Opinião > O estupro da memória Voltar
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É falta do que fazer tentar distorcer a motivação de uma justificada crÃtica estética para que pareça um desprezo à memória do Holocausto.
Durante a administração Jânio Quadros na Capital Paulista ergueram um monumento a Cabral numa beirada do Parque Ibirapuera. Numa pequena praça, ele ficaria ótimo. Ali, ninguém o percebe. É um monumento de estilo historicista num entorno modernista. Um desastre estético.
Na época, os crÃticos também foram execrados por preconceito contra a comunidade portuguesa. Mas tinham toda razão.
Pelos comentários que aqui li sugiro que os próximos memoriais (e espero que venham vários) contemplem sala de cinema para educar as pessoas sobre o quão nefasto e inacreditável foi o holocausto. Alguns paralelos traçados por leitores, com todo respeito, causam náusea.
Ãlvaro Costa e Silva não negou o mérito de um monumento ao holocausto, mas apenas sua localização. Qualquer monumento, por mais meritório que seja, deve respeitar a paisagem. Será que é dificil entender isto?
Aliás, o artigo de hoje não discute nenhuma das objeções de Alvaro Costa e Silva à localização do Monumento. Apenas insinua o preconceito, sem nenhum outro motivo senão as objeções que o colunista explicou muito bem. É de uma má fé espantosa!
Não se derrubou árvore alguma para construir a pirâmide do Louvre. Esta foi erguida num pátio interior, meu Deus! O monumento, ao contrário da Pirâmide, erguida ali para servir de nova entrada do Museu, poderia ser erguido em qualquer outro lugar.
O monumento poderia ter sido construÃdo em outro lugar. Por que ignorar o parecer do IPHAN? A associação entre o protesto do jornalista e antissemitismo, apesar da negativa covarde no parágrafo seguinte, é de um despropósito escandaloso. E igualmente covarde.
Meus cumprimentos e endosso. Se o entorno paisagÃstico é tombado, o Monumento moderno se incorpora à paisagem. Ressalto que em frente ao Louvre tem a Pirâmide e quando foi colocada em frente ao bicentenário prédio , e hoje se incorporou a paisagem. E em São Paulo a esquerda silenciou quando o hadad acabou com o jardim no meio da avenida Paulista(tombada), para por ciclovia . Conheço Israel e amei o PaÃs.
Boa tarde turma. Só um adendo, adorei as discussões que se apresentaram a respeito deste assunto. Aconteceu um alto nÃvel neste espaço que anda bem fragilizado mas vida que segue e que possamos todos, com muito respeito expor nossas opiniões como foram feitas aqui. De toda forma abraços por alcançarmos um bom nÃvel nos comentários. Que continue assim.
Não me lembro de ter lido nada da lavra do colunista sobre os judeus que riram da piada que o Bozo, então candidato, fez a respeito dos negros que vivem em quilombolas, no Clube Hebraica do Rio de Janeiro. Judeus que em larga parcela votaram nesse governo fascista. Isso sim é insultar a memória dos quase 7 milhões de mortos no holocausto.
Ele não estava lá, nem precisava. O fato e os risos foram amplamente noticiados, inclusive por esta Folha.
O senhor estava lá quando ele,o capetão cloroquina, aludiu? O senhor viu quem riu? E se viu, como sabe que eram judeus?
Já eu não vi nada demais no obelisco. Se há uma estátua do Cristo para os cristãos no alto de uma montanha porque não pode haver um monumento de concreto em cima de outra para os judeus?
olha bem essa imagem, me diz se existe outra palavra pra descrever. tomara que os cariocas consigam reverter a situação!
Artigo muito bem ponderado. Concordo que é preciso homenagear as milhares vÃtimas do holocausto, para que essa tragédia humana jamais se repita.
Racismo é considerar que existe um povo "eleito por Deus", que só aceita como iguais em direitos os que têm mãe da mesma tribo.
Da mesma forma, posso dizer que faltou delicadeza na escolha do monumento à memória das vÃtimas do Holocausto. Por que um obelisco, um tipo de monumento fálico, a nos lembrar da fundação de cidades, conquistas e batalhas vencidas? Por que não um monumento que se adequasse à paisagem carioca, cheia de curvas? Talvez uma humilde vela cercada de vegetação local, com sua chama ondulante, a reluzir a memória dos que foram perseguidos e eliminados por serem judeus.
Prezado seu Alon, também sem criticar sua opinião, justa, sobre o horror do holocausto, um contraponto: cabe zelo com a memória da barbárie; ocorre que ele não parece se refletir na rejeição *absoluta* das novas barbáries ora cometidas. Digo isto porque, tendo o senhor se levantado contra a possibilidade de descaso com tal memória, não o li clamando contra barbáries correntes, que têm outros povos como alvo. Em contraste com o horror nazista, gritemos todos contra a Bozofrenia assassina.
Que o Iphan emitiu parecer contrário à edificação no local. Que, mesmo assim, o ex-prefeito Marcelo Crivella liberou a obra, cedendo um terreno público por 30 anos. A memória afetiva do Rio – além de sua paisagem e da sua natureza – também precisa ser cultivada, e o mirante do Pasmado, que desapareceu, era parte dela. Atenciosamente, Alvaro
Gosto muito de suas colunas, um dos poucos colunistas que leio na folha(Ruy, o Senhor, e a Mariliz), antigamente, amava as colunas: São Paulo, BrasÃlia e Rio, hoje? Não! Tirante os citados...O novo é incorporado à paisagem.Veja a pirâmide no Louvre...
Sem entrar no mérito da questão, este parco espaço devia ser dos leitores, não dos colunistas; esses podem publicar réplicas e tréplicas nas suas colunas.
Seu Ãlvaro, que surpresa: dificilmente vemos os jornalistas cotidianos participando aqui na Ãgora. Meus argumentos são distintos dos seus, mas talvez caminhem paralelos - de que serve a memória senão para evitar reedições do passado? Sem nem considerar eventuais motivações torpes do Crivella, homenagear, ao arrepio da lei, a defesa da existência de um povo, diminui tal homenagem. Lembra-me de um juiz que, combatendo iniquidades, rompeu com a lei e a decência do cargo.
Mas é lógico que eu acho “importante cultivar a memória do Holocausto, para que não se repita". E sou a favor da construção no Rio de um monumento à s vÃtimas do Holocausto. Mas não ali, e é disso que tratei de expor em minha coluna de opinião. Alon Feuerwerker esqueceu de mencionar em seu artigo que a construção do obelisco de 20 metros de altura removeu a vegetação de uma área entre o mar e montanha que é considerada pela Unesco patrimônio mundial.
Sobrepor memória recente a quaisquer outras parece ser uma pratica que evolui, infelizmente, para o simplismo das colocacoes, justificando o fim proposto e tao somente. Triste rolar dos tempos que borra historias.
Excesso de sensibilidade do Feurwerker. O jornalista em questão é um apaixonado pelo Rio e até escreveu um livro intitulado "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro". O obelisco de fato agride a paisagem do Rio e quem se sentiu incomodado tem o direito de dizer que ele não devia ter sido construÃdo.Um erro grande(matar judeus apenas por serem judeus) não justifica outro pequeno(prejudicar a bela paisagem do Rio de Janeiro).
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