Muniz Sodre > Misoginia e as camadas de um bolo Voltar
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Exatamente porque somos produtoras de vida e questionadoras do mito patriarcal, podemos resistir aos controles fascistas ou misóginos, transformando-os para que se adaptem às nossas próprias formulações e vivências. Claudia F.
Tem razão o colunista. As mulheres não devem ser proibidas de usar absorventes, se é que alguém é a favor disso. Devem ser livres para comprar com seu dinheiro o necessário em uma farmácia.
A começar pela descaraterização feminina promovida por alguns movimentos, pela invasão sancionada do espaço, pela apropriação do gênero, pela adorada miséria (Joãozinho Trinta) que limita o alcance feminino, ao de criar filhos, pela irresponsabilidade. Seguir com a maré é fácil. Vamos lutar de verdade?
Texto muito útil para compreender melhor a história do "no fim, dei uma fraquejada e nasceu uma menina". Frase parida no esterco!!
Correta a assertiva do autor ao dizer que "A condição feminina nas ditaduras messiânicas é um desafio cotidiano à modernidade". A afirmação de que a inclusão da mulher no mercado de trabalho é irreversÃvel também é precisa. É questão de tempo até termos a divisão da fatia totalmente igual, a questão é o tempo que isso levará, mais ou menos em razão dessa misoginia. De um lado cultural, mas que não é mais tolerável no 3º milênio. É ótimo trabalharmos e convivermos com elas. Parabéns pela matéria.
Zorra, seu Muniz, o que é desopilada no fÃgado: "tempo falso das retropias que florescem no esterco da história" foi uma dedada no'zóio (em todos os olhos, como diria Tom Zé) que valeu a pena. A glorificação do porco porcino porcalhão, macho armamentista, rachadoiro e peculativo, é lllaazarenta, anacrônica, vil e burrra. Querem chegar aonde? E tem Mischeckes, Kicis e estrupÃcios correlatos - portadoras de Bagina, mas não de cérebros - que botam pilha no Horror. Vergonha total para a classe.
No ano 2000 eu escrevi no meu texto Flacidez Moral: “Em vez de reprimir essas mulheres ousadas, é necessário corrigir a andrógina flacidez moral que habita este paÃs sem cultura.” Todas as citações que menciono nos outros comentários estão nesse texto e foram obtidas no livro Uma Questão de Liberdade, de Léa Masina.
Quero acrescentar que digitei todas as citações dos comentários que fiz entre aspas, não entendo porque não aparecem no texto publicado pela Folha. Ainda, obrigado pela interlocução, Marcos Benassi.
Em 1889 Emiliana Moraes escreveu sobre a Emancipação da Mulher: “De parte fiquem os incrédulos, e os que se fazem censores de tudo e caminhemos, os amigos do progresso social estarão sempre a nosso lado e a vitória será certa”.
Quanto a certeza da vitória, caro Enir, a dona Moraes não teve a antevisão da desgraça Bozofrênica. Mas pelo menos seu descendente Alexandre tá aà para dar umas pancadas, valeu pela esperança da autora e pela prática do rebento careca.
Luiz Miranda publicou em 1986 o poema Elegia de Ana, Uma Jovem do Ano Dois Mil: “….Que caminhes/Com tuas pernas/Redondas de ternura/sobre nossa/possÃvel melancia/e nos pertençamos/também nas fronteiras/sem limites da poesia/para renascermos/nesse cristal de auroraÂ….”
PossÃvel melancolia
Anália Franco publicou em 1890 um texto intitulado Notas Sobre Educação Feminina, termina assim: “a mulherÂ….vinga-se mostrando ao homem que desdenhada, ultrajada como é, é ela quem o domina, é ela quem o arrasta, é ela quem o tenta e quem o subjuga, levando o polÃtico à apostasia, o argentário à bancarrota, o artista à impotência cerebral, o poeta ao desespero inconsolado, o rico à miséria, o pobre à infâmia, o honesto ao esquecimento de todos os deveres”.
Boa, não é à toa que às chamamos de patroa.
Meu caro Enir: o movimento espÃrita aqui no Rio, muito cultua Anália Franco, mas tenho certeza de que não gostariam nenhum pouquinho deste texto.
Boa! Se por acaso forem mudar o nome da Anhangüera, pra asseptizar a história Paulista de assassinatos, bem que podiam chamar de Anália Franco, hein, Enir?
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