Juliana de Albuquerque > O que torna um livro difícil? Voltar
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O livro mais difÃcil que já li foi um de poemas, "Suspiros poéticos e saudades", de Gonçalves de Magalhães. Além de monótono, é raso e verborrágico.
Juliana, seria interessante conhecer o que vc entende ser complexo em Afinidades Eletivas. Daria um bom artigo, não?
Aà que alegria poder compartilhar 'dificuldades de leituras'. Tenho o Ulisses na minha estante ha decadas... com umas 3 tentataivas ...ja me falaram que escolhi a tradução pior no Brasil, fiquei menos traumatizada... mas agora lendo esse texto vejo q não estou só.. . ( mas não desisti) . Pode alguém me indicar a melhor traduação ? Ou é papo furado isso?
Muito longe do altÃssimo nÃvel de Juliana, mas sempre estou lendo ao menos três livros. Quando trava, engrossa ou fica chato (momento?), volto pra outro, releio algumas páginas pra me lembrar do assunto e basta. Bora! É vida que segue!
Menos, gente! Nossos presidentes da república, grande parte dos polÃticos e outros iluminados, a par da maioria absoluta do povo brasileiro, têm como grande obstáculo o clássico Caminho Suave (da saudosa Profa. Branca Alves de Lima)!!!
Hegel é difÃcil porque não sabe escrever. Existem especialistas em Hegel, gente que passa a vida lendo Hegel. Eles escrevem introduções, dicionários (existe um excelente traduzido aqui), e comentários. Seja modesto e comece por aÃ. Depois, se achar que vale a pena, enfrente o filósofo. Particularmente, acho que é bobagem. Em literatura, caso seja um leitor comum, só leia o que lhe der prazer. Achou chato, abandona sem remorsos. A vida é mais curta do que se pensa.
CG Jung escreveu um ensaio sobre Ulysses, dizendo que dormia ao tentar ler, mas que gostou muito depois que conseguiu terminar. Tem gente que não consegue ler Saramago. Vários outros tÃtulos enumerados por Juliana são considerados classicamente difÃceis, mas somente de filosofia como não-ficção. Sugiro A Origem das Espécies de Darwin, The Scientific Life de Steven Shapin, qualquer livro teórico de Jung ou Freud. De Jung, Psicologia e Alquimia e Aion são incrivelmente difÃceis e bons.
Tema interessante. Meu livro desafio foi Grande Sertão. Devo ter começado umas 5 ou 6 vezes sem conseguir achar o fio da meada e o prazer. Deu-se então que consegui e me senti embarcado numa viagem poética escrita em prosa. Maravilhoso. Parece que a dificuldade deriva dos neologismos e regionalismos apresentados num ritmo muito próprio. Quando o tema se torna o nó você já foi fisgado e não tem mais volta. Achei graça em terem citado Machado. Para lê-lo é preciso maturidade.
Concordo, Nelson, sobre o Machada na sua segunda 'etapa'... a primeira , tranquila. Li no ensino médio. Agora o Guimarães Rosa pra quem não nasceu ou conviveu com viventes do sertão mineiro e nordestino deve ser difÃcil. No.meu caso , nordestina nascida no agreste , tranquilo . Até sagarana 'tracei ' com prazer, mas ainda com muita curiosidade, apesar da intimidade. DelÃcia.
Excelente texto, Juliana. Me fez lembrar da leitura de trechos de 'CrÃtica da Razão Pura', de Kant, que tive que fazer para uma eletiva da faculdade.
1- A confusão entre o narrador e o personagem (horrÃvel, detestável, improdutivo, tudo de ruim) 2- Frases, parágrafos e capÃtulos fúteis, não desembrulha
Juliana, suas colunas são incrÃveis! A sua generosidade com quem lê é tão grande quanto sua clareza de argumentos. E, isso, sem perder a profundidade. Muito obrigado.
O texto não deixa dúvidas: não existe leitura difÃcil. A dificuldade está no nÃvel intelectual do leitor.
Acho que o problema dos romances (texto filosófico é outra praia), é falta de intimidade com a leitura. Quem já leu muitos romances conhece a mecânica e segue em frente. Existem falsos romances (Ulisses, O Homem Sem Qualidade) e romances chatos (Em busca do tempo Perdido, Fogo Palido), o resto o leitor habitual resolve. Amar se aprende amando, dizia o poeta, e ler se aprende lendo.
Há livros difÃceis mas que podem ser entendidos desde que nos dediquemos a estudá-los, como a Ética de Spinoza. E isso porque ele define claramente os conceitos empregados. Já outros, como a Fenomenologia do EspÃrito de Hegel são diferentes. Nunca se tem muita certeza se nosso entendimento corresponde ao que o autor escreve, ou se estamos viajando na maionese.
Já comecei a ler obras "difÃceis", algumas terminei, outras não. Se chega em um ponto em que o esforço não é compensado pelo prazer eu paro, sem qualquer problema. O último que terminei com certo esforço foi Luz de Agosto [Faulkner], prefiro a "simplicidade" de Steinbeck. Também gostei mais da "facilidade" de Crime e Castigo do que da profundidade dos Irmãos Karamazov [Dostoevisk], com meu filho na faixa dos 20 foi o contrário. Mas acho fundamental um esforço, do contrário, não teria ...
Também faço isso. A vida é curta e nem todos nascemos para ser super intelectuais.
Lamentavelmente, a conclusão do meu comentário foi censurada. Eu falava apenas de Borges [A Casa de Asterion] e Cortazar [vários dos seus contos maravilhosos]. Não existe qualquer lógica nos critérios da Folha.
Ao invés de - O que torna um livro difÃcil? – a pergunta dever ser – quais os obstáculos para chegar (ler e compreender) aos livros? – e, desse modo, podemos concluir que não existe livro difÃcil, basta que estejamos preparados para lê-lo. Ah! Permita-me incluir Ãlvaro Vieira Pinto como maior e melhor filósofo da atualidade.
É lamentável que a lista inclua 99 por cento de livros estrangeiros. Isso reforça o ca os da vida dos autores brasileiros, onde as editoras exploram como escr avos. Ficam até com 75% do lucro das vendas. A culpa é da imprensa que divulga mais os livros estangeiros e esquece de prestigiar os autores nacionais. Uma rapida olhada nas livrarias brasileira, 90% é copia de autores estrangeiros. Que ma fi a!
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