Meu sorriso e minha gratidão para você e para o mestre Rubem Alves.

Minha mãe, com 85 anos, fez uma cirurgia no fêmur após uma queda, e durante o procedimento sofreu um AVC, ficando paralisada, sem andar e sem fala.A despeito disso tudo, o ortopedista chegou nos dizendo que a "cirurgia foi um sucesso", afinal o pino foi colocado e ela não morreu, imaginei. Segue "vivendo", sem riso e sem a beleza a que se refere o querido Rubem Alves.

Bem, Dona Miriam, pra variar eu assino embaixo, se me permite: já faz muito tempo que acho uma barbaridade o estado e a igreja quererem mandar na nossa morte. Já não basta o nível de intrusão em nossa vida cotidiana, na qual as proibições são múltiplas? Ora, a vida é do indivíduo, de mais ninguém, e só ele sabe o que significa manter-se vivo quando não se deseja. A perspectiva moral de outrem intervir na minha liberdade de morrer, é algo inaceitável. Inda mais quando Há sofrimento. Ah, a moral..

Concordo contigo, Miriam, sob vários aspectos, mas principalmente pelo amor ao Rubem. Espero poder ter o direito de decidir sobre quando a minha a viagem da minha existência possa ser abreviada, obviamente por algum motivo especial, como o de adoecer ou não ter mais o controle sobre o corpo que nos abriga a alma. A ver o que o futuro trará! Grande abraço.

Belo texto, Miriam. Escamoteamos a morte e para viver plenamente é preciso reconhecê-la. E saber quando parar com deveres e gizar da liberdade (sem culpa).

Talvez tenha a ver com tentarmos espichar a vida indefinidamente. Quando nos damos conta sentimos q as vezes não vale a pena. Desculpe o trocadilho.

Talvez tenha a ver com tentarmos espichar a vida indefinidamente. Quando nos damos conta sentimos q as vezes não vale a pena. Desculpe o trocadilho.

Mirian, belo e instigante texto. parabéns

Mirian, querida, seus textos, como sempre, dão sentido único e perfeito a qualquer assunto. Você é especial em gênero, número e grau. Obrigado

Todos nós deveríamos encampar essa luta pelo direito que todos nós deveríamos ter de decidir que já não vale a pena continuar vivo. Nas últimas décadas, conquistamos muitos direitos importantes relacionados ao nosso corpo. Estávamos, até agora, batendo contra o muro dos costumes. Desta vez, batemos também contra o muro de interesses milionários. Vamos nos unir - acima de tudo, os mais velhos - para termos assegurado esse direito tão importante a uma morte tranquila, digna e indolor.

Texto espetacular com conteúdo emotivo.

"Há de se viver bem. Há de se morrer bem." (sic). Acompanho-te Mirian Goldenberg. Parabéns pelo texto.

Escrever por obrigação não é escrever, é papaguear. Não se vive nem se morre bem numa sociedade injusta ao extremo. Escrever é religioso, é arte, terapia. Não tem idade, nem morte. É infinito.

Texto maravilhoso! Representa o que penso sobre envelhecer, viver e morrer com dignidade.

Rubem Alves, eterno mestre. Sobre este tema, ele tb citava outro grande gênio, Mário Quintana, que dizia - O duro não é morrer, mas deixar de viver.

Texto de pura emoção e reflexao! Parabéns