Muito legal, Maria Homem e Pondé escreveram sobre o mesmo assunto.

Acredito que eu entendo o ponto de Vista do Pondé. Adquirir sabedoria de vida,aprender a viver não é evoluir, é viver melhor. Isso de viver melhor nós não temos. Definitivamente, não temos. Imagina a evolução que leva milhões de anos?

Se vermos a história fazendo afirmações empíricas sobre o mundo. Não podemos usar a contraindução: porque aconteceu no passado vai falhar no futuro. Peirce em "A Atitude Científica e o Falibilismo" diz que a pessoa que tem a "atitude científica" nunca bloqueia a investigação pensando que seu conhecimento é completo pois na ciência que é um campo aberto há sempre mais a aprender "

A história não anda em círculos. Isso parece vir de uma historiografia "científica". Essa hipótese de como a história opera enfrenta o problema da indução de Hume: "Se estamos baseando nossa hipótese nos dados que examinamos até agora, estamos fazendo uma suposição de que os dados futuros se conformarão ao que nós experimentamos no passado. Mas como nós sabemos isso?? Como eu disse abaixo a história não determina o futuro. Falar que a história anda em círculos é bobagem!

Não são só as utopias que moldam o futuro. Piketty traz evidências que no próximo longo período ,há um retorno a uma acumulação de capital e uma concentração de renda persistente. Scheidel diz " os avanços tecnológicos levem as desigualdades a novos extremos, separando uma elite biomecatrônica e geneticamente aperfeiçoada dos mortais comuns, sendo estes perpetuamente mantidos a distância", isto não é utopia, as evidências caminham para isso. O resto é ficção científica.

No meu caso, sem ilusões utópicas, sem ceticismo, mas com ajuda de Lao Tsé: "O incompleto será completado. O curso, endireitado. O vazio, preenchido. O insuficiente aumentado. O excessivo, dissipado. No fim, tudo retorna à perfeita integridade." Gosto desse "deixar acontecer, do zen em ação....(Claudia F.)

W. Scheidel diz: "A história não determina o futuro", ao contrário do que Marx pensava. E que a história nos ensina duas coisas sobre o nivelamento: "as intervenções políticas radicais ocorrem em tempos de crise" e " a criação de políticas só pode levar-nos até certo ponto". O homem agora consegue resolver mais problemas na ciêncIa do que resolvia no passado remoto. Podemos pensar num progresso epistêmico pragmático?

Um dos símbolos do progresso técnico é não haver tanta necessidade de esforço físico. E também haver mais abundância de alimentos. Mas um cara obeso e sedentário não está certamente mais 'evoluído'.

Que saudades do Paulo Francis

Ponde viu um filme da Belle Époque de Hollywood e acha que antes das duas grandes guerras os outros 99% da população também tomavam champagne, que aqueles é que eram bons tempos.

Faz sentido a provocação de Pondé, principalmente diante dos intelectuais acovardados nas universidades, que acreditam na 'evolução-progresso' do ser humano. Eu já fui um desses. Apenas um sintoma atual, vide "Bolsonaristas seguem discurso de presidente e atacam vacinação de crianças". O retorno de Heródes no governo terrivelmente cristão de Bolsonaro.

Dizer que a humanidade evoluiu, regrediu ou estagnou moralmente é uma questão de opinião, como já vimos aqui nos comentários. Lembremos, porém, que a alvorada deste século - que seria (ou será?) a concretização das grandes utopias modernas - foi marcada pelo ataque às Torres Gêmeas, que matou quase 3.300 pessoas. Em contraposição ao progresso moral, a crueldade também evoluiu e a história se desenvolve como sempre: não uniforme ou linearmente, mas aos tropeços, entre avanços e recuos.

Verdade! Se esforçando e sofrendo sem saber para quê. A crueldade da vida nos faz depositar esperanças na política e na religião, duas criações humanas cheias de falhas e que andam juntas. Viver é um sofrimento atenuado pelo amor, independente do tempo.

Acho extraordinária a capacidade de Pondé dizer tolices sob a capa da erudição. Marx estava errado e Hegel certo. Não são as necessidades materiais que movem a roda da História, mas as ideias. Uma vacina, o vapor e a eletricidade, a internet e o smartphone, mudam mais e mais rápido que qualquer utopia. Até hoje o Iluminismo luta contra a injustiça e as trevas.

Concordo que se trata de uma ilusão ver uma seta de sentido único na história. No entanto, utilizando a categoria de 'espaço de experiências', que se relaciona com a de 'horizonte de expectativas' na teoria de Koselleck, creio que dá pra olhar pra trás e dizer: escravidão, guerra, ditadura, tortura, hiperinflação, emprego de força humana nos processos produtivos, pena de morte: libertar-nos disso pode nos levar para algo mais interessante como humanidade.

Meossaco!

Não evoluiu: concordam todos os que acreditam na “beleza” da sociedade rígida, em que só homens brancos, bem nascidos, podem ter vez. Evoluiu: concorda o resto da humanidade, incluindo os homens brancos não tão bem nascidos. Só uns 90% da humanidade, imagino...

A evolução humana do último século se deu inicialmente como tragédia (guerras mundiais, nazismo, comunismo) e mais recentemente como farsa (com a internet, os idio tas perderam a modéstia). Na circularidade do eterno retorno, resta saber qual delas se repetirá primeiro.

Pergunte a qualquer mulher, judeu, preto ou gay se preferiria viver hoje ou há cem anos. Excluidas eventuais respostas dos que ocupam gabinetes em Brasília, teremos uma unanimidade que prova que o mundo melhorou e muito.

Refrigerador, anestesia, escovas de dentes e mais recentemente o GPS são conquistas da evolução da humanidade, mas o ser humano em si continua repetindo atitudes das primeiras civilizações, mostrando pouquíssima evolução.

Só se sabe se há avanços se se sabe para onde está indo. Ora, se o objetivo é conquistar uma sociedade mais tecnológica, digital e interconectada, então, sim, estamos avançando nessa direção dos iPhones! Há inclusive revoluções informacionais ocorrendo justamente nessa direção. Enfim, negar esse movimento seria negar o próprio mundo em que vivemos.

- Gostei Professor, o final do texto faz jus em muito nossos dias.

E a Folha insistindo com esse cara! Eu hein? Tanta gente boa pensando e escrevendo por aí...

Muito bom. Pondé é uma ilha de inteligência rodeado por um mar de mediocridade "copia e cola" quase unânime dos colunistas da folha.

Olhando para o Pondé, tenho certeza de que não evolui.

Tudo o que é sólido se desmancha no ar. Sem possibilidade de ser diferente.

Excelente artigo. A humanidade não anda, é arrastada, é massa de manobra tola e frouxa, mas todo mundo se acha o maioral. Acho os artigos do Luiz a única coisa que presta neste jornal, o resto é marmelada, mariola, bananada, para não falar das guloseimas. Mas os comentários são, na minha modesta opinião, nitidamente estúpidos, presunçosos, etc. mas tudo que o Felipe menos precisa é de baba ovo. Nem Deus conserta esse mundo achatado.

VC mesmo Pondé é exemplo: nega as demandas das pessoas trans, tem problemas com os que optam pelo veganismo, isso apenas pra elencar algumas de suas pérolas. Não sei como essa Folha ainda dá espaço pra VC.

Primeiro êrro de Pondé é no título. Nesse contexto, não se deve usar evoluindo e sim progredindo. O conceito de evolução não pressupõe melhoria. Evolução pode levar inclusive ao desaparecimento da espécie por extinção. Evolução biológica pressupõe variação e mudança, não necessariamente para melhor. Progredir sim, é sempre para melhor. E nada garante que a espécie humana esteja progredindo sempre,por inúmeras razões, inclusive culturais. Vale ler consciliência, de Edward Wilson.

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Nadica de nada!

Sim, ser humano nunca vai valer muita coisa. Mas particularmente, prefiro estar vivo em nossa era. Quando alguém fala que o passado era melhor, dá sempre vontade de responder : Antigamente não havia vacinas e antibióticos, e as pessoas podiam morrer de uma simples infecção. Hoje, abrimos a geladeira e podemos ter alimentos produzidos a quilômetros de distância, e saindo de SP de manhã chegamos em Londres de noite. Pra encerrar a discussão: Ninguém tinha vaso sanitário em casa.

De alguma forma os Humanos evoluíram até a década de 20 quando surgiu um cara chamado Edward Bernays, daí pra frente as Massas com iPhones e tudo mais só serviram ao Grande Trono de Ferro. Pois não?

No espetáculo da vida muda-se apenas os cenários e os figurinos. Nós, hora somos atores, hora somos espectadores.