Samuel Pessoa > Edmar Bacha, a passagem do tempo Voltar
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Robert Skidelsky em seu último livro, 'Money and Government: The Past and Future of Economics' (2018), diz que a história da teoria monetária e fiscal, longe da referência cientÃfica que proclama ser, é altamente ideológica. Sob os cânones do método cientÃfico esconde-se uma inclinação ideológica silenciosa que oscila ao sabor das circunstâncias e das ideias dominantes. A teoria e a prática das polÃticas econômicas são moldadas pelas condições do momento ao sabor oportunista do poder de turno.
Edmar Bacha nos ensina a aprender. A economia não é infalÃvel. As pessoas rejeitam o conhecimento econômico quando ele conflita com suas crenças tribais. Pouco se aprendeu com Milton Freeman na América Latina. Precisamos que grupos com teorias econômicas conflitantes possam viver juntos. Uma metaeconomia pode ser perigosa mas é preciso construÃ-la com as evidências empÃricas, para uma teoria econômica mais cientÃfica.
Se por um lado é provinciana a ideia de uma economia latino americana, hoje há uma tendência inconsciente de copiar e colar do que se faz nos EUA. Tipo: o Biden está gastando sem dó, aumentando o deficit orçamentário, então podemos fazer o mesmo. Esquecendo que o resto do mundo aceita dólares mas não reais.
Millôr dizia: “As pessoas que falam muito, mentem sempre, porque acabam esgotando seu estoque de verdades”. Nenhum dos pais do Plano Real era rico; todos remediados. A esmagadora maioria tornou-se milionária, após fazerem explodir a dÃvida pública e adicionarem mais 10 pontos percentuais na carga tributária; 24% antes do Real, 34% depois. Pelo menos dois economistas viraram banqueiros no "day after" da Era FHC. Entre estes, Edmar. Até hoje pagamos caro "a passagem do tempo" desses economistas.
Exatamente! Bacha tbem é do time que concebeu o PROER, auxÃlio aos bancos quando perderam o ganho de 41% das receitas, com o fim da inflação. FFHH emprestou 2,7% do PIB brasileiro e recuperou 5,7% do total. Além disso, Bacha, como outros economistas da elite, sempre insistiam na tese de Dois Brasis. Acham a expressão "BelÃndia" dele uma maravilha, como naquele conto em que a indústria era inimiga da agricultura e outras dualidades atrasadas. O Brasil avançado gera o atrasado e dele se alimenta
Com certeza o modelo criado por ele na conversão de moedas durante o curso do plano real, foi inovador e de sucesso. Como dizia Guimarães Rosa: " se é chegada a hora, o mineiro atende e entende, avança peleja e faz". Ninguém é imortal por acaso. Talento, dedicação e humildade.
E tem ainda histórias mais interessantes, quando se inclui o crescimento exponencial dos bancos criados pelos mesmos atores desse perÃodo, tais como BBA, Matrix, Opportunity dentre outros tantos. Realmente geniais!
E com tudo isso ele não superou a visão dualista do mundo e da economia. Obviamente, por razões ideológicas. É o registro indelével do atraso de seu pensamento. Dual, maniqueÃsta, etapista, esquemático.
Cócegas, Antônio? Seriam no traseiro? Se for capaz, rebata em argumentos
Dá-me cócegas esse comentário, mas vou resistir.
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