Porém qualquer decisão, tem que partir do individuo, sem seguir sugestões de ninguém. No seu caso, você está consciente com esperança de cura. Torço para que a medicina lhes traga uma solução para sua saúde...
É isso. É despiciendo gastar muita saliva para defender a autonomia, que se presume absoluta, de a pessoa decidir sobre o termo de sua própria vida. Claro que a "assistência humanitária" (a ajuda dos médicos) deve se restringir aos casos terminais. Negar de antemão essa decisão definitiva ao indivÃduo, pelas razões que sejam, é permanecer no jardim de infância das crenças e ideologias.
O tema é ótimo. Sou favorável ao direito à eutanásia. Mas aqui gostaria de comentar a questão aborto-vegetarianismo. Sou vegetariana e defendo o direito da mulher ao aborto. Não gosto de carne. Só consumo em raras ocasiões. Qto ao aborto não vejo relação com a opção alimentar, a não ser algum nÃvel de consciência do não aprisionamento a padrões ditatoriais. No geral- há exceçoes- os homens não assumem a responsabilidade pelo cuidar da prole. A mulher sim. O corpo e a vida é da mulher. Ela decide
Sou a favor da eutanásia quando já não há esperança de cura mas. Eu jamais teria coragem de praticar com algum familiar. Sou contra o aborto porque é interromper uma vida que vai começar. Até seria favorável se comprovar que a vida em jogo vai ter problema de saúde.
João, milhões de crianças estão abandonadas nas ruas. Adote uma. Ninguém tem o direito de dizer à mulher o que deve acontecer com seu óvulo. Fertilizado ou não. Ela sabe qdo pode assumir o cuidar de um filho. E quando não. O homem não sabe. Na maior parte da existência humana, homens e mulheres nem sabiam como ou porque um ser crescia dentro de uma mulher e depois saÃa de lá para tornar-se mais um na comunidade. Somos ignorantes em relação aos processos vitais. Hoje, a ganancia comanda tudo.
Uma crônica-ensaio bom para os tempos necropolÃticos que vivemos no Brasil. Acontece que parte dos nossos adultos são infantilizados, porque seguem um lider-pai, ou porque simplesmente não querem pensar (Arendt). E não precisamos do estado "terminal", basta conviver por algum tempo em DDD: desalento, desencanto e desesperançosos com o futuro do paÃs e do planeta.
Para iniciar: excelente tema. Para mim é uma questão resolvida. O prolongamento da vida a qualquer custo - inclusive abuso financeiro - não é humanismo. É maldade. Nesta pandemia os idosos em "casas de repouso" porque a famÃlia está por demais ocupada para cuida-los, mas joga-os facilmente, aos milhões, em instituições onde o fim é o abandono acompanhado muitas vezes de terrÃveis mais tratos. Mas em todas estas instituições há um tema comum: "por que meus filhos e netos não vêm mais me visitar?"
Caro Raul do Arte, a maioria dos brasileiros não tem herança a deixar! Muitas pessoas mantem moribundos vivos, pela aposentadoria do coitado!
Eu não assinaria minha eutanásia por antecipação, não. Tenho muita vontade de viver. Mas muita vontade mesmo. Eu tenho fibromialgia, eu pedi para morrer com as dores. Hoje, eu tenho consciência de que eu suplicava para morrer porque viver com aquelas dores não valia a pena. Fiz tratamento por 9 anos. Hoje, eu quero viver muito e contÃnuo tendo fibromialgia. Eu aprendi a viver com ela. Acredito que vou morrer com a fibromialgia, mas não vai ser ela quem vai me matar.
Meu amigo, V.Sa. ainda não se deu conta de que a medicina e a farmácia se preocupam em manter o paciente vivo. Vivo, mas não curado. Daà os efeitos colaterais dos medicamentos. É preciso manter vivo, para gastar em consulta, hospital, remédio, exame, plano de saúde, etc..... Morto, só serve para a funerária.
Concordo plenamente.
Grande observação SR Dario Thomaz! Concordo contigo...
De minha parte estou plenamente de acordo com o Pondé. Se essa situação se apresentar em minha vida, espero ter o direito de decidir sobre o que apenas a mim pertence.
Eu também!
É muito complicado ver pacientes vegetais em hospitais sendo objeto de toda tipo de abuso pelos funcionários e parentes. Eu fazia visitação à ala de crianças queimadas no hospital João xxiii, em Belo Horizonte, e numa dessas visitações um bebê queimado com macrocefalia, recebia beliscões do pai todo domingo. O bebê só sentia prazer ou dor. E o pai só tinha dor para oferecer.
Maravilhosa a escolha do Pondé ao escolher este tema. Acho muita delicada está decisão. Não devemos nunca deixar de consultar um psicanalista antes de tomar está decisão em paÃses onde isso é possÃvel. Temos a tendência de procurar a morte quando estamos em situações muito difÃceis de enfrentar. Um psicanalista ajudaria muito a pessoa a entender se é a morte mesmo que a pessoa deseja.
Se houvesse uma lei no Brasil que permitisse a eutanásia, eu desde já assinaria um termo de responsabilidade a meu respeito...
PONDÉ, VOCÊ viaja na maionese, assisti um filme é você, vem com premissa, sobre doentes terminais? é muito raso essa premissa, existem muitos fatores, jurÃdicos, pois muitos familiares, sem moral, iriam ser favorecidos. Pondé não sei se avisaram ao nobre filosofo, que filmes, novelas e outras obras são apenas uma ficção e não relata a realidade. Cuidado Pondé para não confundir a ficção com a realidade, aqui é Brasil.
Eu não entendi, a matéria como uma proposta a eutanásia! Eu por exemplo assinaria pra e não par um parente meu a eutanásia. Hoje não eu não quero morrer, pois as coisas ainda fazem sentido pra mim, o dia em que não fizer, eu quero sair de cena...
Mal.dito moralismo que condena pessoas à agonia até a morte em nome de devaneios mÃsticos/religiosos de qualquer espécie. Meu irmão está com cancer no cérebro em fase terminal, não entende mais nada do que acontece, não consegue mais levantar e sofre muito pra fazer qualquer coisa, como trocar a frauda (ele nao tem mais controle dos esfincteres). Já há meses que não sorri ou demonstra qualquer prazer em situação nenhuma, somente dor (...)
Quem é contra a eutanásia, ouça este caso...
Sinto muita raiva todos os dias, pois o mal.dito moralismo nos impôs esse tabu e nunca sequer pudemos discutir a possibilidade do suicÃdio assistido, que livraria a todos dessa agonia inútil. Nos resta assisti-lo sofrer, sofrer junto, e esperar que a morte venha logo. Moralismo estúpi.do e doentio. Se um dia me encontrar nessa situação não vou deixar que o moralismo me impeça de tomar uma atitude que encurte meu sofrimento e daqueles que precisarem cuidar de mim.
(...) além do sofr.imento dele, me preocupo demais com a saúde dos meus pais, que praticamente deixaram de viver pra se dedicar a cuidar dele nesse estágio terminal da vida (que já se arrasta por quase um ano).. eles também sofrem muito e tem se endividado pra bancar os cuidados dele, com gastos altÃssimos com remédios, fraudas e cuidados médicos que apenas aliviam marginalmente o sofri.mento.
Concordo plenamente, minha avó está acamada há três anos, atualmente se alimenta por sonda, já não abre mais os olhos e está com feriadas enormes e profundas no corpo. Até um ano atrás ela ainda reconhecia as pessoas e sorria mesma estando na cadeira de rodas mas hoje qual o sentido de viver dessa maneira? Gostaria que quando chegasse a minha vez pudesse ter a escolha de ter uma morte assistida.
A imagem do indivÃduo sofrendo numa cama com doença terminal oculta o fato de que a taxa de suicÃdio entre idosos é bem maior que a média da população. 8.9 por cem mil contra 5.5 por cem mil em 2018 no Brasil. Ou seja, a perspectiva de que a partida de xadrez está perdida, e o xeque mate é inevitável, (a não ser que o adversário, a morte, cometa algum improvável erro grosseiro), já leva muitos idosos a abandoná-la, como aliás é prática entre os praticantes do jogo.
Sou totalmente favorável ao direito de morrer em outros casos, como alzaimer e outras doenças que nos deixam dependentes, deixando por escrito e ou registrado em cartório, é uma desejo pessoal enquanto no aborto o ato em si interfere na vida de outra ser humano.
Tudo interfere na vida de outro ser humano. A religião/ crenças de cada um não podem decidir a vida que não é a sua própria. Os casos de abuso que resultam em gravidez é só um dramático exemplo da carga que os egoÃstas querem tomar a decisão pela mulher... Isso é também um enorme abuso sobre a vida alheia.
O tema morte, tem estado presente nos artigos e nas mentes das pessoas. As guerras, doenças, sofrimentos e pandemias fazem-nos refletir sobre ela. Muitos filósofos abordaram psicologicamente sobre a finitude humana. Cito Ernest Becker em "A negação da Morte" onde ele discursa sobre psicologia e religião. Uma obra excepcional. Seu artigo vem reforçar esta reflexão sobre este tema e citando Spinosa (como Becker) " Non ridere, non lugere, neque detestari, sed intelligire.
Creio. Deus nos dá a vida. Somos peregrinos. E com livre arbÃtrio. É outro princÃpio que pode gerar reflexão.
Mais uma vez o autor nos apresenta argumentos sólidos e nos leva a pensar, talvez refletir. Uma das qualidades da Folha são seus colunistas de diversas matizes e opiniões. Muito bom fugir ao politicamente correto. Parabéns!
Até imbecis, às vezes, dizem algo de valor para a sociedade. Concordo com a eutanásia dos terminais defendida pelo articulista que finge ser filósofo, acho, inclusive, fundamental para termos uma real sociedade civil e não uma talibã cristão em nosso pais.
Concordo Pondé sou a favor do aborto, da eutanásia, como carne vermelha e um ótimo filme sobre o tema também é o "Invasões bárbaras".
Sempre fui a favor de uma legislação de bioética que englobe todos esses assuntos como eutanásia, aborto, pena de morte, clonagem, etcetera. Precisamos discutir esse tipo de assunto sem idiologias polÃticas, pois quem é a favor da pena de morte, também é contra o aborto. E quem é contra a pena da morte, é a favor do aborto. Assim, vemos inconsistências sobre bioética em ambos espectros polÃticos. Portanto, em nome do bem comum, precisamos nos despir das idiologias para discutir bioética.
Tema para corajosos. Trata-se, no fundo, de um mero ajuste na consistência epistêmica do liberalismo: entregar a garantia de autonomia do sujeito - no caso, de escolher seu 'plano de vida' entre os ver mes...
Mmmmm... relendo seu comentário, atinei com o "para corajosos", o que não implica particular coragem no texto especÃfico...
Ayer, carÃssimo, o Pondé faz tantas reticências em relação ao aborto, e circunscreve tão estreitamente o direito de escolha a morrer, que não acho que há aqui grande coragem. Defendo que escolher por morrer é um direito inalienável de quem esteja vivo, e não cabe a nenhum outro decidir por ele. Muito menos ao Estado. E defendo, com tranquilidade, que o repúdio ao direito de escolha sobre a vida e a morte é de cunho moral, não ético nem racional.
Concordo plenamente com a matéria! Sou a favor da eutanásia, desde que seja um desejo meu! O que não pode é ser com imposição de alguém! Nesta pandemia por exemplo, vem nos impondo coisas que não sabemos se é para nos dar vida, ou para nos matar! Talvez o que vem nos impondo não seja para nos matar de imediato, mas saberão de antemão, como nos matar no futuro sem que percebamos...
Correto, por isso se a pessoa estiver lúcida essa decisão poderia ser tomada com aval da legislação. Pois imagine filhos, esposa, ex esposa, torcendo para o moribundo partir para receber a herança?
Uma discussão anterior e pertinente seria o acesso e competência em cuidar do sofrimento humano diante de doenças graves (cuidados paliativos). Coisa que parece que infelizmente ainda estamos bem atrasados por aqui...
Só lembrando que o suicÃdio é abominável para os cristãos. Não há perdão. Mas eu concordo com o ponde.
Só lembrando que ser cristão é uma das possibilidades do ser humano. Há centenas de outras, e há também o detalhe de que o Estado, que determina o que pode e o que não pode, é laico, não é nem cristão nem outra coisa.
Perfeito! Concordo muito.
Artigo corajoso e competente! O aumento de pacientes terminais cuja a ciência prolonga os sinais vitais, mas não a vida, faz com que a eutanásia deva ser debatida pela sociedade. A saúde não volta nos casos terminais e o único que pode decidir sobre o seu próprio destino porque conhece a profundidade e a inexorabilidade da dor, é o paciente.
SuÃça Pondé !! SuiçaÂ… lá pode
Ahhhhh, como concordo com o senhor!!! Seria tudo tão mais fácil. Obrigada pelo texto de hoje.
O Pondé simplesmente não consegue desenvolver nenhum tema relevante sem dar vazão a picuinhas contra algum desafeto, o "inteligentinho" vez. Hoje foram os vegetarianos, ao menos os que defendem o aborto, por ele qualificados de hipócritas em sua análise rasa. Assim não dá para levar este "filósofo" a sério nem com toda boa vontade do mundo.
Apesar de não concordar com o articulista em diversas outras colunas , nessa concordo em gênero , número e grau. Viver é poder andar , correr , cair e se levantar , rir , chorar , brigar , reconciliar, gritar , sussurrar , cantar, ficar alegre ou triste , criticar e saber receber crÃticas , namorar, transar e estar consciente de seus atos. sejam eles bons ou ruins na opinião de quem quer que for. Uma pessoa presa a um leito, sem autonomia , não é estar viva ,é estar sofrendo com consciência.
- O professor Pondé ganhou mais ainda o meu respeito.
Sobram argumentos, sobretudo humanizantes, que respaldam a posição do Pondé, com a qual concordo. Escolher viver ou não é um direito maior.
"Desacordos morais razoáveis" é como o STF trata essas questões. Como a vida é o nosso bem maior, de acordo com a Constituição Federal, seria no mÃnimo incoerente concordar com a eutanásia. Na "barragem" dos direitos individuais não deve haver fissuras, sob pena de outras surgirem e culminar com o rompimento. Muitas consequências e interesses surgem com a morte de alguém. Será que há segurança e maturidade social para deixar uma pessoa já debilitada escolher o dia exato de seu fim? Complicado.
Com todo o respeito aos que possuem a fé, entendo que qualquer religião representa a compensação psÃquica do medo da morte e do sofrimento. É difÃcil para o ser humano entender a sua finitude, tanto que todas as religiões possuem como pressuposto a existência de vida após a morte. E a morte, que tanto nos assusta, pode também ser entendida como o fim do sofrimento. Portanto, de pleno acordo com o Pondé, a necessidade vital do SH é não sofrer, ainda mais qdo não resta outra alternativa.
Quando chego neste ponto do texto "Penso que, em meio a desumanização do mundo ...", concluo que não é possÃvel continuar. Isto são argumentos, Pondé? Como filósofo, você deveria ser muito bom em argumentos. Argumentos feitos de analogias, compensações, contrapesos reprováveis, generalizações, exclusões descabidas ... caramba. Você está muito fácil na leitura do mundo e seus problemas. Não consegui seguir de onde parei no seu texto.
corrijo: à desumanização
Obg pela materia, pelo assunto, pela lucidez, pela opinião!
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