Gostei da abordagem. Impressionante uma pessoa fazer sexo virtual durante 15 anos e se sentir satisfeito. Como grande pensador da humanidade e dos tempos atuais, importante nos fazer refletir quanto aos riscos de nos entregarmos ao mundo virtual de modo desmesurado.

Estava indo bem até querer dizer que a política também age de modo parecido. Desde que o mundo é o mundo que conhecemos, somos personagens desempenhando um papel. Imagem que pode ter grande ou pequena abrangência: depende principalmente das nossas condições materiais, tradicionais e de influência no meio social. Quanto maior é o poder de personificação, melhor será o caminho percorrido. Há pesquisas para saber a Imagem do político, do juiz, do jornalista, do médico, do empresário, do militar...

Pensando bem, a paixão amorosa mesmo no mundo real tem esse lado virtual. Muito do desgaste e fim dos relacionamentos se explica porque com o tempo fica cada vez mais difícil fingir que a pessoa real é a projetada pelo desejo.

Emile Durkheim diz que o sociólogo deveria se colocar no mesmo estado mental do físico quando este explora uma região inexplorada do domínio científico. Há fatos empíricos no estudo do comportamento humano. O problema é que o sociólogo, às vezes, dá uma estética aos seus dados para encaixá-los nas suas crenças extra-empíricas.

Eita, sêo Muniz, vossa mercê se combinou tematicamente com seu colega Schwartzmann? Porque tamos falando de crenças e crentes: o moço da estorinha quis crer que a Terra era plana, e não quis chegar na beiradinha. As câmeras estão aí transmitindo durante todos esses anos, ele é que não quis ver - ficou "a vatar" e "a onanizar" de meda de olhar pra baixo. O eleitor onaniza com seus queridos políticos porque insiste no logro, e acaba na cama com um Ogro. Ou um Bozo, muito pior.

A reificação vem se desenvolvendo por camadas. A matrioska humana extinguiu-se. Agora se inicia a reificação do avatar, no final tudo será token.