Ruy Castro > Glauber sabia de seu carisma Voltar
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Carisma ele tinha; não tinha era cinema. Uns filmes meios doidos - como ele mesmo, de um amadorismo atroz. Barulhento, supostamente polêmico, marcou presença em sua época. O pessoal o desterrou talvez pelo seu apoio descarado, ostensivo ao presidente Figueiredo, consequentemente ao regime militar.
Aposto que ninguém mais vê filmes do Glauber Rocha. Naquela época já se dizia dos seus filmes: ...o diretor é um gênio mas seus filmes são uma m***.
Interessante é que em "Deus e o diabo na terra do sol" os polos espirituais e temporais, o beato e o cangaceiro eram opostos. Hoje temos os evangélicos com o Bolsonaro e os católicos com o Lula.
E o arranca arranca rabo com a turma do Pasquim
Ruy, meu ótimo, a morte sempre tem um condão de faxina, não só no caso do Glauber. Não só faxina como, às vezes, lente de aumento: qualidades que, no vivo, eram diminutas, no morto dão um salto triplo carpado, passam para um primeiro plano em zoom. O Bozo mesmo, se tiver uma KHaganeira definitiva e empacotar, vira o maior democrata da história. Seus crentes já o propagam enquanto ele rocina sobre a crosta; morto, bota-lo-ão do lado de São Jorge. Como montaria. ;-)
Hahahahah, caro Jove, Juta Resposta Barroca do Baralho! Dei boas risadas, cara, muito desinfetante d'alma...
Acho justo postá-lo ao lado de Jorge, que sentou praça na cavalaria, na função ajustada por ud. como efeito desinfectante da Indesejada das Gentes. E ainda que o passamento da alimária se dê por diarreia eu faço gosto - uma morte condizente, eu diria.
Bela homenagem a Glauber Rocha.
Em esquina da Ouvidor com Rio Branco voltei ao tempo. A nossa cidade acabou.
InexcedÃvel! Além da genialidade; profético. O cinema brasileiro existe antes e depois da meridiana riscada por Gláuber, em preto na tela branca. Mais que "Deus e o Diabo na Terra do Sol" é "Terra em Transe" o máximo clássico do cinema nacional: eterno, absoluto! O ápice dramático é a cena do personagem Jerônimo interpretado por Flávio Migliacio. Gláuber enquadra a cara do "representante do povo". Jardel Filho, o revolucionário, proclama: "Este é o Povo! Imbecil, Analfabeto, Despolitizado". FIM!
Hoje vivemos neste ano a sombra de horror q separam amiigos.
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