Marcos Lisboa > Os rótulos enganam: estereótipos de esquerda e de direita camuflam o debate Voltar
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Marcos Lisboa sempre lúcido e didático. Excelente coluna que lembra que há vida inteligente no Brasil.
Há consenso entre todos os supostos economistas que escrevem na Folha. Nenhum deles, principalmente Lisboa, dá um pio quanto ao Imposto sobre GRANDES FORTUNAS, que se encontra disposto no artigo 153, inciso VII, da Constituição Cidadã de 05/10/88. Desde a Constituição de 1834 e do Visconde de Ouro Preto, as riquezas opulentas e avaras encontraram no paÃs seu berço esplêndido. A partir do Consenso de Washington dos anos 90, também ganharam asas para planarem em paraÃsos fiscais, olimpicamente!
Como bem disse Ana Harendt quando lhe colocaram esse tipo de questão: "Não acredito que isso responderá aos desafios da nossa época". E muito menos as da nossa. E menos ainda as do Brasil. Estamos uns 30 anos presos nesse buraco onde os carcereiros são os protagonistas de um lado e de outro, mas unidos como unhas e dentes quandose trata de fundão.
É difÃcil imaginar um bom Brasil com polÃticos como Heinze, Marcos Rogério, Girão, Otto, Eliziane e entre outros ocupando posições de decisão em BrasÃlia. O mais triste é que aqueles chegaram lá, por meio do voto....
Uma coisa nem sempre é uma coisa assim como outra coisa nem sempre é outra coisa. Um sistema tributário que desonere o consumo e privilegie a taxação de renda, propriedade e heranças é coisa de liberal ou de esquerda? No Brasil, obviamente é de esquerda, com a elite econômica predatória e anti civilização que temos não poderia ser diferente. Quero ver algum desses candidatos que se dizem dispostos a combater a desigualdade defender uma reforma dessas!
No mundo globalizado em que vivemos formulacoes economicas e ideologicas nao funcionam mais, estao todas ultrapassadas, some-se a isso nosso atrazo, desorientacao e vicios estruturais, creio que so nos resta uma alternativa: encontrar um nicho no conjunto global que nos permita recobrar o folego e repensar o pais. O grande problema e que, como nunca fomos capazes de "pensar" o pais, como seremos capazes de "repensa-lo". Sera uma ladeira longa, ingreme, e que vai deixar muita gente insatisfeita.
Lisboa, você tem ótimas análises. Por isso, surpreende a fragilidade dessas suas três "definições" (num texto curto, sem poder relativizar, seria melhor ter evitado "definições). Por exemplo: "Liberal é defender a liberdade de cidadãos ou empresas para fazer suas escolhas, intervencionista é o poder público proclamar o que é melhor para o indivÃduo." Fica clara sua simpatia pelo conceito "liberal", mas veja: seria "intervencionista" (ruim) o poder público exigir que todo cidadão se vacine?
Essa foi uma definição enviesada ideologicamente. Intervencionismo estatal na economia não diz respeito ao indivÃduo mas aos agentes econômicos. Um subsÃdio ou um incentivo fiscal são intervencionismos assim como uma legislação de proteção à concorrência também o é.
Há muito aprendemos que cada real do dinheiro público investido gera 10 de riquezas. O problema é que o dinheiro público foi sequestrado pela burocracia estatal, liderada pelos seus sanguessugas que passam a vida recebendo super salários e mega aposentadorias! Essa montanha de dinheiro é investida nos altos juros da dÃvida pública, exatamente por aqueles que a gerou. Esse é o maior esquema de corrupção institucionalizada no mundo que provoca o genocidio de milhões!!!
Os EUA e a China são exemplos de que a ideologia não gera PIB! Assim, como ocorre nas famÃlias e empresas, não existe a fórmula correta de governo. O fato é que com 115m na pobreza, o paÃs não pode gastar 14% com a burocracia estatal. O nome disso é genocidio, praticado por aqueles que acreditam que o concurso público os autorizam a saquear os cofres públicos, em nome da lei. Renúncia fiscal que não gera emprego é assalto. Cobrar imposto de pobre é burrice. O Brasil precisa do senso comum.
Os super salários estão no poder judiciário, nas autarquias, nos militares e nos cargos de indicação polÃtica que passam longe da reforma administrativa. O que realmente pode diminuir a fome é a diminuição do bolsa empresário, que consome algo em torno de 400 bilhões por ano para alguns milhares de empresários, enquanto o bolsa famÃlia custa 30 bilhões para milhões de pessoas. Quanto à composição da dÃvida pública ninguém, com exceção do banqueiros, faz ideia sobre quem são os credores do paÃs.
Os juros e amortização da dÃvida consome 39% por cento do orçamento o que é um absurdo. Dos 61% restante, 80% é gasto com pessoal e aposentados. Ou seja, para manter os super salários e mega aposentadorias o Brasil faz mais dÃvida. Resultado, os juros sobem, os sanguessugas ficam mais ricos, o desemprego aumenta, e a fila dos 115m de pobre cresce.
A gordura não está nos funcionários de escola, hospitais … esse é o argumento dos sanguessugas para continuar roubado o dinheiro público em nome da lei. Ademais, apenas os salários acima do teto dariam para matar a fome dos 19m que vivem na pobreza extrema!
Esse pode até ser um dos problemas mas colocar tudo no mesmo saco é outro. Taxar tudo de burocracia estatal significa considerar prescindÃvel igualmente professores, agentes de segurança, agentes do sistema de saúde, do judiciário, legislativo, órgãos de controle, etc, e os respectivos excessos de cada um dos poderes. Subtraia da sua conta os gastos militares como um todo e as renúncias fiscais a favor de igrejas, templos e mesmo algumas atividades e o resultado poderá ser outro bem diferente.
É preciso entender que a dÃvida pública é também o dinheiro da poupança e demais renda-fixas. Mais da metade dessa montanha de dinheiro pertence aos aposentados e pequenos e médios aplicadores. Dar o calote nessa dÃvida é falir o paÃs. O melhor é reduzir em 50% a máquina pública e usar o dinheiro para investir na famÃlia e na infraestrutura do paÃs. Assim, os juros desabam e sobra mais dinheiro para investir na saúde e educação da famÃlia.
A dÃvida pública consome 53% do orçamento é a sua sugestão é acabar com os hospitais públicos, com as escolas públicas e com os serviços sociais?
Quanto ao penúltimo parágrafo, num regime de câmbio flutuante não se desvaloriza por decreto. O caminho na minha opinião é evitar o câmbio artificialmente apreciado devido a altas taxas de juros, como foi a tônica nos governos FHC e PT. Em vez de subir juros para controlar a inflação, subir impostos dos 10% mais ricos e cortar subsÃdios como as desonerações temporárias da Dilma, que foram (de novo!) prorrogadas.
Gostei do texto; acho que traz um ponto importante: a discussão amalucada na mÃdia, nas redes sociais e até nas escolas. Hoje, tudo me parece um debate entre militantes. Mas não posso deixar de trazer um ponto, na esperança que o articulista leia e comente. Vejo que todo mundo tem sua ideologia e preferencia, mas querer impor a sua ou até de outro, me parece, no mÃnimo , absurdo. O que deveria respeitar? O que está expresso na Constituição, quer voce goste ou não. Ela seria social-democrata.
A resposta que a sociedade espera dos economistas, seja como for, é: como reunir em um só programa a redistribuição de renda, com redução significativa da desigualdade, e o crescimento econômico que amplie oportunidades de investimento e emprego. Eis o nó. Cabe aos polÃticos e economistas resolvê-lo. Tomara que consigam. A solução dessa dupla questão é para ontem.
Procure essa resposta em Piketty, André Lara Resende, Mônica De Bole, Branco Milanovic, Yanes Varoufakis mas não nos professores do Insper, ou na maioria dos economistas do Brasil. Esses são treinados na promoção das desigualdades.
Há alguns anos atrás os arautos da economia diziam que o conceito de esquerda e direita tinha acabado. Eles também camuflam o debate, de acordo com o seu condão ideológico há algum tempo.
Com rótulo ou estereótipo, o fato é que os conceitos de direita e esquerda desceram pelo ralo na polÃtica brasileira, especialmente (mas não só por isso) a partir da assunção do poder pelo Canhestro.
Pos chifre na cabeça do cavalo para não explicar nada. O que você vai fazer com a regressividade dos impostos? Nada, como todo bom liberal progressista de cetro esquerda (sendo que esquerda quer dizer nada frente ao tripé macroeconômico - logo, direita na veia). O importante é a dÃvida pública, que vocês nunca mencionam. Pega mal falar disto, né?! Onde entraria o enfrentamento das questões dÃvida pública na sua classificação? A auditoria está na Constituição, lembra?!
Pouco importa o tÃutulo que se vai atribuir, o que importa é reduzir a desigualdade social , reduzir o desemprego, aumentar os contribuintes da previdencia. Se houver boa gestão os investimentos virão, pois resgata-se a confiança.
Pelo amor de deus .
que adianta ler a bula? as especificações não se encontram nas pÃlulas, todas são placebos derrancados.
no brasil, infelizmente: TFPMS - Tudo Farinha Podre do Mesmo Saco.
Bom artigo. Mostrou que as coisas não são tão simples quanto parecem. Creio que a China é intervencionista, conservadora e de direita, não muito diferente da Itália de Mussolini. Ambos tinham partido único, ausência de liberdade de expressão e economia de mercado com propriedade privada.
Quanta besteira. Liberal do ponto de vista económico e defender a desregulação da economia e deixar o mercado decidir. Mas o mercado não pode ser prejudicado por ruÃdos sociais. O estado tem que ser policial para controlar. Esta soma e o neoliberalismo na prática, liberal na economia conservador no comportamento social
Por essência, o mercado é ganancioso e o Estado Policial violento. Duas ditaduras que geram privilégios entre minorias ricas e matam os pobres. Sua tese é a de um nazista.
Muito bom! Nada mais contraditório do que um ser humano. Somos tantos ao mesmo tempo. Mas se vamos rotular, a categorização americana segue sendo a melhor : Conservadores X Liberais.
Excelente artigo
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