João Pereira Coutinho > É possível rejeitar uma obra de arte de uma artista negra sem ser por racismo Voltar
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É legal ler o texto dele e depois o da Djamila para ver que ele ignorou completamente os argumentos que a Djamila coloca no texto dela
Do jeito que as coisas andam, uma alternativa para o futuro é avaliar a obra mantendo o autor no anonimato... avalia-se a OBRA e pronto. Só depois da avaliação, é que se revela o artista. (por Maria José)
Não sei quais foram as notas. Mas como crÃtica de arte é altamente subjetiva, talvez fosse o caso de excluir um voto que estivesse fora do desvio padrão da amostra. Por exemplo, se há um dez, um nove, um oito e um cinco, esse último seria excluÃdo. Senão a opinião particular de um crÃtico pode pesar de um modo desproporcional.
E se você nem se quer conhece com profundidade o trabalho de Grada Kilomba, como pode colocar este caso como um exemplo disso? falta argumento.
É uma discussão complexa mesmo, mas o colunista foi simplório, para criticar sem ser racista tem que ter anos de análise sobre si, sobre seus próprios privilégios, sobre a sociedade como um todo, portanto todo e qualquer crÃtico que não tenha feito isso, que seja uma pessoa branca que goza dos seus privilégios vai criticar como uma pessoa branca que nunca olhou para sua própria pelo e entendeu o que ela carrega porque ela se acha o padrão universal. Então, o texto é mais um desserviço.
Sensacional! Muito bem escrito, gostei muito do seu comentário
Somente o jurado pode responder essa indagação.
A reflexão é muito saudável e transita numa linha tênue entre o debate honesto e a disposição de relativizar o preconceito sistemático. Lembro de alguém ter afirmado "neutro só o sabão de coco", ou seja, nossas opiniões sempre estarão eivadas de nossa visão de mundo e de nossas preferências estéticas. De todo modo também tenho muita preocupação com a falta de honestidade moral na hora de distinguir o que é uma crÃtica técnica de uma crÃtica discriminatória e intransigente.
E veja, não estou dizendo que é uma discussão simples, é complexa mesmo. E que, do meu ponto de vista, o colunista enfrenta a discussão com um argumento insuficiente, no mÃnimo.
Raul, quem anuncia que irá resolver esses questionamentos não sou eu, mas o colunista. E penso ele falha nisso. Haveria vários pressupostos a considerar: Há racismo na sociedade portuguesa? Artistas plásticas negras são alvo de racismo? Há precedentes de discriminação racial nessa instituição especÃfica (Bienal de Veneza)? Considerando a premissa do colunista de que a arte se movimenta num equilÃbrio entre estética e polÃtica, a nota atribuÃda deu peso adequado aos dois aspectos?
Joabe, a despeito dos seus questionamentos serem todos válidos, você escreve, escreve, escreve e apenas reforça o argumento do colunista, as possÃveis dificuldades que um crÃtico mesmo com boa fé e usando o melhor do seu juÃzo terá caso dê mais vais valor a obra de um artista não-negro em um concurso. Impressionante como se espera desse crÃtico, que junto a sua escolha venha um tratado para justificar que ele não usou critérios racistas na sua opção.
Assustada com a quantidade de racismo raivoso dos comentários. A Casa Grande tá ansiosa...
q é possÃvel é, mas será q foi o caso?
O que esperar de Djamila, que defende habitualmente em seu espaço nesta Folha censura e aplicação de filtros ideológicos pelo estado em obras ficcionais? Pior: o faz sem ser importunada ou mesmo contestada. Os ideólogos do identitarismo brasileiro não estão assim tão longe dos bolsonaristas que tanto dizem repudiar: a ideia de impor a própria receita polÃtica goela abaixo de todos, custe o que custar, é ambição compartilhada entre esses grupos de fanáticos evangelizadores.
Impressionada com o fato de que seu texto foi publicado... É exatamente isso que vem acontecendo. (por Maria José)
Que confusão! É possÃvel sim apoiar negros, mulheres, gays, etc. Todas as minorias, mas não numa guerra estúpida cultural onde arte, beleza (em todos os sentidos), originalidade, tem valor pq tem valor estético, são belos, a obra está acima do autor e nunca o contrário, seja branco, bebado, negro, judeu, asiático, mulher, sei lá. Essa militância exagerada é o fim da arte. Hanna Arendt disse que a “raça” é o fim da humanidade. A identidade também, quando posta acima do valor de todos somos iguais
Sei que não tem a ver com o argumemto do Coutinho... Mas só pra comentar que eu busquei a arte dessa moça no Google porque queria conhecer mais. Afff... Uma "arte" era uma montanha de terra. rsrs A outra era uma cadeira com vários microfones... Um talento Ãmpar.
Este comentário me lembrou do filme "The Square - A Arte da Discórdia", passado num museu de arte moderna cheio de genialidades, conforme os crÃticos. Uma delas é um monte de pedrinhas, que é "mutilada" pelo aspirador do encarregado da limpeza. O diretor do museu simplesmente pega as pedrinhas no saco do aspirador e as recoloca de qualquer maneira. Pronto: a obra de arte está Ãntegra!
Mas aà vc esta equivocado. Você parece nao ter conhecimento de arte necessario a uma critica construtiva. Ao contrario do apontado no artigo, vc aqui analisa a arte sob uma perspectiva pessoal. É como o tiozao do zap querer discutir com um cientista. Aà nao da, pois sao niveis de analises e argumentos de qualidades muito diferentes.
Racismo ou não, para mim ficou clara a estratégia do crÃtico de dar uma nota muito baixa ao trabalho da artista. Com isso, ele conseguiu neutralizar as notas altas dos dois outros crÃticos e deixar a artista de fora. Tenho um amigo, acadêmico brilhante (por acaso tbm negro) que foi vÃtima desse estratagema num dos concursos que fez para ocupar uma cadeira na universidade. João Pereira Coutinho, que admiro pela inteligência e acuidade, em nenhum momento explorou a possÃvel má fé do crÃtico.
Porque cargas d'água estaria implÃcito má-fé na escolha do crÃtico? Só pelo fato de ter preferido a obra de um artista não-negro? Um monte de comentários e nenhum ainda conseguiu responder o questionamento inicial do colunista. Na verdade, a maioria dos que o atacam, só reforçam o seu argumento.
É um alÃvio ler JPC e constatar que ainda há, no mundo, inteligência e a maturidade.
É possÃvel, mas requer coragem.
Parabéns ao colunista. Aliás, basta ver o grande numero de comentários. Preconceitos se combate é com inteligência e não com radicalismos obtusos.
Excelente como sempre Coutinho demonstra o exagero que muitos usam para acusar e acossar aqueles que vêm o que não vemos. Lendo o artigo de Djamila entendi tratar-se realmente de caso de racismo, mas agora entendi de outra forma.
Excelente o artigo, vários artistas brilhantes foram rejeitados,exemplos, Van Gogh, Manet, Soutine e outros, Basquiat outro artista brilhante nunca teve trabalhos rejeitados, arte não é modismo, é a essência do artista, a rejeição faz parte do processo, se a arte for boa, ela fala por si própria, arte boa liberta.
Alguém poderia me dizer em qual pedaço desse mundo ou extrato étnico e social não vamos encontrar preconceito de cunho racista?
Excelente artigo, o extremismo e a gritaria só atrapalha, e pior, enfraquece os movimentos identitarios. Tudo que é demais...passa...
No Brasil, a coisa é mais fácil de se resolver. Se eu for o jurado de algo e depois acusado de racismo devido ao meu julgamento, irei processar a pessoal ou o jornalista que insinuou, pois racismo é crime e acusar sem prova é denunciação caluniosa.
meu caro, utilizar um espaço caro e raro como esse da FSP para criticar/reduzir lutas identitárias, apenas confirma o óbvio. Um paÃs de poucos leitores e com um acesso à cultura e educação tão injusto, o senhor poderia ter utilizado sua coluna para a arte. Chega desse preconceito travestido de "autenticidade". Já temos gente demais fazendo isso. FSP, mereça nossa assinatura
Taxar esse texto e o questionamento feito nele de preconceituoso (nas entrelinhas, racista) é reforçar seu argumento. Os exageros realizados em nome das justas causas identitárias, só contribuem para miná-las. Nivaldo releia, você simplesmente não o entendeu.
Em nenhum momento ele reduz lutas identitárias, ele fala do extremismo, e escreve muito bem. Arte é arte, e a histeria é o que fez escreverem bizarrices na imprensa Portuguesa sobre o curador que não a escolheu. Ele era obrigado a escolhe-la? Preconceito travestido de autenticidade é o que alguns xiitas demonstram. Papo furado. A coluna é excelente.
Em relação a certos assuntos espinhosos, a sugestão é seguir o mantra de Glória Pires: "Não tenho condições de opinar". Evita muitos dissabores. Mas nem sempre é possÃvel abster-se de opinar. DifÃcil é o trabalho dos crÃticos de arte e literários...
O radicalismo dos negros vai de encontro ao racismo que deve ser combatido. De repente tudo pode ser interpretado como racismo. Inclusive o exemplo no texto sobre nuvem negra que sempre existiu quando formam-se nuvens que precedem chuva ou tempestade se transforma em insinuação de racismo. Faça-me o favor.
É claro que o argumento de Coutinho demonstra solidez, mas nas questões de gosto pode, sim , haver muita subjetividade embutida
João Pereira Coutinho já é racista na Austrália. Daqui a pouco os lacradores o atacam. Para mim, o colunista mais uma vez mostrou coerência e inteligência.
Esses lacradores...haja paciência.
Ressalvo que respeito o colunista ainda que discorde completamente de seus pontos de vista na maioria dos casos. Nesse texto, é até engraçado como ele consegue demonstrar justo o contrário do seu argumento.
Joabe, em um concurso, como um crÃtico pode preterir a obra de um artista negro sem parecer racista? No caso concreto, o crÃtico em questão, simplesmente não deu uma nota mais alta a outra obra? Considere um crÃtico agindo com boa-fé e aplicando o melhor do seu juÃzo, como fazê-lo sem ser alvo de crÃticas como as suas?
Trata-se de uma falsa questão ou de uma questão apenas aparente, Raul. É como perguntar: "É possÃvel não ser racista?" A resposta a esse questionamento é óbvia, mas isso nada diz sobre a ocorrência ou não de racismo nesse caso concreto ou da prevalência ou não de discriminação racial no cenário das artes plásticas - que é a questão que interessa aqui.
Joabe, fiquei interessado na sua opinião, esqueça o texto, atenha-se ao questionamento inicial: É possÃvel rejeitar uma obra de arte de uma artista negra sem ser por racismo? O que achas?
Bruno, a questão pra mim aqui é que, se tomarmos a frase tÃtulo como hipótese, o argumento é mal desenvolvido mesmo. No fim, o único ponto dele é de que a decisão não foi racista porque o texto que a fundamenta aborda aspectos técnicos e não raciais. No limite seria: 'uma decisão polÃtica somente será racista se fundada em argumentos explicitamente racistas'. Quase pueril.
Dou essa opinião de forma humilde baseada numa impressão minha do cenário americano: lá, é muito complicado criticar a obra de um artista negro ou ser duro com negros na Vitrine, ou seja, no mundo das artes consumido pela elite progressista... enquanto isso a polÃcia segue matando jovens negros de forma sistemática. O meu ponto é que esse modelo americano se torna um segregacionismo sofisticado, no qual a existência de uma pequena elite que reclama e é protegida serve de nuvem de fumaça...
Joabe, eu acho que o texto poderia ser mais direto e não uma indecisão entre ser duro e pedir desculpas pela posição, mas acho que a questão é clara: nem tudo ocorre em razão de ódio racial e racismo estrutural. Nem sempre é fácil definir uma linha, mas também é complicado estabelecer que tudo é racismo... a gente precisa é treinar a polÃcia, educar a população e fazer cumprir as leis. Brigar no mundo das artes é simbólico, mas não resolve.
Li postagem nesse espaço que afirma termos importado o problema dos USA... Na realidade importamos uma solução ruim (nossa cara) pois o problema é muito nosso e jaz sem solução há 200 anos... é por isso que vamos lidar com um movimento negro chato e combativo: ele é fruto de nossa inércia torpe - e é um preço barato diante de tudo que os negros sofrem. Ocorrerão injustiças e cabe reclamar para os negros que as cometerem, mas mais ainda àqueles que lutam pela manutenção da injustiça.
Esses dias estava conversando com uma amiga, que é negra, e durante nossa conversa introduzi o jargão "nuvem negra" pra me referir ao clima pesado de nossa conversa. Do nada, e surpreendentemente, ela me corrigiu dizendo que o correto era "nuvem branca", pois "os brancos" é que causam tal situação ruim. Desconhecer a origem histórica de uma palavra não é a maior questão, o inaceitável é problematizar algo onde não há motivos, gerando um desconforto e uma certo tensão a vista.
Aà fiquei pensando, arte é o que o homem branco e rico escolheu para ser arte? Parece que é assim na maioria das vezes. O gosto dos colecionadores que geralmente são pessoas brancas e ricas. Além de artistas negros, precisamos urgente de Curadores e colecionadores negros também. Se não a coisa não muda. Por isso é preciso questionar... Entendeu, João?
Acho que vc não entendeu nada.
Angelo, fiquei interessado na sua opinião, esqueça o texto, atenha-se ao questionamento inicial: É possÃvel rejeitar uma obra de arte de uma artista negra sem ser por racismo? O que achas?
...e na minha primeira resposta é "ele apenas diz" sem o não...
...continuando, com isso me permito arriscar que Portugal está mais avançado no processo de inclusão. Trata-se de palpite baseado no que sei da Europa Ocidental. Por mais que haja preconceito e xenofobia lá, as leis e as instituições protegem bem as minorias desde a 2a guerra. Um negro está mais protegido lá do que aqui, e talvez lá o clamor seja dirigido à questão de ela ser mulher porque isso pode pesar mais que a questão étnica. Um dia a gente chega lá... Abraços.
Caro Ângelo, Sendo justo com o João, ele não apenas diz que uma artista negra ainda pode ser avaliada sem que o avaliador se sinta ameaçado. Sem dúvida há problemas num processo que não for à s cegas onde os avaliadores sejam todos homens brancos, e acho que isso é pacÃfico, sendo perfeita tua colocação sobre representatividade e a urgência disso. Por outro lado, a polêmica racial foi no Brasil, havendo em Portgual preocupação com a artista ser excluÃda por ser mulher...
Quem não entendeu o argumento do João foi você Angelo !! E o argumento dele é claro !
Tem gente que passa a vida vivendo uma cor ! Lamentável! Preto ou branco, o que interessa é quem e não a cor!
Já temos o excelente livro de Robert Hughes que há quase trinta anos - pasmem!!!! - abordou este e outros temas: "Cultura da Reclamação". Enquanto aqui nos tristes tópicos....
Não se pode repreender, falar mal ou ir contra qualquer assunto que tenha negro no tema, pois passa a ser racismo. Isto só incentiva o complexo e o vitimismo nos negros, porém é interessante para alguns que têm vantagens com o tema. Agenda copiada dos americanos, porém nossa sociedade é diferente.
Tempos de histeria coletiva infanto-juvenil. Quando as crianças pararem de chorar, os adultos destapam os ouvidos e retomam o controle.
Para a maioria dos pretos, qualquer discordância é racismo. Haja dodói.
Caro João, após ler teu artigo fiquei me perguntando: Validar uma crÃtica com base no que ela representa sem entrar no seu mérito, não seria tão ideológico quanto a perseguição ideológica aqui denunciada? Não duvido que haja razão, pelo menos parcial no teu argumento, porém, se já que se deu ao trabalho de trazer um caso concreto para trazer robustez ao teu argumento, porque não adentrar ao mérito e conhecer o trabalho citado e, a partir daÃ, estabelecer seu posicionamento?
a folha tem um quarteto que parece cada vez mais desesperado em dizer alguma coisa: joelzinho, catarina dos montes, pereirinha e beltraõzinho. O libelu arrependido ainda não se juntou claramente para formar um quinteto, mas logo o fará.
Com todo respeito, então o crÃtico deveria escrever em sua fundamentação da nota que a nota foi baixa porque a artista é negra para ser classificado de racista? Não convem z ele disfarçar. Artista tem dificuldade com lógica. Não conheço a artista ou sua arte, mas melhor vc escrever crônica e deixar a polÃtica para outro porque, a julgar por muitas das suas colunas, vc claramente é tipicamente tendencioso. Evitando escrever esse tipo de texto vc pelo menos não deixa escancarado.
José Carlos, fiquei interessado na sua opinião, esqueça o texto, atenha-se ao questionamento inicial: É possÃvel rejeitar uma obra de arte de uma artista negra sem ser por racismo? O que achas?
É justamente esse o ponto do colunista: o julgamento polÃtico da arte é o caminho para seu fim...
Detalhes a parte, a pergunta persiste. Você pode dar uma nota baixa a um artista negro sem ser chamado de racista?
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