Legal que o Reinaldo tenha feito o contraponto. Havia percebido uma certa superficialidade no livro do Harari, em Sapiens. Um dos pontos falhos que observei foi a abordagem feita por ele sobre o valores que movem as pessoas.

Aparentemente a disputa entre Harari (historiador de Oxford) e o antropólogo Graeber não vai ser solucionada tão cedo. Ambos vem das ciências sociais. Na antropologia se usa trabalho de campo. E na história "emulação" do "método científico" das ciências naturais. Crítica-se as ciências sociais pela falta de atitude científica em lidar com a evidência empírica e revisão dos pares. Harari introduz a desigualdade com estudos históricos e Graeber com estudos de campo. Há muita controvérsia.

Os autores desse novo livro provavelmente pertencem à “Máfia da Paz e do Amor” citada por Pinker em seu monumental “Why Violence Has Declined” - isto é, recusam-se a aceitar as evidências das condições hobbesianas dos povos primitivos e tentam manter respirando por aparelhos o mito do “bom selvagem” - isso para dar algum verniz científico a agendas políticas anticapitalistas.

As hipóteses até que provadas do contrário são válidas. Estudos de sociedades muito antigas são baseados nas interpretações complexas de objetos, manuscritos ou pinturas que deixam um infinitesimo de luz do que seriam. Uma análise ampla da sociedade considerando toda a sua convivência, é um quebra-cabeças complexo. O caminho egoísta definido por poucos não tem trazido benéficios para a sociedade é necessário repensar o modo em que vivemos ou vamos colapsar!

O que fizeram com Gordon Childe? Até o Indiana Jones IV, cita ele....

‘Sapiens’ é um ótimo livro, cuja leitura provavelmente mudará a sua própria visão do mundo. Atualmente, praticamente todos os povos, culturas, religiões, valores e crenças são o resultado de invasões, dominações, imperialismo - envolvendo genocídios, estupros, escravidão e tudo mais. Neste contexto, queimar o Borba Gato fica até pequeno…

Eu li os livros do Desmond Morris e do Toinbee e de vários autores que tratam do mesmo assunto. Mas não posso deixar de elogiar o Sapiens, que li em tempo recorde, e do mesmo autor o Homo Deus, também magnífico. Não tenho nenhuma observação contrária aos conteúdos dos dois livros. Quanto ao livro citado por Reinaldo, me desculpe, mas parece alguém querendo obter uma fatiazinha do $$ do Harari.

Reinaldo! Pode-se criticar Sapiens. Agora é inegável a grande contribuição que o livro trouxe para que pessoas, leigas como eu, venham a ter um pouco de conhecimento sobre história, ciência, antropologia, enfim da longa caminhada que a humanidade fez ao longo dos milênios.

Acredito que a maior marca da desigualdade seja a relação de submissão que as mulheres passaram a ter. Já vinham perdendo terreno, desde que os homens perceberam seu papel na reprodução da espécie. Depois que se instalou a noção de "meus animais, minha terra, minha colheita", definir as mulheres como posse foi fácil.

Não consegui passar da terceira página de Sapiens. Embora inunde o livro de citações, o autor não consegue sair do raso. Não consegui ler por haver lido dois livros: O Macaco Nu, do zoólogo inglês Desmond Morris, e A Humanidade e a Mãe Terra do Arnold Toynbee. É muito claro que a Revolução da Agricultura criou a Desigualdade, e a Desigualdade criou as Civilizações. Eu esperava que o 3º Milênio, conseguisse conciliar Civilização e Igualdade. Acredito que o caminho seja o Social-Capitalismo, onde

onde O Capital descubra que não sobreviverá sem uma Sociedade, onde haja renda e consumo de seus produtos.

O livro é excelente, parte de pesquisas robustas e se afasta das teses definitivas e inexoráveis. Mostra que a história da humanidade é muito mais diversa do que se pensava e aberta para um mundo de possibilidades. Dá perspectiva a todos que buscam uma sociedade mais justa. É um calhamaço, mas a escrita é clara e aprazível. Vale a leitura.

O livro referido deve estar muito longe da verdade. Sugiro a leitura de “Man’s Territorial Primate Factor: Evolutionary Roots of Tribalism in Human Societies” de Marc van Roosmalen, durante muitos anos pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) em Manaus.

Excluíram meu comentário, não sei por quê.

Entre nossos antepassados tupinambás, havia agricultura sem uma estrutura de classes. Se bem que talvez a dominação fosse de gênero. Segundo o Florestan Fernandes, depois do parto o pai ficava alguns dias descansando do 'esforço da paternidade ' na rede, recebendo a visita dos amigos. A mãe já ia no dia seguinte com o bebê para a roça de mandioca.

Especificamente sobre a "dominação", considerando a falta elementos de épocas antigas e a necessidade de interpretação do comportamento pela observação do cenário disponível e finalmente comparando com o colonialismo de hoje, não dá para fazer datação, mas excesso de bens em mãos de poucos gera dominação. Obrigado pela dica de contraponto.

Li sapiens e gostei de 2/3 do livro, até quando ele chega na .modernidade e o viés ideologico toma conta da narrativa. O livro Story of the human body tem uma abordagem mais tecnica, mais evolucionista mas não tão abrangente. Obrigado pela dica deste outro autor, colocarei na minha lista de desejos.

Um tipo de "desigualdade" que me parece surgir do crescimento (e concentração) e complexificação de populações humanas é a desigualdade de funções desempenhadas pelos indivíduos. Algo além da desigualdade de acesso a bens materiais importantes.

Cidades-Estado da Grécia eram aquelas que também se utilizavam de escravos? Hummm… Deviam ser, realmente, bem igualitárias!