Djamila Ribeiro > O que dizem as figuras de orixás em relação ao feminino machucado Voltar
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Há poderosas entidades sobrenaturais femininas em várias culturas. A mitologia grega estava cheia delas, o que não mudava a realidade social das 'mulheres de Atenas'. O mesmo na mitologia católica das virgens de Fátima, Lourdes, Guadalupe e Aparecida. Não creio que seja muito diferente na mitologia dos povos bantos.
Todas as idealizações nos remetem aos ancestrais que "imaginamos", não o que realmente foram na vida cotidiana. Nossas memórias desses ancestrais "recriam" nossa historia para nos ajudar a vencer os traumas das memorias difÃceis que acumulamos, a cada geração. Uma história de superações e perdas ao longo do caminho, que acontece em todos os cantos do planeta, simultaneamente. Aqui no Brasil, não seria diferente. Somos humanos, antes de tudo.
Nem falo em cura, Djamila, pois creio que ela não exista, e sim formas de lidar com as feridas. Você fala em terreiro e penso em música, pela qual dá vontade de dar um passo pra cá, um rebolado pra lá: acredito muito no poder liberador da música, uma forma de elevar o corpo e a mente. A pomba-gira, pelo relato abaixo, incorpora-se em alguém que pouco valoriza a dimensão material da vida, dá mais valor ao mundo espiritual e à fertilidade ;-)
A filósofa Djamila Ribeiro louva as religiões de matrizes africanas, cultua a relevância da mulher nessas religiões. Fala da entidade(?) Pomba-Gira ou Maria Padilha. Pois bem, assisti à culto(?) no qual a moça incorporava a Maria Padilha. Conheço a jovem desde a mocidade, estou com 52. Realmente, a mulher que incorpora a Pomba Gira é " sensual" - para usar a expressão da filósofa - atualmente a moça que incorpora Maria Padilha tem 11 filhos. Vive numa pobreza homérica.
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